"𝐑𝐚𝐢𝐯𝐚, 𝐇𝐨𝐬𝐞𝐨𝐤 𝐞𝐫𝐚 𝐦𝐨𝐯𝐢𝐝𝐨 𝐚́ 𝐫𝐚𝐢𝐯𝐚. "

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𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟐𝟖
𝐒𝐞𝐨𝐮𝐥, 𝐂𝐨𝐫𝐞𝐢𝐚 𝐝𝐨 𝐬𝐮𝐥
𝟒 𝐚𝐧𝐨𝐬 𝐚𝐭𝐫𝐚́𝐬

Mais um dia normal na vida de Jung Hoseok, um sábado monótono, seu pai gritando com os funcionários, sua mãe com algum amante e sua irmã enfurnada em seu quarto fazendo sabe se lá o que.

-Jung hoseok! - O pai de hoseok gritava da sala de estar e o mesmo tentava ignorar mas era impossível, então se levantou, andando em passos fortes e largos, saindo de seu quarto e descendo até a sala de estar, vendo seu pai sentado em sua poltrona de cara fechada.

- O que foi? - O menino pergunta impaciente, com uma feição entediada e seu pai o encara com um olhar soberbo.

-Fale direito comigo, seu insolente. - Ele diz, sem nem mesmo olhar para o filho, apenas observando os papeis do trabalho.

-Sim, senhor? - O menino diz no deboche e seu pai ignora.

-Tomou mais uma advertência na escola? - O mais velho pergunta e o garoto ri.

-A culpa não foi totalmente minha. - Hoseok diz sorrindo pequeno.

-E yoongi já está se resolvendo com seus pais, agora meu problema é com você. - O pai de hoseok diz, impaciente.

Hoseok e yoongi, os dois melhores amigos mais problemáticos que existem.

As duas crianças se conheceram por acaso quando eram pequenos e desde então são inseparáveis.

E desse então amam arrumar problemas.

Como dessa vez, jogaram ovos e papel higiênico no carro de uma professora só por ter reprovado yoongi.

E hoseok queria reclamar, queria dizer que foi culpa do melhor amigo mas não podia, pois ele amou fazer isso, ama fazer tudo quando está com yoongi.

Min yoongi, seu melhor amigo e crush decreto desde... Desde que se conhece por gente.

Não que seja obcecado por yoongi, mas se dissesse que nunca se imaginou andando de mãos dadas com ele, o beijando e saindo para encontros, estaria mentindo.

Mas ele jurou a si mesmo nunca admitir isso para yoongi.

Nunca.

- Eai, senhor Jung? Vai me castigar? - O menino perguntava debochado e seu pai já estava a ponto de surtar.

O pai de hoseok não tinha paciência, muito menos com o próprio filho.

-Não vou precisar, você e yoongi já serão castigados o suficiente. - Ele diz, escrevendo algo em seus papéis do trabalho e o filho o encara confuso.

-Como? - Ele pergunta sem entender, semicerrando os olhos e encarando seu pai, que ria fraco.

-Vocês dois vão lavar o carro da professora e vão ser assistentes dela por uma semana. - O mais velho diz e o filho ri indignado.

-Assistentes? - Ele arqueia a sombrancelha, rindo desacreditado, como se tivesse ouvido a maior piada de sua vida.

-Sim, vão ajudar ela em tudo o que for preciso, é o castigo perfeito.

-Eu não acredito nisso. - O menino resmunga e o pai o olha com a sombrancelha arqueada.

-Sabe o que eu não acredito? Em você vandalizando carros, matando aulas, não foi assim que eu criei você, Hoseok. - Ele tirou sua atenção de seus papéis e passou a encarar o filho.

-Você nem me criou direito, você só sabe gritar e trabalhar. - O Jung mais novo dizia, de braços cruzados e venho franzido.

-Pra sustentar você, seu merdinha! - O pai de Hoseok gritava agora, com a mão na testa, massageando devagar, cada vez mais impaciente. - Mas você só sabe me trazer Problemas, não bastava ser viado... - Ele resmunga baixo a última parte mas hoseok ouve, arregalando os olhos.

-O que você quer dizer com isso? - Ele não gritava de volta, falava com calma enquanto segurava suas lágrimas.

- Ah hoseok, pelo amor de Deus. - O pai de hoseok suspira, cansado. - Sua irmã me disse tudo, eu sei que você beija garotos atrás da escola. - Hoseok aperta as próprias mãos, com as unhas quase perfurando sua palma, bufando de ódio.

Giulia, sempre era Giulia.

Sua irmã sempre fez questão de fazer da sua vida um inferno, o dedurar, provocar, fazer ele brigar com os pais.

E hoseok estava tão exausto que nem se importava mais.

Mas o tirar do armario já era demais.

Hoseok nem mesmo sabia se gastava sua energia planejando assasinado sua irmã ou se chorava.

Bom, ele decidiu chorar.

-Achou mesmo que eu não ia descobrir? mas isso nem me surpreende, só me mostra mais uma vez que você é uma decepção. -O pai de hoseok dizia, despejava todo aquele desprezo em cima do filho que estava segurando suas lágrimas.

-Não fala isso, eu... - Hoseok queria argumentar, mas não conseguia segurar as lágrimas, se falasse, desabaria.

-Não me importa, hoseok. - Senhor Jung diz, cansado, bebendo um gole do café que estava na mesinha ao seu lado. - Você está avisado, você e yoongi vão limpar o carro da professora e ser assistentes dela. Agora pode sumir da minha frente. - Ele diz pegando seus papeis novamente e deixando seu filho confuso.

Confusão, melancolia, raiva.

Raiva, hoseok tinha muita raiva.

Raiva pela sua família, raiva por não conseguir controlar o que sentia.

Raiva, hoseok era moldado á raiva.

Subiu as escadas correndo mas não foi para seu quarto, não, foi direto para o escritório de seu pai buscar seu cartão de crédito.

Cartão de crédito esse que tinha sido confiscado a duas semanas porque hoseok tinha jogado fogo na lixeira da sala de aula.

Junto com yoongi, óbvio.

Entrou com tudo no escritório de seu pai, fechado a porta atrás de si e fazendo menos barulho possível para ninguém percebe-lo ali.

Ninguém prestava atenção no mesmo, de qualquer forma.

Começou a mecher nos papeis, nas caixas pequenas, as gavetas e nada, nada de seu cartão de crédito.

Parou e comecou a pensar, olhou para cima e viu uma caixinha pequena, na última prateleira no alto da estante.

-Só pode estar lá... - Disse para si mesmo, puxando a poltrona de seu pai para perto da estante e subindo na mesma, sem muito esforço conseguindo pegar a caixa pequena.

Desceu de cima da poltrona e foi para perto da mesa, colocando a caixinha em cima e quando abriu não entendeu o que viu.

Saquinhos com pó branco dentro,vários tipos de comprimidos, com cores diferentes.

Hoseok parecia surpreso, confuso e tinha muitas dúvidas em sua cabeça.

Porque seu pai tinha drogas em uma caixa em seu escritório?

Hoseok ainda estava furioso e triste, por ter ouvido tantas coisas horríveis de seu pai.

Na verdade estava tudo mais em baixo, pois hoseok ouve xingamentos e humilhações desde que aprendeu a formar frases.

Pegou bastantes saquinhos e comprimidos, guardando tudo no bolso de seu moletom e depois guardando a caixinha no lugar, com todo cuidado do mundo, como se ninguém nunca tivesse mexido nela.

Saiu do escritório de seu pai e entrou em seu quarto, trancando a porta e depois saindo pela janela do cômodo, pulando a mesma do jeito que yoongi e jimin haviam ensinado ele a fugir.

E foi para longe o suficiente de casa, aonde ninguém poderia o seguir ou vigiar, aonde teria paz.

Aonde seria feliz.

In the name of love |TaeyoonseokOnde histórias criam vida. Descubra agora