𝕯𝖊𝖒𝖔𝖓í𝖆𝖈𝖔 - 𝕯𝖆𝖗𝖐 𝕽𝖔𝖒𝖆𝖓𝖈𝖊 (+18)

01 - Ele

[Passando aqui para avisar que essa é uma fic pesada, envolvendo dezenas de gatilhos. Obviamente, por se tratar de um dark romance, tudo será, de certa maneira, negligenciando e/ou amenizado, porém, me sinto na obrigação de avisar: TEM GATILHO PRA CARALHO.

Não militem na minha fic. Caso não goste, não leia. Caso não aguente, não reclame.

E o principal: Demoníaco não é um manual de como manter um relacionamento ou de como tratar alguém. Todo esse universo, personagens e as ações cometidas são FICTÍCIAS e não devem ser praticadas ou romantizadas na realidade como algo normal e/ou legal.

AVISADOS.

Nota do autor, de agora em diante, N. Mabis]

DEMONÍACO

Era madrugada. Passava das três da manhã e, como muitas vezes desde o incidente, eu sonhava com ele... Não era bem um sonho, para ser sincera. Eu apenas o via. Eu o escutava falar. Eu o sentia. Sem reação, eu não fazia nada de fato. Eu apenas estava ali, sem o controle do meu próprio corpo.

Na primeira noite que o vi, foi como se fosse apenas um sonho.

Eu acordei, sem motivo algum. Tentei me mexer, mas não consegui. Simplesmente imóvel. O pouco que conseguia era piscar meus olhos e desviar meu olhar para alguns cantos. De início, isso já foi assustador o suficiente para acelerar meus batimentos cardíacos, mas... Ah. Quando eu o vi... Eu desejei gritar até não poder mais. A simples aparição dele foi o suficiente para me fazer temer tanto.

Eu não sei ao certo como ele apareceu. Simplesmente, pisquei meus olhos e ele estava na minha frente. Tão imóvel quanto eu. Por um momento, até pensei que ele não iria se mexer, ou que não conseguiria assim como eu.

Ele me encarou. Seus olhos era negros como a própria escuridão. No centro, algumas vezes reluzia algo azul, escuro porém vívido. Sua pele parecia pálida mesmo na escuridão da noite e o pouco que eu podia ver de seu rosto deixava a mostra um maxilar definido. Ele vestia preto.

Não consigo discernir de fato o que aconteceu, assim como não consigo me lembrar do que vi de seu rosto muito bem.

Imóvel, eu o encarei. Ele retribuiu o olhar. Ele parecia se divertir, mesmo sem sorrir, algo me dizia isso. Talvez fosse como seus olhos brilhavam em tentação enquanto me observavam, ou talvez fosse como sua boca se puxava de leve nos cantos de seus lábios. Ele parecia querer falar, querer fazer algo, mas talvez decidisse que não era o momento.

E ele não fez nada. Naquela noite, ele apenas apareceu e, depois de um tempo indeterminado, se foi.

Na manhã seguinte, eu acordei normalmente. E, sem muito esforço, deduzi que fora apenas um sonho ou uma paralisia do sono. Não pensei muito nisso — ou tentei.

Eu contei para a minha amiga, Chloe.

Estávamos tomando café após a aula. Conversávamos sobre coisas banais até que ela mencionou que havia tido alguns sonhos estranhos, porém, normais, diferentes do meu. E eu a contei.

— Um homem misterioso que te encara dormir? — ela riu.

— Ele não me encara dormir — corrigi. — Tenho a sensação de que ele me acorda... — franzi a testa com a incoerência — me acorda para eu o ver me encarando.

Chloe riu.

— Ah, querida, isso nem faz sentido. — ela falou, não a julgo por rir. Realmente parecia engraçado para quem não sentiu os olhos dele sobre sua pele — Por que ele iria te acordar você só para o encarar?