A festa acabou depois de mais algumas horas. Cada um para um lado; Beverly ficou fumando quase a noite toda. Damon ficou bebado bêbado. Chloe se mostrou amargurada por Damon demonstrar o desinteresse sentido por ela. Merlin e Jake se comeram pelos cantos . Uma noite incrível.
Chloe pegara um Uber e fora para casa sozinha e zangada, assim como Beverly, que fora um pouco antes. Merlin e Jake foram para um hotel, restando apenas eu e Damon.
Foi uma tortura sentir seus olhos em mim enquanto eu pagava a conta. Segundo ele, queria beber mais um pouco antes de ir. E foi o que fez: bebeu as minhas custas. A esse ponto, já não havia cortesia nem cavalheirismo.
Ele bebeu até quase cair. Se levantava com dificuldade, falava arrastado e se escorava em qualquer canto para usar como apoio. Me senti coagida a chamar um Uber para ele.
— Aaaa... — ele falou, embriagado — que bela amiga eu tenho.
— Vem cá — falei me aproximando do homem que jazia encostado na parede.
Fiquei perto o suficiente para agarrar sua cintura. Damon segurou sobre meu ombro e eu o guiei até a parte de fora do bar. O barman falou um "boa noite" e eu retribuí.
Enfiei Damon no Uber — o qual EU paguei — e fui embora.
Cheguei em casa sem muita demora. Tive um pouco de dificuldade para achar a maldita chave assim como tive para tomar banho sem cair no chão. Finalizei minha higiene e vesti um pijama para que eu pudesse dormir.
Estava morrendo de sono. Noite passada dormi mal o suficiente para que eu me sentisse fraca pela falta de sono.
Estava com medo. Ele viria. Eu sentia.
Me encolhi na cama com o cobertor preso ao meu corpo.
Não... Foi apenas um sonho lúcido. Sim. Ou uma paralisia do sono, talvez...
Com esse pensamento em minha mente, eu consegui dormir sem sentir medo.
Até que eu acordei.
Era de madrugada. Meu corpo estava paralisado, mas havia algo diferente. Meus pulsos pareciam pesados em minhas costas, quase como se estivessem algemados atrás de mim. E minha boca parecia amordaçada. Eu sentia como se de fato estivesse amarrada e amordaçada, e teria certeza se pudesse me mexer e ver.
De novo não. E dessa vez... Parecia pior.
Me mantive quieta, à espera. Rodopiei meus olhos pelo quarto parando na poltrona frente a minha escrivaninha. A poltrona jazia virada em minha direção. Sentada nela, havia o homem familiar da noite passada. Seu rosto estava nitidamente focado ao meu e mais iluminado pela luz que a janela transmitia na poltrona.
Lentamente o homem se levantou. Ele caminhou até mim, parando na minha frente, próximo a cama. Ele encarou meu rosto. Estava sério.
Sua mão ergueu até meu rosto. Tocou minha bochecha com o polegar, deslizando seus dedos até meu pescoço, assim como da última vez. Seus dedos fizeram os mesmos movimentos, porém, dessa vez não pararam.
Seus dedos deslizaram da minha clavícula até o início dos meus seios, com a ponta deles passando entre eles. Ele parecia se conter para não me apalpar, seus dedos apenas marcavam presença no tecido mas, ainda assim, eu temia.
— Relaxa... — ele sibilou — Não farei muito mais que isso.
Sua voz rouca e autoritária me causou arrepios, mas não mais do que quando deslizou a mão sobre minha camisa até a barra e colocou a mão por dentro de meu pijama. Suas mãos frias subiram a camisa com avidez. Seus olhos, mais vívidos que antes, pareciam queimar a minha pele conforme ele analisava a pele recém exposta. As pontas de seus dedos vieram a dedilhar minha barriga, subindo rumo ao local desejado porém, ele não o tocou. O homem, lentamente, baixou as mãos, agora, posicionadas sobre as laterais de minha barriga, com um longo e pesado suspiro.
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𝕯𝖊𝖒𝖔𝖓í𝖆𝖈𝖔 - 𝕯𝖆𝖗𝖐 𝕽𝖔𝖒𝖆𝖓𝖈𝖊 (+18)
HorrorO que você faria se acordasse de madrugada, imóvel, com um belo homem te encarando? Ágatha decidiu acreditar fielmente que isso era apenas um sonho e, eventualmente, ignorou - ou tentou ignorar - suas aparições. Mas isso se tornou impossível quando...