2010
Tom:
"A verdade, Tom Dane, é que nós queremos resolver os problemas do mundo para não enfrentar os nossos próprios.".
Dias atrás, fui convidado para um evento em Washington DC. Pediram que eu desse um discurso a respeito do cenário político Americano, já que a reunião era pautada a cerca desses trâmites, e, nesse mesmo evento, um senhor que aparentava ter seus cinquenta anos me parou no salão de cerimônia, e me proporcionou um diálogo que desde então, não saiu da minha cabeça. Principalmente quando ele afirmou com a maior convicção do universo que minha esperança na vida política era proveniente da minha desilusão com a minha vida pessoal.
Não era a primeira vez que alguém me falava essas coisas, mas tenho certeza que essa conversa ficou tão gravada na minha mente porque ela aconteceu um dia antes do aniversário da Camille, e essa mesma conversa me lembrou que eu não estaria na sua festa de quinze anos, porque eu precisava viajar para outro país a negócios. Se eu não fosse, talvez minha vida de senador ficasse com os seus dias contados. Porém, a indignação de Camille não mudou quando eu tentei explicar isso para ela.
E por quê? Porque hoje, exatamente às 09:00 da manhã, acordamos Alex, o seu irmão, com um bolo de chocolate cheio de enfeites coloridos. Sim, eles fazem aniversário juntos, e sim, eles são gêmeos. Camille não pôde compreender, e eu também não a culpo por não ter compreendido. Afinal de contas, nem eu às vezes entendo o sistema sobre o qual essa família funciona.
- Sr. Dane, o seu voo sai daqui trinta minutos. - Um dos meus seguranças particulares pronuncia. - Precisamos descer do carro agora, se não, vamos nos atrasar.
Josh é um dos meus seguranças mais novos, tem por volta de vinte e oito anos. Ele é malditamente pontual com os horários. Aliás, Germana vive dizendo que a minha rotina seria muito mais eficiente se eu fosse mais ligado ao tempo como o Josh, ou melhor: se eu me importasse mais em administrá-lo da forma correta como ele faz. Claro que isso é uma indireta para mim, pelo fato de que eu sempre gasto horas absurdas dentro do meu escritório e sempre fico com pressa para retornar quando estou fora dele.
- Vamos então. - Josh sai, pega minha mala atrás do carro, observa rapidamente o movimento do aeroporto e depois me dá sinal para acompanhá-lo.
Logo quando estou prestes a fazer o check-in, o meu telefone exclusivo para falar com a Germana toca.
Eu posso ignorar qualquer ligação, do presidente que seja, menos dela.
- Tom, não me importa para onde você precisa ir. - A sua voz é autoritária. - Temos problemas.
- Qual problema? - Pergunto congestionando a fila do check-in.
- Alex está nervoso. Os amigos da Cami estão fazendo muito barulho e isso está deixando ele inquieto.
- Você pode resolver essa situação sem mim. Você resolve tudo, Ger. Eu realmente queria muito ir para casa, mas não posso. - Informo sendo sincero.
- Alex possui uma rotina, Tom. E essa festa está acabando com ela.
- Ligue para o Dr. Richard e peça que ele vá ver o Alex agora. - Sugiro com convicção. - Peça que ele vá pela entrada dos fundos e seja discreto.
- Tudo bem. - Ela consente desligando o telefone sem se despedir.
Germana é muito mais do que uma simples governanta. Eu a considero como uma mãe, assim como os meus filhos a consideram como uma avó. Ela pode até ser autoritária demais às vezes, é claro, mas tem um coração de ouro. Nós andamos conforme as regras dessa senhora, e "ai" de quem desafiá-la.
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DEMONS
RomanceA loucura não é um fator externo. É um pedido de ajuda, um movimento, uma dança que não se faz sozinho, mas o primeiro passo ninguém pode dar por você. Ela parte dos demônios que estão dentro de você, dentro da sua mente, do seu coração.