O Garoto da Live

2. Ideia brilhante

Catarina Leão

Ignoro aquele olhar me fuzilando e tento puxar assunto.

-Então estava nos Estados Unidos? Por isso nunca te vi aqui
-Fiz High School lá- respondeu seco

Ele era fechado, na dele. Oque me aborrecia, porque eu tinha muitas perguntas para fazer.

-E então...a quanto tempo voltou?
-Cheguei no sábado
-Como entrou tão rápido assim na live?
-Eu sou bom- humilde ele graças a Deus
-Mas assim do nada? Eles não te treinaram? Você fazia isso nos Estados Unidos? Hoje foi seu segundo culto? Você...- ele se vira bruscamente para mim
-Você é sempre tão curiosa?- pergunta com um sorriso intimidador no canto da boca

Você é sempre tão grosso? Quis perguntar. Fecho a cara e continuo andando.

O resto do jantar foi um desastre, tia Andréia o tempo todo falando do filho, minha curiosidade aumentando e a impaciência dele também. Era nítido que ele era meio anti-social. Decido ignora-lo também e falar com meus friends.

Gang do Fundão

-Oii feiosos

Lucca:Oii Cat

-Como tá aí?

Pam:Ótimo

Lucca:Eu tô falando, ela é oca por dentro. A bonitinha aí pediu um combo de dois sanduíches e um pode se esbaldar, só pra ela.

Pam:Cala a boca padrãozinho

Dassa:Parem de briga vocês dois, casem logo!
Mas é verdade, acho que ela tá passando fome em casa.
Conta, como tá aí?

-Legalzinho.
Oque o filho da Andréia tem de lindo ele tem de metido.

Teus: Mais bonito que eu impossível.

-Tadinho.
Ele não parece um filhote de cruz credo igual você.
Mudando de assunto, que história é essa que vocês vão jantar na minha casa amanhã?

Lucca: Tchau Cat, minha comida chegou

-Safado
Vocês são um bando de folgados

Não se passa muito tempo e meus pais decidem ir embora, pego minha bolsa e me despeço da tia Andréia e tio Joseph, marido dela.

-Volta sempre tá minha querida?!
-Claro tia, venho te visitar. Tchau Jelle
-Tchau Catzinha- diz com um pequeno sorriso sarcástico no rosto. Que apelido ridículo era aquele? E por que diabos ele falando ficou fofo?

Dou um leve sorriso e entro no carro, quando fecho a porta, pelo vidro vejo ele passar os braços pelo ombro de sua mãe e me encarar.

Desvio e olhar e escondo minha cabeça na janela, meu pai da partida e coloca uma música qualquer, vou me afundando em meus pensamentos e nem percebo quando chego em casa.

Me despeço dos meus pais e vou para meu quarto, eu não estava cansada, dormi quase a tarde inteira e não estava sentido sono algum. Olho para meu quarto e analiso as opções: eu poderia ler, tomar um banho, estudar ou tentar dormir.