Antônio estava intrigado em saber quem era aquela mulher, nenhuma outra despertou tal interesse nele desde a morte da sua primeira esposa há 8 meses. Encontrava-se na tentativa de organizar seus pensamentos, mas falhou já que foi retirado deles por seu irmão.
-Antônio, tá vindo bater ponto todo dia aqui no bar agora é?
-Já pensou em cuidar da sua vida Ademir.
-Delicado como sempre né.
O caçula percebe que seu irmão está meio avoado.
-Perdeu alguma coisa foi?
Essas perguntas já estava tirando a pouca paciência que o fazendeiro tinha, mas ele viu uma oportunidade de esclarecer certas dúvidas.
-Ô Ademir...tu sabe quem é aquela mulher do bar?
-De quem você está falando?
-Da nova.
O homem apenas nega com a cabeça.
-Nem pra isso você serve.
-Mas adoraria saber mais...se é que me entende. -ele solta um sorriso malicioso.
Antônio apoia seu copo com certa força na mesa e encara seriamente Ademir.
-Eu não quero você envolvido com ela.
-Que isso Antônio. -ele prova da sua bebida.- Quem divide, multiplica!
-Nem sonha Ademir...ela é o mistério que eu vou resolver, eu. -o homem procura a morena com os olhos, enquanto degusta sua caipirinha.
(...)
Por volta das 4:30 da manhã as garotas estavam terminando de limpar o local. Irene se sentia super cansada, não era acostumada a ficar acordada até tão tarde ainda mais não podendo descansar em momento algum. Depois de terminar seus afazeres foi para seu quarto tomar um banho na tentativa de aliviar um pouco o cansaço e as dores que sentia em suas pernas por conta do salto. Estava acabando de se banhar quando escutou a voz de Nice.
-Irene, posso entrar?
-Pode sim, a porta tá aberta.
A novata coloca um pijama de alcinha azul marinho, com linhas em branco fazendo o contorno do decote em v e do shorts, e sai com a toalha enrolada em seus cabelos. Nice se vira para a porta do banheiro no instante que escuta ser destrancada.
-Trouxe um chá e umas bolachas pra você comer.
-Ai Nice, muito obrigada. -fala enxugando suas madeixas.- Só vou pendurar a toalha e lavar as minhas mãos, só um minuto.
Irene volta e se senta na cama ao lado da mulher.
-Você foi uma santa me trazendo isso, tô morrendo de fome.
Nice sorri com o comentário e Irene se serve do chá de camomila.
-Quer um pouco?
-Não, agradecida. -a mais velha se aconchega na cabeceira da cama.
-Eai, como está se sentindo?
-Mulher, eu tô só o pó da viola, nunca passaria pela minha cabeça que eu iria cansar dessa forma.
-Logo logo você se acostuma. -diz rindo. -Agora me conta uma coisa...que história é essa com o Antônio La Selva?
Irene se engasga com a bebida.
-Que história? -responde tossindo.- Não tem história alguma não.
-Sei...fiquei sabendo que ele tá interessado em você. -Nice pega uma bolacha.