Décimo primeiro capítulo

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NOTAS: Boa noite, amores. Capítulo sem revisão. Estamos nos aproximando da reta final da história e espero muito que estejam gostando. Peço perdão pela demora na última atualização, mas é que passei por um momento muito delicado na minha vida e não estava nada bem. Mas agora estou melhor e tudo está se ajeitando. Pensei em vocês e nas atualizações todos os dias, mas realmente não consegui escrever nada, por mais que tentasse. Minha cabeça estava atolada com meus problemas e enfrentei um grande bloqueio criativo. Contudo, estou de volta!!! Me deixem saber se gostaram do capítulo. Boa leitura! ♥

Certa vez ouviu dizer que no Brasil todos ignoram os problemas quando estão de férias. Ou quando estão comemorando algo. Ou até mesmo quando estão apenas passando um final de semana com a família. Soube, através de uma conhecida que morou no Brasil por alguns anos, que brasileiros são adeptos a encontrar felicidade até mesmo em meio à desgraça. Era exatamente isso que Miranda estava procurando quando decidiu viajar para Fernando de Noronha com as filhas e Andrea. Não que estivesse passando por um momento tão conturbado a ponto de querer simplesmente apagar de sua vida, mas precisava, muito, ignorar o fato de que não sabia o que aconteceria depois dali. Ela já não suportava mais viver longe da namorada, naquele impasse entre se mudar e reformular a vida ao lado da jovem, continuar vivendo como estão ou terminar tudo e cada uma seguir seu caminho.

A primeira opção era a que mais chamava a atenção de Miranda, claro. Era apaixonada demais por Andrea para simplesmente não tentar. Mas, como sempre, a imagem de suas filhas precisando refazer toda a sua rotina por ela lhe assombrava. Essa decisão podia colocar as três em constantes discussões como já viu acontecer em outras famílias antes, e ela, definitivamente, não queria acabar com a boa relação que tem com as gêmeas.

Já a segunda opção lhe incomodava. Lhe causava uma certa estranheza. Ela sabia muito bem que escolher continuar como estão, namorando à distância, acabaria com uma das duas tomando a decisão de terminar o relacionamento. Era doloroso para as duas. Essa era uma conversa que já tiveram antes e sabiam muito bem o que a outra pensava sobre. Andrea continuava compondo suas músicas, criando seu álbum que, muito em breve, seria lançado, e Miranda continuava focando sua atenção na revista. Contudo, apesar de amar sua carreira e dar a vida pela Runway, ela estava exausta de seguir a mesma agenda todos os dias.

Miranda sentia falta de se aventurar. Sentia falta da época que conheceu Andrea, que se permitiu viver um romance num quarto de hotel, que se deixou ser atraída por uma jovem cantora de bar. Era isso que ela queria. Era essa ansiedade, essa surpresa e o coração acelerado por ser beijada dentro de um elevador ou puxada para um beco sem saída apenas para alguns amassos. Ela não era jovem, não. Mas ela sentia falta de ser imprudente às vezes.

A terceira e última opção, ao seu ver, era a pior de todas, mas não podia ser ignorada. Andrea ainda é uma cantora jovem e cheia de vida. Suas ideias vão além do que Miranda pode sequer imaginar. Ela cria músicas incríveis, escreve letras e poemas que fazem a mais velha flutuar, e Miranda não podia, nunca, privá-la de continuar sua vida daquela forma, se isso era o que ela queria. Porém Andrea não deixava claro exatamente o que queria. Esse é o maior dos motivos da aflição de Miranda. Tinha receio de acordar numa manhã, olhar para o lado e enxergar o rosto de Andrea vermelho pelas lágrimas e sua mala no canto da porta, só esperando para se despedir. Ou pior: que olhe para o lado, não a veja e não receba notícias pelos próximos anos, voltando a saber sobre ela apenas quando um novo álbum for lançado ou uma turnê for divulgada.

Aquela ideia fazia um arrepio de agonia percorrer todo o corpo da editora.

— No que tanto pensa?

Elas estavam sentadas em espreguiçadeiras na varanda do quarto. Era fim de tarde e as gêmeas repousavam no quarto ao lado. Miranda finalmente confiou em deixá-las sozinhas, sem precisar de vigilância constante, e optou pelo melhor quarto para todas elas. A vista era incrível. Ao longe, podia-se enxergar grandes navios de cruzeiro. A água era tão azul que, às vezes, doía os olhos. Em alguns pontos, as grandes montanhas abraçavam o oceano e o fazia parecer pequeno.

Actually, you belong to me. [Mirandy]Onde histórias criam vida. Descubra agora