Thirteen

151 27 31
                                    

Sábado, 1º de setembro de 2012 19h15

— Seu espaguete é péssimo. — Dou mais uma garfada e fecho os olhos, saboreando o que possivelmente é a melhor massa que já comi.

— Você está adorando e sabe muito bem disso — diz ele. Ele se levanta da mesa, pega dois guardanapos e me entrega um ao voltar. — Agora limpe o queixo. Tem molho do espaguete péssimo grudado em toda parte.

Depois do incidente na geladeira, a noite praticamente voltou ao normal. 

Ele me entregou um copo d’água, me ajudou a levantar da mesa, me deu um tapa na bunda e me obrigou a ajudá-lo. 

Era tudo o que eu precisava para deixar o constrangimento de lado. 

Um belo tapa na bunda.

— Já brincou alguma vez de Questionário do Jantar? — pergunto para ele.

Ele balança a cabeça devagar. 

— Será que quero brincar disso? 

Faço que sim com a cabeça. 

— É uma boa maneira de se conhecer. Depois do nosso próximo encontro, vamos passar a maior parte do tempo nos agarrando, então é melhor nos livrarmos logo de todas as perguntas.

Ele ri.

— Tudo bem. Como se brinca? 

— Faço alguma pergunta bem pessoal e constrangedora, e você só pode beber ou comer algo depois que responder com sinceridade. E vice-versa.

— Parece fácil — diz ele. — E se a pessoa não responder?

— Ela morre de fome.

Ele tamborila os dedos na mesa e pousa o garfo. 

— Topo.

Eu provavelmente já devia estar com as perguntas preparadas, mas, considerando que inventei esse jogo há trinta segundos, teria sido meio difícil. 

Tomo um gole do que sobrou do meu refrigerante com gelo derretido, e penso. 

Fico um pouco nervoso, com medo de ser curioso demais, pois isso sempre acaba mal.

— Pronto, tenho uma pergunta. — Deixo o copo na mesa e me encosto na cadeira. — Por que me seguiu até o carro no mercado?

— Como já disse, achei que era outra pessoa. 

— Eu sei, mas quem?

Constrangido, ele muda de posição e limpa a garganta. 

Sem pensar, estende o braço para pegar o copo, mas eu o interrompo.

— Nada de beber. Primeiro responda. 

Ele suspira, mas depois cede. 

— Não tinha certeza de quem você me lembrava, simplesmente parecia com alguém. Só depois percebi que era com meu irmão.

Enrugo o nariz.

— Eu o lembro de seu irmão? — Estremeço. — Isso é um pouco perturbador, JungKook.

Ele ri, depois faz uma careta. 

— Não, não desse jeito. Não desse jeito mesmo. Você é bem diferente dele. Mas tinha algo em você que me fez pensar nele. E não sei por que te segui. Foi tudo tão surreal. Toda aquela situação foi um pouco bizarra, e, depois, encontrá-lo na frente da minha casa mais tarde… — Ele interrompe a frase e olha para a mão enquanto passa os dedos na borda do prato. — Foi como se fosse predestinado.

Missing - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora