CAPÍTULO 6

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   A discussão no andar debaixo era alta, meus irmãos estavam em seus próprios quartos, aflitos demais para sequer pensar em sair com a gritaria, e eu só podia pensar em fazer o mesmo

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   A discussão no andar debaixo era alta, meus irmãos estavam em seus próprios quartos, aflitos demais para sequer pensar em sair com a gritaria, e eu só podia pensar em fazer o mesmo.

   Mamãe e Paul já estavam nessa a um tempo, a briga havia se iniciado no jantar, quando a velha cega demonstrou seu claro desagrado com a comida que mamãe havia feito, e não ajudou que o ambiente já estivesse tenso pelo que o dia de hoje representava.

   Percy era muito novo para isso, ele tinha apenas onze anos e não merecia ouvir seus pais brigarem, Pandora era a mais velha, com seus dezoito anos, mas ela também não deveria ter se acostumado com isso. Eu queria poder fazer algo, queria ter forças para sair no quarto escuro e descer para a sala, queria ter forças para mandar os dois adultos lá embaixo calarem suas malditas bocas, queria que eles notassem que há três crianças no andar de cima, escutando todos os insultos disferidos.

   Mas mesmo que minha mente implorasse para que eu fizesse isso, meu corpo não respondia, em vez disso, fiz a única coisa que eu poderia... eu fugi, e eu me odeia por isso porque eu esperava que eles estivessem à espreita, eu esperava que qualquer emoção, boa ou ruim que eles me infligissem pudesse amenizar meu desgosto por mim mesma, por eu não conseguir ser forte o suficiente para enfrentar dois adultos pelos meus irmãos.

   Meia noite marcava no relógio digital ao lado da minha cama, eu sabia o que significava, caminhando até minha janela, coloquei metade do meu corpo para fora, me agarrando ao painel de vinhas do lado de fora da janela, e mesmo que a altura me deixasse tonta, tudo em mim gritava por essa fuga.

   O alívio só veio até mim quando meus pés alcançaram o chão, não durando o suficiente quando vi um canivete enroscado em uma das vinhas, pegando o objeto eu tive minha confirmação, a caveira com dois x no lugar dos olhos havia sido gravada no cabo.

   Eles estavam aqui...

   Olhando agora para a situação, eu sabia o que tinha que fazer, minha casa ficava perto da praia, mas também ficava perto da floresta, e entre ambos os caminhos eu preferia não estar em um lugar exposto, então eu corri, corri para a mata adentro, onde pude ouvir ao longe o farfalhar das folhas. O suor escorria pela minha testa e minhas mãos estavam úmidas, a adrenalina passava por minhas veias como uma corrente elétrica, uma respiração estava descompassada, mas eu sabia para onde deveria ir, porque o jogo já havia começado.

MIDNIGHTOnde histórias criam vida. Descubra agora