O Garoto da Live

5. Odio é uma palavra muito forte

Jelle Albuquerque

-Ódio é uma palavra muito forte -digo para Mical que estava em ligação comigo desde de que Catarina foi embora
-O amor também, e as pessoas dizem como se não fosse nada - ele diz
-Anda lendo Peter Pan?
-Talvez-ela coça a nuca
-Enfim, ela me lembra a Alyssa
-E oque ela tem haver com aquela mulher?
-Ela é tão falante como ela, tão curiosa quanto ela, tão extrovertida quanto ela, tão risonha quanto ela, e tão bonita quanto ela. Por mais podre que Alyssa possa ser, ela era bonita
-Era não meu amigo, ela ainda é
-Desde de que Samy morreu, pra mim ela foi junto
-Não te julgo não. Voltando a garota cacheada de olhos bonitos: eu acho que você fica sem jeito perto dela, por isso age de forma tão rude.
-Oque? Claro que não! Eu sou assim com todo mundo
-Não age assim com a mãe dela, comigo, com aquele povo que você tá trabalhando na igreja, não age assim com Enzo nem com Tomaz. Você tá afim dela e não admiteeeee. Você é um anti social, não um mal educado. Eu acho que na primeira vez que se falaram você estava irritado pelo fato da sua mãe ter feito aquele jantar contra a sua vontade e porque aquela menina que eu não sei o nome te deixou desconfortável, então você estava impaciente e foi grosso com ela, já na segunda vez, acho que foi por não se conhecerem e julgar somente pela aparência.
-Segura a emoção Mical, tô aqui a menos de 1 semana, mas, essa suposição provavelmente está certa. Mas ainda assim, insisto em acreditar que ela que me odeia, e eu nem sei o porque
-Você que provoca a coitada
-Ela foi muito invasiva
-Você chamou ela de mimada e curiosa
-Ela me chamou de arrogante e metido a besta
-Foi alto defesa
-Tá do meu lado ou do lado dela?
-É pra ser sincero?
-Vai se lascar Mical
-Eu acho que você podia pedir desculpa, dizer que quarta você teve um dia ruim e pedir pra tentarem ser amigos
-Não vou fazer isso, ela que começou
-Você está agindo como uma criança de 7 anos
-Tá, suponhamos que eu peça desculpas e ela aceite tentar um relação menos irritante, vou fazer oque? Chamar ela pra fazer skin care e fazer compras? Escutar aquele papo chato de garotas em que elas falam mal de nós meninos lindos e maravilhosos?
-Acho que é essa sua alto estima tão alta que a incomoda
-Não tenho culpa de ser perfeito
-Já dei minha opinião, nos livros que minha prima lê os melhores romances começam assim
-Tchau Mical
-Opaaaaa! Peraí!
-30 segundos até eu desligar
-Não tá ansioso pra me ver não? Semana que vem tô aí meu nego, conhecer minha futura cunhadinha- o olhei por uma última vez com as sobrancelhas erguidas e desliguei a ligação

Ligação Off;

Era só oque me faltava, dizer que tô afim da menina de olhos brilhantes. Não seria uma ideia ruim pedir desculpa, já que eu fui realmente muito arrogante com ela. A bixinha só fez algumas perguntas.

-JELLE ALBUQUERQUE- minha mãe grita da sala, saio correndo pensando ser algo sério, ao chegar a vejo com a mão na cintura me olhando com os olhos cerrados
-O que eu fiz?
-Oque você fez? Como pode falar com Catarina daquele jeito? Uma garota tão doce e boa, e você a chama de curiosa e mimada! Quando foi que te ensinei isso?
-Em minha defesa -ela me corta
-Em sua defesa coisa nenhuma. Vocês dois parecem cão e gato, agindo como crianças. Oque ela te fez?
-Como eu estava dizendo mamãe -ela me corta mais uma vez
-Quero que peça desculpas e vire amigo dela
-Oi? Como é senhora? Não tenho culpa, ela faz muitas perguntas e isso me irrita
-Pelo menos ela conversa, é o jeito dela
-Tá me chamando de anti social?
-Tô meu filho
-Me senti ofendido, é verdade, mas ainda sim estou ofendido
-Para de drama! Não vou falar com você de novo, me matou de vergonha na frente dela e da mãe. Domingo, quero um pedido de desculpas descente, ela é uma dama, e você um cavalheiro. Estamos entendidos?
-Sim mamãe- digo derrotado
-Perfeito, estou saindo, seu pai foi jogar futebol e eu vou jantar com umas amigas. Pede comida ou faz, só não morra por favor. Beijinhos, mamãe te ama- beijou minha cabeça e sai.