Notas iniciais: Oiii gente, demorou mas chegou kkkkkkkkkkkkk e tá meio doloroso (ia ser mt pior mas eu tive dó de vocês.)🥹
Eu não revisei então se tiver algum erro me perdoem kkkkkkk, eu só queria ter certeza que ia postar hj kkkkk🥹
Amo vocês, espero que gostem e não leiam se tiverem gatilho com abuso infantil, psicológico e trabalhista.
-------------------------------------------------Ramiro treme na cama confortável e macia do hospital.
Depois de quase duas semanas ali, ele já se sente mais confortável, melhor, mais vivo. Seu corpo já se recuperou muito dos ferimentos que Antônio causou e ele já está quase ganhando sua alta fisicamente.
Emocionalmente entretanto. . . Aí é outra história. (Não que qualquer um além de Kelvin realmente se importe com seu estado mental.)
Se antes as vozes já falavam demais, agora elas não parecem se calar nunca.
Ele tem tanto medo, {medo de Antônio fazer de novo, medo que ele meta outra pessoa nesse joguinho maldito, medo de que ele bote seu Kelvin no meio disso, medo que ele o puna de novo} tanta dor, {e não é a física porque Ramiro aprendeu há muito tempo a ser resistente a esse tipo.} tanta tristeza, {como alguém pode ser tão inútil, tão insuficiente?} tanto luto e é um luto que ele nem mesmo entende. Ele sabe que não deve sentir saudade de Antônio, que agora ele tem alguém que realmente o ama e vai cuidar de si, que ele não precisa mais se agarrar a seu patrão como se fosse a única coisa que ele tem porque agora as coisas não são mais assim. Mais fácil dizer do que se acostumar, do que realmente acreditar no entanto.
Mesmo com Kelvin, ele fica sempre esperando a última madeira cair. Sempre esperando ele atacar, sempre esperando ele se mostrar como Antônio e ele se sente tão culpado por isso mas foi o único tipo de "amor", a única coisa parecida com isso que ele já conheceu antes, e mesmo confiando no ruivo, ele não consegue fingir costume. Ele não consegue deixar de tremer quando ouve as palavras jumento, não consegue evitar se encolher quando mãos levantam muito alto pra cima e quando um tom é falado muito alto. Não consegue fingir que não está profundamente traumatizado, isso desde muito antes da última surra. (Não a primeira.)
Seus olhos lacrimejam e ele engole em seco trêmulo, esperando Kelvin voltar (ele estava falando com Aline e Caio, os impedindo de conversar com Ramiro porque porra, isso definitivamente não era o que Ramiro precisava agora.) enquanto olha para o nada, tentando não focar no que as vozes insistem em falar.
"Monstro. . . " "Fardo. . . "
"Problema. . . " "Indesejado. . . " "Assassino. . ." "Cão de guarda. . ." "Inútil. . ." "Imprestável. . ."Cada minuto deitado na cama parece uma tortura cada vez mais longa para Ramiro, sua mente insistindo que ele não merece isso. Não merece ser cuidado, não merece descansar, não merece se curar.
Ramiro foi criado para trabalhar, passou a vida fazendo isso sem parar, 4 horas de sono, 18 horas de trabalho, 1 hora de almoço, ele cresceu nessa rotina, está escrito em sua pele! Está impresso em sua cabeça, é assim que a vida deve ser!
O repouso tão longo parece quase doloroso. Não porque ele não quer descansar mas sim porque ele não merece! Porque ele não deve! Porque pessoas como ele não tem isso! E acreditar que elas podem ter é a fórmula para a decepção.
Porque ele não precisa disso. E ele não pode precisar.Doenças? Vai continuar trabalhando sobre o sol quente ou a chuva fria, você quer perder o teto sobre sua cabeça? Você não merece comer se não trabalhar!
Imprevistos? Isso não existe, se você sair mais cedo vai perder, ser descontado o dia inteiro!
Emergências? O que é mais importante que seu trabalho e seu patrão? Você não tem o direito de ter prioridades!

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Luz e Sombra
Fanfiction5 vezes que Ramiro é chamado ou considerado algo, e uma vez que Kelvin o faz descobrir algo. Kelmiro /+18 / 5+1 TW: abuso sexual implícito, abuso infantil e psicológico e violência, não leia se tiver gatilho.