Não fizemos nada até o fim do banho. Samael se secou, enrolando a toalha em seu quadril antes de apanhar outra e vim até mim, parando próximo a mim. Ergui meus olhos até os dele.
— Levanta — mandou, indiferente.
Como um cachorrinho domesticado, eu obedeci. Já de pé, Samael estendeu a mão para mim. Aceitei, sem muita escolha, e ele me ajudou a sair da banheira. Quando percebi que seu olhar vagueava pela minha pele, cruzei os braços e me encolhi, tampando o que ele frequentemente olhava. Depois de alguns segundos, Samael enrolou a toalha em mim e me levou até o quarto.
— Consigo me virar — eu disse.
— Shh... Eu gosto de cuidar.
Ele me colocou sobre a cama, tirando a toalha de mim e me secando em seguida. Primeiro os cabelos. Senti o frio da manhã. Já se passavam das quatro. Não conseguia digerir que perdi tanto tempo com esse arrombado. Acho que já não tinha muito o que fazer, a não ser obedecer. Ele me tinha a si e, por mais que eu odiasse, não tinha o que fazer. O máximo que podia seria me revoltar e tentar ferir ele, ou, talvez, matá-lo. Porém, eu sequer conseguia pensar em alguma maneira de matar um demônio.
Samael terminou de secar meu cabelo. Ele deslizou a toalha pelo meu corpo até que eu já estivesse seca, jogando o tecido em qualquer canto. Em seguida, Samael arrancou a toalha de seu quadril e se secou. Ele não tinha vergonha de ficar completamente exposto para mim? Meu olhos vagaram brevemente por sua silhueta antes de eu desviar o olhar. Após, seco, descartou a toalha, assim como a outra.
Ergui meus olhos até os de Samael. Ele balançou a cabeça, indicando a cama.
— Minhas roupas... — comecei.
— Deita assim mesmo. Quero sentir sua pele.
Com certa hesitação, obedeci. Me deitei na cama e, em seguida, Samael fez o mesmo. Seu corpo foi até o meu, me virando conforme se aproximava, até eu sentir seu peito contra minhas costas. Suas mãos agarraram minha cintura, colando nossos corpos por completo. Engoli em seco, sentido-o. Com o passar do tempo, sua mão dedilhava minha cintura com delicadeza. Sentir a sua respiração contra o meu pescoço passou a ser relaxante junto de seus carinhos sobre a minha pele. Seus dedos subiam e desciam na minha cintura, rodopiando, até pararem nos meus seios, então, ele descia para baixo, fazendo o mesmo movimento repetidas vezes. Não parecia ter muito teor sexual ali, parecia ser algo fofo para Samael. Uma completa antítese ao homem que me bateu agorinha. Ou ao demônio que me fez vomitar.
Samael enfiou o rosto no meu pescoço. Suas mãos voltaram a dedilhar meu corpo.
— Você é muito gostosa — murmurou contra minha pele. — quero te levar pra mim.
Sua respiração esquentava minha pele, acompanhando por um seguido arrepio. Senti medo daquelas palavras.
— Me levar?
— Sim... Seria mais fácil de te ver — ele sorriu. — você não sabe o porre que é para mim vir aqui... E no fim, sentir só sua boca.
Sentir só sua boca. Engoli em seco. Ele não se contentaria só com um boquete por muito tempo. Eu tinha que fugir dali antes que sentisse a vontade de um contato maior. Não sei por quanto tempo aguentaria isso. Talvez, ele baixasse a guarda caso visse que eu estava entregue.
Senti seu toque. Seus dedos frequentemente subiam, dedilhando, quase até meu seio. Toquei sua mão, torcendo para não estar tremendo. Samael permitiu o contato. Dedilhei sua mão. Era firme, os dedos eram grossos e longos. Não havia nenhuma características demoníaca em seu corpo, o que era estranho... Sempre imaginei demônios com chifres e pele vermelha. Não com rostos bonitos e sorrisos brilhantes.
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𝕯𝖊𝖒𝖔𝖓í𝖆𝖈𝖔 - 𝕯𝖆𝖗𝖐 𝕽𝖔𝖒𝖆𝖓𝖈𝖊 (+18)
HorrorO que você faria se acordasse de madrugada, imóvel, com um belo homem te encarando? Ágatha decidiu acreditar fielmente que isso era apenas um sonho e, eventualmente, ignorou - ou tentou ignorar - suas aparições. Mas isso se tornou impossível quando...