~Capítulo II~

250 27 40
                                    

-Capítulo II- Livraria-

Crowley abriu os olhos os fechando com força novamente. Resmungou irritado logo se levantando levemente na cama, caiu na mesma novamente estalando os dedos fazendo com que as cortinas se fechassem. Se remexeu na cama ficando de barriga para cima. Estava completamente sóbrio agora, e não queria estar sóbrio. Revirou os olhos logo respirando fundo, sentou na cama no mesmo instante que ouviu um barulho vindo da parte de baixo da livraria, se levantou rapidamente saindo do quarto, desceu as escadas tão rápido que poderia cair a qualquer momento.

Suas mãos tremiam, estava eufórico, começando a sentir um quente em seu corpo, de animação e nervosismo.

— Anjo?!– Gritou levemente animado.

— Me chamou?– Ouviu uma voz o respondendo, mas não a voz que esperava, era uma voz mais fina e mais animada, era a de Muriel.

— Ah... É você.– A serpente suspirou decepcionado, o anjo não pareceu perceber sua decepção então continuou com seu grande sorriso brilhante.

— Sim! Sou eu!– Disse com uma grande animação– Achou o que procurava?

— Ahm? O que?

— O que Aziraphale o pediu para vir pegar, achou?–  Crowley abriu a boca se lembrando da desculpa que havia arrumado para entrar ali.

— Ah... Não. Mas volto outro dia, para procurar melhor.

— Ah, claro! Boa sorte da próxima vez!– Diz animada.

O demônio força sorriso olhando pela janela, desviou os olhos por conta da clareza, não havia acostumado os olhos ainda, até que se lembrou de seus óculos, tateou o próprio corpo procurando os mesmos, foi até a bancada na frente da livraria, foi na mesinha no meio da entrada logo se lembrando de que havia deixado no quarto.
Revirou os olhos voltando para o andar superior, foi até o quarto de Aziraphale pegando os óculos na mesinha, viu a garrafa de vinho pela metade no chão. A pegou logo descendo as escadas novamente.

Acenou rapidamente para Muriel logo saindo da livraria, foi direto para seu carro que estava do outro lado da rua entrou no mesmo, jogou a garrafa no banco e deu partida começando a dirigir em alta velocidade pelas ruas movimentadas de Londres.

Dirigiu até o Ritz, fez um milagre para uma mesa ficar livre, foi até a mesma e pediu o cardápio inteiro de bebidas enquanto encarava a cadeira vazia a sua frente, esperando que por um milagre o anjo aparecesse em sua frente, assim como aconteceu quando a livraria havia pego fogo. Logo a primeira garrafa de vinho chegou, a bebeu inteira em questão de segundos, chegou a segunda, a bebeu mais rápido que a primeria, e então veio a terceira, a quarta...

****

Ele teve a audácia de soluço– de me largar pra ir pro... Céu!Crowley se lamentou indignado pela centésima vez somente naquela hora.

Nina bufou revirando os olhos, o demônio estava na sua loja já fazia algumas horas, o mesmo havia chegado bêbado e passou o resto das horas abraçado a uma garrafa de vinho vazia sentado no canto do café. Espantou todos os casais que ousavam entrar naquele café sendo felizes. Bufava a cada dez segundos.

Naquele instante, o café já estava fechado, a rua inteira estava escura e Crowley continuava ali, bêbado e se lamentando enquanto chorava e babava, murmurava o nome do anjo, gritava sua raiva por ele ter ido embora, falava sobre ele ter o deixado a cada dois minutos. E Nina já estava com a paciência se esgotando, estava a mais de uma hora tentando fazer com que a serpente fosse embora para que fosse dormir, mas nada adiantava.

~Caídos~Onde histórias criam vida. Descubra agora