TAEHYUNG
Minhas bochechas estavam vermelhas, meu cabelo, uma bagunça desgrenhada, e eu parecia estar exatamente como estava: fodido. Corri para o banheiro, assim Jungkook poderia atender a porta do escritório.
Olhando no espelho agora, não havia dúvida de que tinha feito a escolha certa. Estava ainda mais certo disso quando ouvi a voz do Jimin. Ótimo, o vice-presidente de recursos humanos acabou de entrar na sala de Jungkook, que provavelmente ainda cheirava a sexo.
A serenidade que eu senti menos de três minutos atrás foi substituída por sua amiga, a paranoia.
Fizemos muito barulho? Gemi alto? O escritório inteiro ouviu? O que eu estava fazendo?
Estabeleci regras básicas e as quebrei na primeira vez que Jungkook pressionou um pouco. Não tinha aprendido nada com meus erros?
Vulnerável, fui, na ponta dos pés, até a porta e encostei a orelha contra ela.
— O que você estava fazendo? — perguntou Jimin.
— Estava ao telefone.
Sua voz soou suspeita. Imaginei que Jimin semicerrava os olhos enquanto falava.
— Com quem?
— Um fornecedor. Não que seja da sua conta. O que você quer, Ji?
A voz dele se tornou mais distante, e tive que me esforçar para ouvir. Ele deve ter caminhado até a janela ou para a área de estar, do outro lado da sala.
— A detetive Balsamo me ligou nesta manhã. Ela está procurando você.
— Estive ocupado.
— É por isso que estou aqui. Não é como se você deixasse para lá qualquer coisa relacionada a Peyton. Houve um tempo em que eles não conseguiam tirar você da delegacia, de tanto que estava envolvido.
— Foi na época em que larguei meu trabalho e passei a maioria das noites bêbado. Não quero voltar àqueles dias.
— Entendo. De verdade. Mas queria ter certeza de que nada mais estava acontecendo. Você parece... diferente ultimamente.
— Diferente? Como?
— Não sei. Mais jovial, acho.
— Jovial? E eu sou o quê? Um velho gordo alegre que anda em um trenó?
— Algo está acontecendo com você. Eu sei. Está saindo com alguém?
A sala ficou quieta por um minuto, e me perguntei como ele responderia. Parte de mim queria que ele dissesse que estava, só para ouvi-lo declarar em voz alta para um de seus amigos mais próximos. Mas ele estava falando com o vice-presidente de recursos humanos do trabalho – provavelmente não era a melhor pessoa para fazer essa declaração.
— Não que diga respeito a você, mas, sim, estou.
— Alguém com quem você já saiu antes?
— Não vou falar sobre isso.
— Quando vou conhecer?
— Quando eu estiver pronto.
— Isso significa que você espera que a pessoa fique por perto?
Jungkook bufou.
— Tem algo realmente importante que você tenha vindo discutir? Porque eu estava ocupado quando você apareceu.
— Tudo bem. Mas você ama minhas interrupções, sabe disso.
Ouvi passos se aproximarem, seguidos do clique da maçaneta da porta, mas depois ficou silêncio de novo sem que a porta tivesse se fechado. A voz do Jimin estava séria quando falou e, por algum motivo, eu o visualizei, parando e olhando por cima do ombro.
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O Chefão
RandomNa primeira vez que vi Jeon Jungkook não causei exatamente uma boa impressão. Eu estava escondido no banheiro de um restaurante, mandando mensagem de áudio para meu melhor amigo me salvar de um encontro horrível. Ele ouviu, disse que eu era um canal...