STAY ALIVE - Nishimura Riki

004' chapter four

CORRER ENTRE UM beco esguio certamente não é um cenário que Sooyoung imaginaria para um apocalipse zumbi. Em seriados televisivos, normalmente um esquadrão do exército estaria isolando a área e diversos helicóptero sobrevoaria os céus com uma lanterna gigante, em busca de sobreviventes.

No entanto, esse cenário não se passou apenas como um possível delírio na mente fértil da garota. Como uma válvula de escape, onde o lado mais positivo tomava conta de seu cérebro.

Na verdade, o real cenário é beco úmido e esburacado, iluminado por apenas uma frecha de luz que vinha de um poste próximo. Ainda assim os sobreviventes andavam o mais rápido possível, vez ou outra correndo por suas vidas.

Seria hipócrita dizer que não havia nada além do silêncio ensurdecedor, claro, os gemidos continuavam ao fundo, martelando em suas mentes.

Aos poucos, a escola se tornou apenas uma memória do que se tornou seus amigos e colegas.

Riki era o mais rápido entre os sobreviventes, ele andavam e se esgueirava por meio das sombras, sempre em posição de alerta. Sooyoung não estava muito diferente, mesmo sendo obrigada estar as custas do japonês — isso devido a sua arma ter servido como tranca improvisada, horas atrás, quando ainda estavam na escola.

Quando lentamente a ladeira parava de ser um chão esburacado, agora sendo asfaltado, finalmente a luz do fim do túnel se aproximava; A viela foi tomada por uma rua, que passava diretamente por trás da escola. E era o único caminho que eles podiam seguir.

Por pouco era impossível dizer que não houvera um apocalipse, tudo parecia em ordem, assim como de manhã. Os únicos elementos que denunciava a posse dos zumbis àquele lugar, era um carro batido em um comércio — esse que provavelmente foi abandonado as pressas pelo dono — juntamente com algumas manchas avermelhadas no asfalto. Ironicamente o lugar parecia calmo, como se apenas um acidente automobilistico acontecera no local.

Sooyoung olhou para os dois lados, mesmo sabendo que apenas um único caminho seria capaz de leva-la a seu destino final. Sua conclusão ainda era a mesma: a rua não parecia sequer possuir sinal de algum ataque zumbi, tudo era tão calmo que a garota podia se imaginar por alguns segundos vivendo sua vida normal. Ela olhou para a calçada, fielmente se lembrando de passar ali algumas vezes com seus amigos depois da escola.

— Vamos por ali! — o japonês sussurrou tirando-a de seus desvaneios, apontando para a direção contrária onde a garota seguiria, no lado esquerdo.

— Hm, eu vou seguir meu caminho agora... — Sooyoung suspirou, virando para o seu caminho, sem querer olhar para a figura masculina que a observava.

Ela andava em passadas rápidas, enquanto ao fundo, outros passos também a seguia de forma apressada. A Park não ousou olhar para trás, já imaginando ser o Nishimura a perseguindo.

— Ei, para onde você vai?! — Riki disse — Deveríamos seguir por lá é perigoso seguir por aí. Quando você chegar na principal avenida, provavelmente vai estar cheio de zumbis!

— Não! — exclamou — Eu vou seguir meu caminho e você também deveria seguir o seu. — Sooyoung se virou, observando a imagem relutante do seu colega sobrevivente.

Por milésimos de segundos a garota imaginou ver o Nishimura relutante e nervoso, pela primeira vez depois do início do apocalipse, como uma verdadeira mistura de sentimentos. Ele segurava sua barra até o chão, olhava diretamente para ela com um olhare triste.

— Se eu tivesse lugar para ir... — Ele proferiu baixo, o suficiente para que ninguém pudesse escutar, mesmo que a garota conseguir captar ao menos um pouco do que ele quis dizer.