07. woeful surprises

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20 APRIL 1989

celebrações quietas e quase silenciosas tomaram forma no momento em que mirae finalmente recuperou a consciência. com dificuldade, im assimilou uma figura azulada num canto do quarto e logo percebeu que não havia tempo para uma reabilitação pacífica.

− olha aqui, menina, você precisa nos contar o que você viu. ― disse o policial.

mirae parecia não ter compreendido.

− entre os sobreviventes, você estava mais perto do epicentro da explosão então eu tenho certeza que você viu alguma coisa.

o tom de voz alto e prepotente do homem a estressava. mirae tentou formar palavras, mas era uma tarefa extremamente difícil; além disso, não conseguia se lembrar de nenhum dos eventos que se passaram no dia dezoito.

ela apenas mexeu a cabeça, tentando indicar que não sabia de nada.

− como assim você não sabe de nada?! você estava lá!

mirae moveu a cabeça novamente, incitando o policial a usar um tom de voz mais agressivo e se aproximar desnecessariamente da menina.

− olhe para mim. se você não me falar o que sabe, esses terroristas vão continuar à solta e matando todo mundo e você não vai estar ilesa- ― subitamente, o homem foi interrompido pelo som feito ao abrir a porta.

mirae continuava preocupada. não só com as palavras do homem, mas também com a aparição de sua mãe. seoyun apenas soltou a porta de modo que esta batesse e o som resultante atraísse a atenção dos presentes no quarto.

− soldado, se você continuar gritando com a minha filha, você estará demitido.

o homem tirou o chapéu e levou ao peito, agora mais "manso" e até um pouco intimidado. pelo visto, não sabia que a mãe daquela garotinha patética e indefesa era a sua chefe.

− agora saia daqui, você está assustando ela.

[...]

27 APRIL 1989

mirae se esforçava para compreender as palavras no seu livro de matemática, apesar da recomendação das enfermeiras para que ela descansasse. redirecionou o olhar para a entrada do aposento quando um ruído se fez perceptível.

~ minjumin? ― ela murmurou. a supracitada sorriu fraca.

minju empunhava um jornal com força. sentou-se na cama e o estendeu, de modo que mirae pudesse vê-lo.

− de acordo com o jornal da escola tiveram que adiar as eleições do conselho estudantil.

mirae se manteve quieta.

− pois é, por causa do ataque... mataram umas duas pessoas lá da escola. ― minju comentou, no que mirae pareceu surpresa.

im notou que oh trazia consigo uma sacola de pano bege. quando a menor pôs os olhos na sacola, oh se recordou do que havia trazido.

− ontem eu passei na frente da loja de inconveniência quando estava voltando para casa e vi que colocaram uma máquina de garra na entrada. decidi tentar e consegui algo. ― minju tirou da bolsa uma ovelha de pelúcia e entregou para mirae. ― espero que essa ovelhinha te ajude a se sentir melhor.

~ obrigada.

− não tem por onde. ― minju sorriu brevemente.

~ por que você está triste?

− não é nada.

mirae parecia desconfiar da resposta. minju suspirou e questionou se a mais nova queria realmente saber. mirae indicou que sim.

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