Esposa de Mentirinha | Jenlisa

Capítulo 1

Em um dos consultórios do Centro Médico de National City, Jennie estava terminando de arrumar tudo para poder receber os primeiros pacientes da Dra. Lisa Manoban.

Sua rotina durante a semana era sempre a mesma. Acordava cedo, arrumava o café da manhã para os filhos, os levava para a escola e de lá iria trabalhar. O resto do dia, as crianças ficavam com a babá, e Jennie os via novamente quando retornava para casa bem no finalzinho da tarde. Aos fins de semana, tentava aproveitar o dia ao lado deles.

Assim que terminou de arrumar os prontuários em suas mesas, viu Bambam — um dos empregados de uma das empresas que forneciam materiais ao consultório entrar na sala de espera puxando um carrinho com algumas caixas empilhadas. Quando havia entrega de alguma coisa, sempre eram feitas meia hora antes do expediente começar. Bambam nem batia mais na porta para anunciar a sua entrada, pois já estava acostumado a aparecer por ali quase toda semana.

— Bom dia, senhorita Kim!

— Olá, Bambam! — o olhou com um pequeno sorriso. — O que temos aqui hoje?

O rapaz de vinte e poucos anos a entregou uma das caixas para que pudesse verificar os produtos.

Toda vez que havia entrega, ainda que outras pessoas trabalhassem naquele local, Jennie verificava tudo para saber se estava de acordo com o que Lisa havia pedido. Não dava para correr o risco de pegar algum material na hora da cirurgia e não ser o que era esperado. Aquela nem era a sua função, mas fazia por saber como sua chefe quase entrava em surto quando algo dava errado. Então se podia evitar de ver a loira ficar reclamando ao telefone pela encomenda errada, ela evitava.

Abrindo a caixa, a assistente da Dra. Manoban franziu o cenho. Definitivamente, aquilo não era o que havia sido pedido. Nem de longe um produto daquele material era usado naquele consultório. Tudo era sempre de primeira para satisfazer os clientes, mas aquilo na caixa nem poderia ser chamado de segunda.

— O que é isso? — perguntou pegando o que deveria ser uma prótese de silicone para os seios.

— Peitos em saquinhos — se aproximou olhando para a prótese na mão da morena. — As mulheres colocam nos moranguinhos, para virarem melões.

A vontade de rir daquela explicação era grande. Jennie não sabia de que parte do mundo Bambam tinha vindo, mas, às vezes, achava que era até de outro planeta. O jovem costumava a ser muito aleatório quando tentava dar certas explicações. Geralmente, Lisa era quem as gosta de ouvir para cair no riso.

— Não foram — balançou a prótese — esses peitos que eu pedi. O quê que é isso? Parece um balão cheio de mel.

— É o que estava no pedido — olhou para a prancheta em sua mão verificando.

— De jeito nenhum eu pedi isso. Esses — balançou novamente a prótese — não são iguais a esse — colocou a mão no seu próprio seio.

Bambam colocou a prancheta de lado e levou a mão até a prótese para apertar.