1. Toda queimada

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Catarina Leão

Acordei com um brilho lindo do sol, com um clima agradável e pássaros cantando e voando lindamente no céu.

Mentira.

Meus olhos pesavam, minha cabeça latejava. Uma cólica insuportável e calor extremo. O sol brilhava mais do que deveria, o clima não estava nem um pouco agradável e os pássaros não cantavam.

Estava de férias, e diferente da maioria das pessoas, eu não estava viajando e nem passando o dia na casa de alguma amiga fazendo as unhas, arrumando o cabelo e falando de garotos. Era só eu, Catarina Leão, no meu quarto, com cólica e rodeada dos meus livros.

-VALENTINA-grito minha irmã-VALENTINAAAAAA-mais uma vez e nada, minha cabeça começa a doer mais, oque me leva ao ato repentino de me levantar rápido e ligar a luz, deixando minha visão escura por um tempo, com minha cabeça latejando ainda mais.

Depois de me recuperar da minha quase queda de pressão momentânea, vou na cozinha, e ao passar na sala vejo minha irmã no celular, oque me faz revirar os olhos e suspirar. Pego meu remédio, tomo mais rápido possível e suspiro, a claridade do sol estava me matando, volto pro quarto, apago a luz, me deito e sinto meus olhos pesarem ainda mais, quando caio no sono.

• • •

Escuto a porta sendo aberta e sinto alguém entrar no meu quarto, quando me viro a claridade do corredor adentra no cômodo e vejo meu pai.

-Oii papai, bença-digo com voz de sono
-Deus te abençoe. Papai trouxe lanche, vem comer.
-Tá bom. Nós vamos na igreja hoje?
-Até onde eu sei sim
-Eu já vou comer, só vou acordar direito e tô indo.
-Tudo bem. Só não demora, se não vou comer todo o bolo
-Tá bom-digo rindo.

Me direciono ao banheiro e me preparo para tomar banho. A proveito e molho o cabelo o mais rápido que posso. Coloco minhas roupas íntimas, uma camisola e enrolo o cabelo na toalha, saio do quarto e vou em direção a cozinha.

Pego uma panela pequena, encho de água e coloco para ferver, pego a bolsa que coloco a água e deixo aberta. Me sento na mesa e me sirvo com um pedaço de bolo e um pouco de suco.

-Você tá com uma cara de acabada-meu pai disse rindo
-Hahaha. Tô com cólica e minha cabeça tá latejando de tanta dor.
-Oh tadinha gente, tadinha,tadinha-ela me aperta e faz cosquinha, não consigo segurar a risada-eu iria te chamar pra ver filme, mas já que você não está bem, vou dormir.
-Vamos deixar pra outro dia então. Cadê a Valentina?
-Foi para casa da amiga
-Ata

Volto ao quarto, pego uma bombinha, creme e gelatina capilar e faço uma rápida finalização. Volto a cozinha e me lembro da água que deixei fervendo, quando olho para o fogão o fogo já estava desligado, papai deve ter se lembrado.

Pego a água que já estava bem quente, coloco na bolsa e pego uma toalha pequena, deito do sofá e arrumo a bolsa em cima de mim. Depois de um tempo, a dor diminuiu e a fome aumentou.

Me levanto devagar e pego mais um pedaço de bolo, faço um suco de uva, e um pedaço de pavê que eu tinha feito no dia anterior. Sei que parece estranho, mas esquento o pavê, gosto dele meio quente.

Podem me julgar á vontade.

Escuto a porta sendo aberta e vejo minha mãe entrar. Levanto e a abraço, peço bença e depois sento de novo, ela vai pro quarto e eu volto a alimentar o dragão que existe dentro de mim.

O tempo passa e eu decido ligar a TV e colocar algo pra ver, fico passando o canal e paro em um que passava As patricinhas de Beverly Hills.

Fico assistindo até minha mãe chegar com seu crochê é sentar no sofá.

O Garoto da LiveOnde histórias criam vida. Descubra agora