CAPÍTULO 3 - TUDO DE RUIM PODE PIORAR

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CAPÍTULO 3 - TUDO DE RUIM PODE PIORAR

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CAPÍTULO 3 - TUDO DE RUIM PODE PIORAR

Trilha Sonora: In the Air Tonight - Phil Collins

    A notícia acabou se espalhando e barriga já não se dava para esconder, mesmo comigo procurando emprego em outros lugares, era rejeitada. Não queriam contratar um grávida e a água começava a bater no peito, me assustando. Fora os gastos médicos que aumentavam consideravelmente, meu carro além de tudo apresentou problemas e ainda está no mecânico que havia encomendado uma peça e ainda não chegou, entre pagar o plano de exame e o aluguel da pensão esse mês, tive que pagar o concerto do carro e o plano. Se fosse despejada, ainda teria o carro para dormir, como no início de tudo.

    Foi com isso que desci do ônibus, caminhando em direção a pensão, olhando o céu que cada vez mais se escurecia com a noite e também com chuva que vinha, assim como anunciado na previsão do tempo. Havia pedido a minha advogada para que segurasse ao máximo para que não tivesse que participar de uma audiência por agora, esperaria pelo menos até o nascimento do bebê. Meu futuro ex-marido insistia em ir contra meu pedido, apenas queria o divórcio e complicava minha vida ao adiar assinar o maldito papel, me fazendo enviar o que me sobrava para pagar a advogada que segurava para adiar ao máximo essa audiência. Os ventos zuniam fortes pelas ruas escuras, havia voltado mais tarde do que o normal de Savannah e acelerava o passo de meus pés inchados de tanto perambular por lá, com vontade de chegar logo em casa e me esconder entre meus cobertores.

    Mas como parecia que o destino queria punir, quando cheguei a pensão, as portas estavam fechadas e o que mais me aterroriza: minhas coisas do lado de fora. Quando desesperada me aproximei do vidro, olhando interior vi a maldita velha sorrindo com prazer ao me ver assim.

    — Ei... o que tá acontecendo? — pergunto, batendo sobre o vidro, chamando sua atenção.

    — O aluguel atrasado... — velha falou, fazendo sua voz ressoar abafada, mas ainda assim consegui ouvir.

    — Foi só um mês! Eu vou te pagar! — falei, erguendo um dedo sinalizando.

    — Vai embora ou eu chamo a polícia! — fala, me assustando mais.

    As lágrimas, minhas fies companheiras já começaram a cair, me assustando mais ao olhar tudo ali. Com medo dela realmente cumprir como o avisado, recolho como posso minhas coisas. Foi a primeira vez que atrasei e é assim que ela me trata, não tão diferente, pois ela não havia gostado de mim. Arrasada, caminhei em direção ao ponto de ônibus que havia descido quando vinha para cá, dessa vez subindo com minhas malas e me sentado sobre o assento e chorando o meu azar.

    Na quietude daquela noite e naquela rua deserta, encontro-me imerso em um mar de pensamentos tumultuosos. O eco das circunstâncias azaradas que me atingiram ressoa como uma melodia sombria, entrelaçando-se com as lágrimas que começam a rolar, silenciosas, pelo meu rosto. É como se o próprio universo tivesse conspirado para girar os dados contra mim, deixando-me no banco dos derrotados.

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