PARK SOOYOUNG QUESTIONAVA fielmente se possuía algum problema mental, porque para a garota, ser tapada daquele jeito não significaria outra coisa.
Afinal, quem esqueceria que alguém estava escondido ao seu lado durante um possível apocalipse zumbi? Ou pior ainda, especialmente quando não sabia se era um ser vivo como ela ou uma recém criatura prestes a te devorar.
A cerca de algumas horas atrás, os monstros dignos de filmes eram as únicas coisas que a garota pensava. Ela acreditava que ainda houvesse sobreviventes, só não esperava ver ou ter que interagir com um tão cedo. Quem quer que fosse, já teria teria fugido dos grandes portões do edifício escolar, provavelmente enfrentando o que lhe esperava lá fora.
No entanto, esse não foi o caso do sobrevivente que partilhava o mesmo banheiro como esconderijo.
Ainda sentada na divisória de duas cabines de banheiro, a morena ainda processava tudo que acontecia um pouco abaixo de si. Entretanto, o indivíduo — ou melhor, o garoto moreno de pele alva — nem sequer parecia pensar quando agarrou um pedaço de aço que carregava, pronto para acertar alguns golpes na menina indefesa. Ciente que talvez uma criatura zumbi estaria preste a rasgar sua carne.
Uma onda de náuseas lhe dominava quando viu o menino, ainda observando-a confuso, desferia alguns golpes no ar. A qualquer momento, seria atingida com uma barra no meio de sua cabeça.
Em um apocalipse, os humanos poderiam ser pior que os zumbis quando necessitavam de sobrevivência.
Sooyoung tentou ser rápida, se pulasse de uma divisória a outra, não teria que lidar com o humano prestes a te atacar — a não ser que ele saísse da cabine para lhe acertar —. Mesmo que futuramente tivesse que lidar com alguma parte do corpo machucado ou até a sua amiga que virou um zumbi vindo até ela.
Sendo assim, agarrou a arma ainda no ar — tentando ao máximo não levar um golpe —, fazendo um impulso suficiente para pular.
Em um movimento arriscado, sua liberdade finalmente era vista ao alcançar a ponta de seu pé na próxima divisória. O garoto parecia cada vez com mais sangue nos olhos, quando conseguiu se soltar do aperto, acertou plenamente um golpe em sua lombar; a força da batida fez suas pernas vacilarem e ser bruscamente derrubada na cabine ao lado, caindo de forma desajeitada em cima de sua perna.
O baque pesado do seu corpo contra o vaso sanitários foi o suficiente para chamar a atenção da garota zumbi, que estava próxima o suficiente para lhe atacar. Um grito de desespero saiu pelo seus lábios, uma dor agonizante se alastrou lentamente por toda a sua canela. Talvez não houvesse torcido, muito menos quebrado, mas ainda doía como um inferno.
A criatura se virou flexionando suas pernas e fazendo um impulso forte, ela caiu alguns centímetros a frente da garota, apoiando sua mãos ensanguentadas na porta da cabine; abrindo sua boca imunda em um tamanho capaz de ver todos os seus dentes podres.
Sooyoung lhe chutou sua barriga com a perna livre, quando a criatura tentou avançar dentro da cabine estendendo um de seus braços, a zumbi não tinha um bom equilíbrio e caiu um pouco mais a frente, batendo suas costas na parede atrás de si.
Sua posição de queda era muito dolorosa, ela torcia e remexia os membros de uma forma anormal, a Park se questionava se aquilo seria capaz de sentir algum tipo de dor ou incômodo. Ainda assim, a garota se colocou para correr, sentindo o tornozelo latejar de acordo com sua corrida apressada.
Uma mão ossuda e gosmenta agarrou sua canela machucada, fazendo a garota ir de encontro com o chão úmido de sangue. A zumbi se contorcia em posições irreais quando conseguiu se colocar acima da menina, ela proferia alguns sons e grunhidos estranhos enquanto chegava mais perto de seu pescoço.
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STAY ALIVE - Nishimura Riki
FanfictionEM UM MUNDO devastado por um apocalipse zumbi, Park Sooyoung se encontra presa em uma sinistra cabine de banheiro em seu colégio. Enquanto luta pela própria sobrevivência, Sooyoung anseia por encontrar seu irmão mais velho e o restante de sua famíli...