NO MEIO DE um apocalipse zumbi, nem mesmo os sonhos deixam de ser viscerais e sanguinários, tornando a realidade uma perseguição apavorosa. Mesmo se fecharmos os olhos e tentarmos imaginar cenários otimistas, as criaturas monstruosas conseguiam invadir seus sonhos, cada vez em uma situação mais pessimista e horrenda.
Sempre que Sooyoung tentava dormir, os pesadelos envolviam sua família, amigos e até mesmo Riki, todos tendo o desprazer de ter criaturas se banqueteando com o que restou de si.
Tudo era tão real, assim como a realidade que vivem. Ou até o sentimento gélido que ela sentia em seu braço.
Uma mão gosmenta agarrou seu antebraço, despertando-a de um dos seus pesadelos. O aperto tinha uma sensação molhada, mas o que realmente foi capaz de despertar Sooyoung por completo foi a adrenalina, ao se deparar com a figura nojenta à sua frente. A luz da televisão — esta que passou a noite inteira ligada — banhava o rosto da criatura com uma iluminação azulada.
Um grito de desespero saiu da sua boca, acompanhada com o pavor tomando conta de todos os seus membros. Riki pulou com um impulso assustado, mesmo com seus sentidos ainda sonolentos, ele pareceu mais chocado do que a garota.
O zumbi tinha sua boca aberta, cuspindo sangue e deixando seus dentes podres a mostra. Mesmo sendo um morto-vivo, o aperto em seu braço foi capaz de fazer Sooyoung sentir dor.
O japonês correu, usando sua barra de metal para o acertar em cheio na região do crânio. O líquido avermelhado e quente respingou pelo rosto dos sobreviventes, escorrendo até seus pescoços e roupas.
Uma possa se formou no carpete felpudo, além dos cobertos que haviam sido estirados pelo chão na noite passada. O corpo imponente da criatura caiu em uma baque seco sob o braço de Sooyoung, deixando de se mover ao que foi golpeado almas algumas vezes.
— Merda! Você não foi mordida né? — Riki gaguejou, apontando a barra manchada de sangue na garota.
Sooyoung acenou em negação, sentindo todo seu corpo tremer em um ritmo glacial. Se aquela era a experiência de quase morte, a garota certamente poderia ter visto o seu fim chegando naquele momento.
— Só… Como diabos isso 'ta vivo? — A Park repensou, lentamente se estabilizando antes de iniciar qualquer conclusão com o garoto. — Tipo, ele 'tava…
A pergunta foi deixada no ar, causando um gosto ruim em suas gargantas. Claro, não havia como algo morto morrer novamente — afinal, aquelas coisas nem deveriam estar daquele jeito, a princípio.
— Talvez, depois de um tempo, eles acordam novamente? — sugeriu
Riki cutucou a criatura, chegando até o vira-lo no tapete. Ele deu algumas espetadas em sua barriga, aguardando uma resposta vinda do zumbi.
Pouco a pouco o sol ia nascendo, começando a iluminar a sala. Um desenho animado passava aleatoriamente na tv, sendo transmitido por um canal americano.
— Hm... Você ainda vai atrás do seu irmão? — Perguntou, se tacando no sofá e ignorando a presença indesejada de um corpo em decomposição na sala de estar.
— Vou, você ainda quer ir comigo? — Sooyoung acenou, ainda encarando, incerta, o corpo estirado.
Riki concordou com um resmungo, agarrando se ao controle remoto e lentamente mudando a programação da tv.
— Você já pensou o que vai fazer? Tipo, se ele não tiver vivo ou algo assim?
A memória da mensagem mandada anteriormente refletiu como um flash, inibindo qualquer pensamento impróprio sobre seu irmão estar morto. Jay havia enviado palavras muito bem claras e escrita. Era óbvio que ele estava vivo, ainda que recusou as chamas realizadas ontem a noite.
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STAY ALIVE - Nishimura Riki
FanficEM UM MUNDO devastado por um apocalipse zumbi, Park Sooyoung se encontra presa em uma sinistra cabine de banheiro em seu colégio. Enquanto luta pela própria sobrevivência, Sooyoung anseia por encontrar seu irmão mais velho e o restante de sua famíli...