III - Peão

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Notas iniciais: oiii gente, perdão a demora pra postar, espero que vocês gostem! Um capítulo um pouquinho (5%) mais feliz se comparado aos outros 2.
Tw: Não leia se tiver gatilho com abuso psicológico, gore leve, agressão ou com abuso infantil implícito.

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Ramiro pisca repetidas vezes tentando entender o que exatamente está lhe sendo oferecido. Ele franze as sobrancelhas confuso enquanto olha para seu primo a sua frente, mordendo os lábios nervosamente.

-Me perdoa primo, eu. . . Só um burro mesmo mais. . . Como assim? -Pergunta o pré adolescente, seu coração acelerado enquanto ele tenta se acalmar. Seu primo mais velho não pode estar oferecendo o que pensa que está, não pode ser sério. . .

Joaquim, seu primo favorito apenas o encara por alguns minutos antes de suspirar, seus olhos estão lacrimejados e ele parece estranhamente assustado enquanto puxa suas calças repetidamente para cima.

-Oia Ramiro, ocê é meio fraco então eu naum botava muita fé se fosse ocê mais. . . O dotor Antônio tá precisando di um peão e se oce quise, cê podi tenta a sorte e intenta trabaia com eli. -Explica o mais velho novamente fazendo o coração de Ramiro acelerar em seu peito.

-Mas. . . Os primo tudo podi tenta, se tu acha que eli não vai quere nenhum deles, purque se acha que eli vai me quere? -Pergunta, seus olhos brilhantes enquanto ele tenta controlar o sorriso que quer crescer em seu rosto com a possibilidade de trabalhar para o dotor Antônio.

Ele já ouviu falar do homem, ele é conhecido por sua cidade inteira e as vezes visita. Ramiro já o viu de longe e mesmo sendo estúpido do jeito que é, ele sabe reconhecer poder puro quando vê.

Só essa oportunidade, já é algo que ele vai agradecer por ter tido pelo resto de sua vida.

-Ué, eu num acho nada. Só to ti oferecendo a oportunidade, tu pode intenta o não, aí depende docê. -O quase adulto desconversa e Ramiro sente vontade de se ajoelhar no chão e agradecer o outro homem até a morte.

Ele põe a mão no ombro do primo não se aguentando mais, se ele fosse menor abraçaria seu primo, mas ele não é e tem certeza de que não sera bem recebido se tentar abraçar o outro, então ele apenas se curva um pouco e sorri como se estivesse vendo o mundo com cores pela primeira vez em toda sua vida.

-Jo-Joaquim, primo. . . Brigado, muito brigado! Ocê. . . Vai ser minha salvação, muito obrigado! É claro qui eu aceito.

Ramiro esta eufórico, ele não consegue se lembrar da última vez que esteve tão feliz.

Sua chance finalmente chegou! Finalmente finalmente finalmente chegou! Ele finalmente vai dar um jeito de provar que ele pode ser mais que um fardo.

Ele pode ser um peão!

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Quebra de tempo -
Na fazenda do Antônio.

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Ramiro pisca exasperado, seus olhos brilhantes como não ficam a anos enquanto ele sente seu coração acelerar ansioso sem conseguir se controlar em seu peito.

Ele olha ao redor absorvendo cada detalhe da fazendona, desde a extensa plantação de milho e de soja ao seu redor até o céu azul sem nuvens. Desde a grama alta até a estrada batida.

Essa é a segunda vez na vida inteira de Ramiro que ele viaja de carro mas deuses, ele não quer que seja a última!

Isso é infinitamente melhor que caminhar, e a. . . Joaquim lhe disse que se chamava caminonete, a caminonete apesar de claramente velinha é linda, ela brilha sobre o sol e Ramiro não sabe o que ele não faria para tê-la.

Luz e SombraOnde histórias criam vida. Descubra agora