Capítulo 4•

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Mais um final de tarde no trabalho insuportável. As cigarras começaram a cantar,fazer aquele barulho incrivelmente interessante, porém, irritante por outro lado. A brisa leve bagunçava o cabelo de todos e aqueles bixinhos verdes e pequeninos mordiam as canelas fazendo aquela coceira chata.
—Oh,um cliente! Eu vou! —Mitsuri viu uma jovem entrando.
E até ela Mitsuri se dirigiu sorrindo com o bloquinho de notas na mão.
—Olá, senhorita! O que deseja?
—Olá! Eu gostaria de um sanduíche à modo da casa,por favor. —A jovem disse. Seus cabelos eram pretos com pontas roxas,seus olhos eram calmos e serenos. Ela era linda. "Minha nossa,que garota linda... Será que namora?" Shinobu pensou. "Bem que eu já vi ela na escola..."
—O seu pedido estará pronto em instantes! —Mitsuri voltou a cozinha.
Depois de preparar,ela voltou com o sanduíche no prato,junto com guardanapos. O sanduíche estava lindamente bem feito. Todos ingredientes eram alinhados perfeitamente numa ordem incrível.
—Muito obrigada! —Shinobu sorriu.
Mitsuri sorriu de volta.
Só deu tempo dela chegar na cozinha que outro cliente apareceu. Dessa vez era um jovem alto e musculoso,olhos magenta... Oh! Olha só quem é!
—Eu vou dessa vez! —Rengoku disse a sua colega de trabalho.
Mitsuri assentiu com aqueles olhos amigáveis e sorriso encantador.
Saindo da cozinha e olhando para o novo cliente,o jovem de cabelos amarelos já percebeu quem era. O cara que ele esbarrou no caminho de casa.
—Oh, você por aqui? —Rengoku riu.
—Eu que diga. É o destino! —O jovem de olhos magenta riu também.
—O que deseja?
—Um prato de fritas e coca,por favor.
—É pra já!
Uzui pensava naquele cara bonito. Desde que se esbarraram o rosto do jovem voltava sempre em sua cabeça.

Rengoku voltou a cozinha.
—Misturi, Mitsuri!! —Ele animadamente sussurrava o nome da amiga.
—Oi,oi! —Ela sussurrou de volta.
—Olha que bonito... —Ele virou os olhos na direção do cliente bonitão.
—Só está vindo gente bonita aqui! Reparou naquela moça? —Ela mostrou a cliente de antes.
Eles riram e voltaram ao trabalho.

—Aqui está seu pedido.—Rengoku colocou na mesa.
—Muito obrigado.
Depois de comer,Uzui pagou e pediu para que chamassem o jovem de cabelos parecidos com o fogo.
—Rengoku, estão te chamando lá...—Misturi disse apreensiva apontando para o salão das mesas.
—Eita...
O jovem foi. Quase desmaiando. Será que vai  ser repreendido por algum erro?
—Oi,de novo...—O jovem dos olhos magenta cumprimentou. —Bom,aqui...
Entregou um papel e saiu.
—Ahn? —Rengoku ficou confuso.
Abriu o papel dobrado e percebeu que era o número do cliente! Ele não sabia se ficava confuso ou feliz.
—Mitsuri! Olha só! —Ele voltou a cozinha e mostrou o número.
—Ele gostou de você!! —A jovem ria e dava gritinhos de animação.—Depois me conta como foi!
Os dois amigos riram mais uma vez. Mitsuri era muito legal e gentil. Tornava o dia mais leve e divertido.
Ao voltar para casa,Rengoku mostrou e contou o que aconteceu a seu irmãozinho.
—Já vou marcar o casamento. —Senjuro ria.
—Ah,vá. —Rengoku ria também.

Depois de algum tempo,ele decidiu ligar. Sentado na bela e arrumada varanda, naquele piso de madeira brilhante,com aquela pouca iluminação que restava do Sol que aos poucos ia embora,ele pegou o telefone. Estava tremendo e suando de nervosismo.
—Alô?
—Alô,sou eu...
—Ah!! Oi,boa noite! Como vai? —O jovem do outro lado da linha atendeu feliz.
—Vou bem e você? —Rengoku morria por dentro.
—Melhor agora.
Ok,agora Rengoku caiu duro no chão. Estava suando mais ainda e tremendo.
—Temos que marcar um dia para tomarmos um café. Você parece ser legal... —Uzui enrolava um meixa do seu cabelo.
—Oh, claro.
—Amanhã?
—Ah,sim. Pode ser sim.
—Ok, às 17:00? —O jovem de olhos magenta disse.
—Tá bom, então.
—Até mais. Beijos.
—Até...
Piii piii.
O coração do jovem estava palpitando. Quase saindo pela boca. Que sentimentos são esses? Coração idiota,nem conhece ele.
Amor à primeira vista? Não, não pode ser. Isso existe?
E assim Rengoku entrou em uma onda de pensamentos.
—Rengoku!!! Acorda!! —Tanjiro gritava.
—Ai,o que aconteceu? —Ele saiu da onda de pensamentos.
—Você está aí parado. Seus olhos estavam longe. Achei que era algo relacionado ao desmaio daquele dia... —Tanjiro estava preocupado.
—Ah, entendi. Eu estava pensando aqui... Me convidaram para ir tomar um café.
—Nossa!! Quem?? —O menino dos olhos gentis abriu um enorme sorriso.
—Um cara. Eu encontrei ele no caminho de casa quando trazia o Senjuro depois da escola,e ele foi lá no restaurante,eu o atendi.
—Meu Deus,Rengoku!! Que legal!! Boa sorte!!—Tanjiro sorria muito mais.

Quase que Rengoku não dorme naquela noite. Seus olhos pareciam o grande universo. Refletindo as estrelas e um possível amor. Ah,aquela estrela,a maior de todas,era aquela magenta,agindo como um ímã que trazia o coração do jovem pra si,brilhando aquela energia tão misteriosa e reconfortante. Ah,seria esse o amor? Essa onda magnética que te puxa pra perto... Esse sentimento irracional que te faz ficar bobinho. Esse mar de incertezas,que tem como característica marcante as ondas que podem ser calmas e pacíficas,e outras tão intensas e quentes... O amor é um sentimento tão bonito e reconfortante,mas ao mesmo tempo tão confuso e embaralhado. O coração fica parecendo uma máquina de escrever à todo vapor,que pode escrever histórias lindas e magestosas,mas também pode escrever histórias amargas e cheias de tristeza como uma floresta amargurada e fria. Não tenho certeza,seria possível entendermos o amor?

Olhos que refletem a Alma Onde histórias criam vida. Descubra agora