➳ 𝘤𝘩𝘢𝘱𝘵𝘦𝘳 𝘴𝘪𝘹

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[✓] CAPÍTULO REVISADO: 19-12-23.


"É tudo uma farsa". Essas palavras fizeram Florence ficar pensativa durante todo o teste. Claro, à princípio, achou um absurdo Audrey dizer uma coisa dessas sobre alguém que não conhecia. Entretanto, depois de um tempo, começou a ponderar que talvez isso fosse verdade. Ele, querendo ou não, havia sido criado por uma vilã, e os vilões certamente não ensinavam bondade ou honestidade aos filhos.

Ao final do teste, sobraram apenas algumas garotas, essas nas quais foram admitidas na equipe. Florence ficou aliviada por ter sido admitida, isso era algo que há um tempo queria. Audrey também foi aceita, porém isso não foi uma grande surpresa. Enquanto estavam em um pequeno intervalo antes do treino oficial, os testes para o time começaram.

Florence ficou surpresa e, ao mesmo tempo, feliz por ver Carlos junto dos outros rapazes. Ele parecia estar completamente perdido, enquanto o treinador exclamava para que ele colocasse o capacete e saísse da "zona da morte". A garota de um sorriso. Ele estava tentando.

Assim que o apito foi soado, o rapaz cujo nome era Jay, demonstrou uma grande habilidade. Ele conseguiu derrubar todos os jogadores, incluindo os de seu próprio time. Ao final, conseguiu marcar o gol e começou a comemorar. As líderes de torcida comemoravam, eufóricas. Florence, ao ver Carlos caído no campo, não hesitou em ajudá-lo. Pensativa ou não, ele precisava disso.

— Ei, está tudo bem? — A garota perguntou enquanto ajudava-o a se levantar.

— Sim, é só que não estou acostumado com tudo isso. — Carlos respondeu. Após limpar o suor da testa, fitou Florence de cima a baixo e não conseguiu conter um sorriso. — Olhe só quem conseguiu entrar para a equipe. Meus parabéns.

Florence não teve outra reação senão sorrir de volta.

— Pois é, apesar de saias muito curtas não fazerem meu estilo. — Respondeu.

Antes que pudesse dizer mais alguma coisa, o apito do treinador soou ao longe e o mesmo pediu para que Carlos se juntasse aos demais rapazes. O garoto de cabelos brancos apenas teve tempo de dar um sorriso ladino antes de correr para o outro lado do campo, onde foi acolhido por Ben.

O treino de ambas as equipes seguiu por mais algum tempo. As líderes de torcida teriam que decorar uma complexa coreografia para o jogo que aconteceria no final de semana. Os Falcões de Sherwood e os Cavaleiros Lutadores de Auradon iriam enfrentar-se para ver que, ao final, ganharia a grande taça cujo era um grande símbolo de poder no esporte.

Durante todo o tempo, em alguns momentos, Carlos e Florence trocavam rápidos olhares e sorrisos. Era como se um dissesse para o outro "ei, você está indo bem", em silêncio. Em certo momento, Ben assumiu a posição do treinador e disse para Carlos começar a dar alguns piques, enquanto o resto da equipe estava dispensada.

A garota achou legal o fato de Ben estar se comprometendo tanto com os filhos de vilões.

Quando o apito soou, junto dele, um latido foi ouvido. Florence deu um sorriso, sabia que era Dude quem estava por perto. Dude era o mascote da escola, e simplesmente o cachorrinho mais fofo de todo o mundo. Entretanto, Carlos pareceu pensar o completo oposto, uma vez que, ao ver o cachorro aproximar-se, começou a correr pelo campo. Dude, consequentemente, correu atrás dele, provavelmente pensando que o rapaz estava brincando.

— Espera, não!

Carlos começou a correr para dentro da floresta. Sem pensar duas vezes, Florence correu atrás dele, ignorando completamente o chamado das outras meninas da equipe. Era óbvio; ele era filho da Cruella De Vil. Certamente a mãe contou-lhe diversas mentiras sobre os cachorros, provavelmente dizendo que eram seres cruéis e brutais.

— Carlos?! — Florence exclamou, parando por um momento.

— Florence?! Florence! — Carlos exclamou. — Me ajude!

A garota correu na direção da voz e, consequentemente, conseguiu encontrá-lo. Carlos estava ao pé de uma árvore enquanto Dude estava tentando alcançá-lo. Isso quebrou o coração da jovem. Como as coisas deveriam ser difíceis de onde ele havia vindo.

— Florence, ele vai me pegar! — Carlos voltou a dizer. — Vai me morder e me estraçalhar! É um animal raivoso que transmite raiva!

— Não, não. Espere. — Pegou Dude no colo, que lambeu seu rosto. A mesma deu uma risadinha. — Carlos, esse é o Dude. Dude, esse é o Carlos. — Apresentou-os. — Está tudo bem, ele não vai... te pegar e nem te estraçalhar. Ele é bonzinho, eu prometo.

As palavras pareceram acalmar Carlos que, lentamente, saiu de perto da árvore e começou a aproximar-se. Florence observou com os olhos brilhando, Carlos perdendo seu medo e, finalmente, pegando Dude no colo. Ambos ficaram em silêncio por um tempo.

— Imagino que deva ser bem difícil na Ilha. — Florence disse.

— É... — O rapaz de cabelos brancos concordou. — Digamos que ninguém coça nossa barriga.

O mesmo colocou Dude no chão. A jovem não teve outra reação senão abraçá-lo. Ele, relutante por um momento, também envolveu os braços ao redor do corpo alheio. O tempo pareceu parar, e eles não sabiam por quanto tempo haviam ficado ali. Naquele momento, Florence não teve mais dúvidas. Não importava o que Audrey ou qualquer outro pensava ou falava, ela seria amiga de Carlos De Vil e nada, nada no mundo faria com que fizesse o contrário.

𝐈 𝐒𝐄𝐄 𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓 • carlos de vilOnde histórias criam vida. Descubra agora