Actually, you belong to me. [Mirandy]

Quarto capítulo

NOTAS: Oi, oi, amores. Como vocês estão? Segue atualização fresquinha pra vocês. Espero que gostem. As roupas descritas estão na foto do capítulo. Boa leitura ♥ 

⧫

— Tudo bem, passamos a madrugada e a manhã inteira juntas, transamos em todos os cantos desse quarto e eu ainda não sei nem mesmo seu nome.

Estavam sentadas na mesa da varanda tomando um belíssimo café da manhã completo que Miranda fez questão de pedir. Além de querer agradar Andrea, ela também precisava recuperar as energias depois de tanto esforço nas últimas horas.

— Você vai descobrir mais cedo ou mais tarde e não quero que seja tão cedo.

— Por que?

A mesa redonda era pequena e elas sentaram de frente uma para a outra, agora não mais vestindo roupão. Andrea usava um vestido midi marcado na cintura e alças finas de tecido leve na cor azul que, segundo Miranda, era azul cerúleo e foi altamente utilizado por algum estilista famoso para então ser banalmente utilizado em peças baratas e erroneamente comparado com lápis-lazúli, o que quer que isso seja. O que importa é que, também segundo ela, a cor valorizava seus olhos grandes e combinava perfeitamente com seu tom de pele, o que lhe arrancou outro sorriso cheio de dentes.

Seus pés ainda estavam descalços, mas usaria uma sapatilha de Miranda, e seu cabelo estava solto, caindo pelas costas até a cintura, totalmente preto e com a franja repartida ao meio, diferente da noite anterior quando os fios cobriam toda a extensão de sua testa. Ela resolveu adotar o penteado depois que Miranda elogiou seus olhos e disse que gostava de observá-los e ela concluiu que talvez a franja a atrapalhasse no ato. Seu perfume suave também era um empréstimo de Miranda e ela podia jurar que as duas borrifadas no pescoço deviam custar o mesmo que o valor que pagava no condomínio do prédio onde morava. O frasco era tão bem trabalhado que Andrea pensou nunca ter visto nada tão bonito.

Miranda, por sua vez, usava uma calça de alfaiataria reta de cós alto na cor creme e uma camisa social branca dobrada até os cotovelos e com os botões abertos até a altura dos seios. Um colar delicado pendia em seu pescoço, mas não roubava a atenção de Andrea que acabava descendo os olhos até o decote. Nos pés, o scarpin parecia com o de ontem, porém também na cor creme. Sua cintura fina estava perfeitamente marcada com um cinto de couro marrom e, nos pulsos, uma pulseira e um relógio complementavam o visual, bem como anéis espalhados por alguns de seus dedos com unhas bem-feitas.

Seu cabelo bem alinhado dançava com o vento suave que ia contra elas. Ela conseguiu ficar ainda mais bonita que na noite anterior e Andrea não entendia como isso era possível. Ela usava um perfume diferente do que havia emprestado para Andrea e a mais jovem só conseguia xingar mentalmente a brisa por estar levando aquele cheiro agradável até ela, invadindo seu espaço pessoal e fazendo seu coração acelerar.

Ela estava perdida.

— Não quero que quem eu sou estrague o que estamos tendo. — Miranda respondeu plenamente antes de bebericar um pouco mais do seu café amargo.

As sobrancelhas de Andrea se curvaram e ela abandonou a xícara sobre a mesa enquanto organizava seus pensamentos e ignorava seu coração acelerado por ouvir "o que estamos tendo" saindo da boca daquela mulher. Quando, no mundo, imaginou que transaria com uma mulher tão bonita e elegante quanto aquela? Uma de suas pernas estava dobrada abaixo de seu corpo e a outra balançava no ar.

— Você é algum tipo de chefe da máfia?

— Depende do ponto de vista. — Miranda respondeu depois de rir e dar de ombros. Querendo ou não, a moda era uma espécie de máfia e ela era chefe da revista mais renomada do mundo da moda, além de dar consultoria para várias marcas do ramo. Sendo assim, a analogia fazia total sentido.