II

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Olivia

Pedri buzinou no portão do meu prédio às 20h em ponto. Eu ainda estava chegando na recepção e felizmente, o meu porteiro favorito estava ali e não soltou um pio sobre o carro de luxo buzinando sem parar durante o plantão dele.

Entrei no carro o mais rápido que pude, sentando no banco da frente e colocando o cinto.

- Boa noite pra você também, Olivia.

- Sinceramente, não te ensinaram a não buzinar na porta dos outros?

- A parte boa de ser rico é que coisas triviais como essa não me atingem.

- Rico e esnobe.

Fiz uma careta pra ele, arrancando um sorriso do seu rosto carrancudo. Reparei que ele tinha deixado a barba crescer mais desde a última vez que nos vimos, o que valorizava bastante o seu rosto.

E ele estava muito bem vestido também, com uma calça cargo, uma camisa branca lisa e uma jaqueta de couro.

- Gostou da roupa?

- Hm?

- A roupa. Tá distraída, Oli?

- Não, não. Meu ouvido é ruim, você sabe. Adorei a roupa, obrigada. Não precisava ter feito isso.

- Somos amigos a 15 anos e você ainda não aceitou que eu gosto de te presentear.

Ele encarava a pista, concentrado, mas ainda assim eu conseguia ver que havia algo errado. O motivo pelo qual ele estava me levando para aquela festa ainda era uma incógnita para mim, mas eu não tinha pressa em decifrar isso.

- Eu não gosto que gaste o seu dinheiro com coisas superficiais.

- Superficial? Talvez? Mas ficou lindo em você, então... pode me perdoar dessa vez?

- Só se você me deixar escolher a música da viagem.

- Vai ser Lana del Rey de novo? - ele pergunta, apreensivo.

- Não, Lana del Rey é só pra quando eu estou me sentindo gostosa e depressiva. Vamos escutar algo mais animado.

E coloco "Welcome to New York", da Taylor Swift.

- De certa forma, foi ainda pior.

- Vamos, eu sei que você adora o meu gosto musical em sigilo.

Pedri pode não ter cantado comigo, mas eu vi o seu corpinho espanhol dando leves indicios de que estava se mexendo de acordo com a batida.

Finalmente chegamos na boate, mas Pedri preferiu entrar pelos fundos, longe dos olhares curiosos de possíveis papparazzi.

Mesmo de fora, eu conseguia ouvir a música alta e olhei para a porta, apreensiva. Pedri me analisava, ainda encostado no carro.

- Eu quase me esqueci que você nunca veio a um lugar como esse.

- Não precisa se preocupar, eu vou ficar bem - Ajeitei a bolsa no ombro - Quem sabe eu não encontre aí hoje o amor da minha vida.

- Isso eu duvido muito.

Ele segurou minha mão e me levou para dentro da boate, o barulho do lado de dentro era tão alto que demorou alguns segundos para que eu me acostumasse.

Pedri me guiava entre aquela multidão de pessoas, até que eu vi alguns rostos conhecidos.

Ferran Torres e Alejandro Balde estavam sentados em um dos muitos sofás do salão, conversando entre si, quando nos viram chegar. Eu os conhecia muito bem, apesar de eles não me conhecerem. Até porque, independente do Pedri, eu era torcedora do Barcelona desde o ventre e aqueles dois faziam parte do meu time do coração.

Visca Barça, Love PedriOnde histórias criam vida. Descubra agora