Capítulo 5•

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Oh não.
Chegou o dia.
O dia do encontro entre dois jovens irracionais que mesmo sem nem se conhecer,marcaram um encontro,onde facilmente um poderia ser um assassino que pegaria os órgãos e venderia no mercado negro,ou um sádico que torturaria e faria dele um escravo...Ai,aí,mais uma vez o amor deixando os jovem cegamente loucos e... já falei irracionais?

E lá estava Rengoku,correndo para voltar à casa de Tanjiro e Inosuke. Seu coração palpitando,o suor escorrendo,os olhos refletindo o sentimento confuso...
Ao entrar em casa ele teve um sentimento muito estranho ... Tinha esquecido de algo. Hmm,o que seria? Senjuro!! Ele esqueceu o irmãozinho na escola!
Saiu de casa e correu até a escola. Devia ter marcado um outro horário com o jovem de olhos magenta.

—Senjuro,me desculpe!! —Ele repetia sem parar com cara de cachorro abandonado querendo um lar.
—Já não me ama, né? —Senjuro fazia piada enquanto colocava as costas da mão na testa como aquelas donzelas dos filmes de Hollywood. —Desde que aquele galã de novela entrou na sua vida, esqueceu-se completamente de seu irmão e amigos... —O menino imitou sons de choro enquanto cobria os olhos.
—Ah,para, né? —Rengoku caiu em risadas olhando o irmão dramaticamente se jogando para o lado. —Não é pra tanto... —Ele disse entre risos.
—Hm,sei.—Senjuro cerrou os olhos. Já sabia que aquele coração de manteiga do mais velho já estava derretido pelo homem que nem mesmo conhecia. Muito irracional e ingênuo,Senjuro pensava com sensatez.

Chegando em casa Rengoku começou a se arrumar. Perfuma pra lá e pra cá. Arruma coturno,arruma cabelo. Coloca acessórios. Pegou a bolsa,colocou celular, prendedor de cabelo, dinheiro, carregador, lanterna,spray de pimenta, canivete... Ele é preparado,respeitem-o.
Deu tchau a Inosuke,Tanjiro,Senjuro e saiu. Pediu um Uber e foi.
Ah,sim,a cafeteria do centro da cidade. Aquela linda cafeteria. O café era delicioso,as paredes eram decoradas e pintadas em amarelo,os atendentes tão gentis,aquela musiquinha calma de fundo,as flores,janelas de madeira... Tão romântico,um lugar tão perfeito para um primeiro encontro... Igual aos filmes.
Entrando lá ele já percebeu onde o jovem estava. Apressou-se e o cumprimentou.

—Oii, nós nem nos apresentamos ainda, né...—Ele parecia calmo,mas só faltava ter suas pupilas trocadas por sinais de exclamação. —Prazer, Rengoku.
—Uzui. O prazer é todo meu. —Ele abriu um sorriso brilhante que fez o jovem de cabelos amarelos delirar.

O papo foi fluindo de um jeito tão bom. Uzui era um cavalheiro,Rengoku estava caindinho e não se preucupava em esconder.

—Os seus pedidos,senhores. —A garçonete entrega um café preto e um capuccino com um coração desenhado,a especialidade do local. O desenho era lindo, facilmente percebia-se que foi desenhado com perfeita maestria. O café preto estava delicioso. Você podia viajar no processo desde a colheita,o moer dos grãos,a água caindo no coador,o açúcar se dissolvendo e por fim a garçonete o pegando e levando ao cliente.
Olha só. Chegou a hora do pagamento. Uzui insistiu,mas insistiu tanto que Rengoku cedeu. Deixou com que o jovem cavalheiro pagasse por seu capuccino.
Eles estavam até então caminhado lado a lado naquele calçada desregular da cidade. A Lua iluminava a face do jovem de olhos magenta,fazendo com que Rengoku tivesse uns pensamentos um tanto quanto... Sabem como é, não é?
As pupilas rosa eram tão belas,como um rubi,e a iluminação fraca da lua só contribuía a deixar o jovem de cabelos amarelos mais caidinho ainda.

—Nós deveríamos fazer isso de novo. Você é tão legal. —Uzui disse. Ui,pegou Rengoku de surpresa. Aliás,Rengoku Kyojuro não, Morango maduro Kyojuro. Suas bochechas pareciam aquelas balinhas de morango.
—Sim,verdade. Você também é uma ótima companhia. Gostei de conversar com você. —Rengoku disse olhando para a lua. Seu rosto tão sereno e calmo,seus olhos refletindo sua paixão.
Mas,uma coisa é certa,Uzui percebeu que Rengoku era caidinho por ele. E,com sua personalidade forte,onde nada o abala,sim,ele deu um selinho no canto da boca de Rengoku. Nada muito demorado. Só pra demostrar o que sentia.
Rengoku ruborizou muito mais. Passou de balinha de morango a pimentão maduro.

—Já disse que amei te conhecer? —Ele afastou o rosto do loiro. Olha lá o sedutor. Seduzindo jovens por toda cidade com um simples olhar e sorriso.
Rengoku não teve coragem de dizer nada,apenas sorriu desviando os olhos.
O resto da caminhada foi assim,sem nenhuma palavra sequer. Apenas o silêncio,tal que não era desconfortável,um silêncio tão bom. Parecim aqueles casais adolescentes que eram tão tímidos e fofinhos, adoráveis de se ver e admirar.
Uzui o acompanhou até a casa de Tanjiro. Chegando lá ele novamente deu um selinho em Rengoku,dessa vez de despedida.
—Até mais. Tenha uma boa noite,viu? —O jovem de cabelos brancos sorriu,aquele sorriso encantador que ele tinha.
—Até! —O loiro tentava controlar as borboletas em seu estômago,tal ato que foi em vão. Borboletas insistentes.

Ao entrar na casa,o sorriso de orelha a orelha não negava como o encontro tinha sido. Seus olhos estavam perdidos na imensidão do oceano chamado amor.

—Ih,o negócio foi bom lá,heim!? —Senjuro ria da paixão bobinha do irmão.
—Foi ótimo. Ele é tão lindo,gentil, maravilhoso,legal, cavalheiro... —E assim ele continuou a contar tudo o que achava de Uzui. Senjuro tinha vontade de até fazer pipoca,a noite seria longa,o irmão contaria e contaria tudo o que tinha acontecido e sentido no encontro. Um verdadeiro adolescente apaixonado tendo seu primeiro amor. E assim a noite continuou com Senjuro e Rengoku na sala,ouvinte e narrador, respectivamente. Inosuke e Tanjiro já dormiam,grudadinhos, lógico.

—Ai,ele é tão..!!! —Rengoku gritou apaixonado.
—Olha a gritaria,foguinho!! —Tanjiro gritou do quarto com uma voz sonolenta,junto com as reclamações de Inosuke, dizendo "Volta,amor..."
E a Lua. Ah,a doce e misteriosa senhora Lua,a senhora dos casais apaixonados, só ela pra nos contar as mais belas histórias de amor...

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