Phoenix - Duas luas antes do solstício de inverno
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Minha vida é tão comum que eu já chegava a enjoar dela. Era sempre a mesma coisa, escola 3° ano, aulas de espanhol, aulas de piano, artes, Financias, computação...entre outros, meus pais querem me preparar ao máximo possível para que eu já não entre na faculdade sem saber nada, ou no caso o nada deles é tudo que aprenderiamos em uma faculdade.
Ah, e não se esqueçam, nem posso escolher minha própria faculdade, eu tenho que fazer engenharia, meu pai acha que é o mais adequado para mim, mesmo que eu queira fazer moda.
Vamos lá Tae, se levante, é só mais um dia, só mais um dia.
Levantei da cama mesmo não querendo que isso acontece, coloquei minhas pantufas e já fui colocar meu uniforme eu gosto de dar um toque mais meu em meu uniforme, por isso coloquei por cima da minha blusa um suéter cor creme gola alta, e por cima meu casaco de lã, afinal de contas é muito frio aqui em Phoenix. Desci do meu quarto já podendo ver meu pai no corredor arrumando sua gravata.
- Bom dia Pai. - ele apenas me ignorou denovo, então continuei meu trajeto até a cozinha onde minha mãe fazia as coisas com uma expressão emburrada e cansada.
- Bom dia mãe.
- Bom dia, já está pronto?
- Sim
- Material em ordem?
- sim
- Já sabe que hoje você tem três aulas extras de piano ?
- sim...- Suspirei relaxando meu corpo.
- Não faça corpo mole, indireta a postura, senta e coma, vai se atrasar para o ônibus. - Depois disso ela se sentou e apenas começou a comer de cabeça baixa, eu também abaixei a cabeça quando senti que meu pai entrou já cozinha.
- Podem levantar. - Levantamos e esperamos ele se sentar para então nós sentamos novamente e assim, comemos o café da manhã sem fala, sem ânimo, sem nada.
Não podíamos sair da mesa antes dele, então assim que ele colocou a última garfada, ele sqe levantou limpando a boca com o guarda não e o jogou na mesa saindo sem dizer mais nada, colocou seu paletó azul e pegou a maleta.
- Mulher, venha aqui e ajeite minha gravata. - Minha mãe se levantou arrumando a gravata do meu pai, ele saiu nem falar nada, dizer obrigado ou beija-la.
Ela se virou sem expressão e me olhou, eu entendi que devia ir naquele exato momento.
- Até mais tarde mãe. - Já fui em direção a porta, mas paro quando escuto.
- Até, meu filho.
Minha mãe nunca me chamou assim, me virei para ela com o coração na mão, mas minha mãe não esboçava nada a não ser sua expressão fria.
- Oque tá fazendo parado me olhando aí? Ande logo, vá embora. - Mandou.
Eu suspirei, deveria ter sido coisa da minha fodida mente carente de atenção dos pais, como sempre sai de casa e as coisas estavam ..frias...geladas como sempre aqui em Phoenix, peguei o ônibus e fui para a única escola que tem aqui, o inferno particular em que eu vivia desde que eu me entendo por ser humano, indivíduo desta terra.
