quarenta e cinco

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ANY G

O clima na casa ainda estava pesado, o pai deles não havia voltado. Eu e Noah estavamos sentados no sofá, e meu namorado ainda continua surpreso, acho que ainda não digeriu o que aconteceu. Na verdade, nem eu digeri direito tudo o que aconteceu.

Não sei se o pai deles irá aceitar Jace, não o conheço e não sei nada dele, Noah nunca me disse nada sobre seu pai. Eu sinceramente espero que tudo ocorra bem.

Jace saiu da cozinha tempo depois de tudo, e sumiu, não sei para onde foi.

Olhei para Noah, vendo o mesmo olhando suas mãos como se fosse a coisa mais interessante no momento. Não sei o que se passa na sua cabeça, e gostaria de saber. Nós dois não falamos nada.

Escutamos passos, e olhamos na direção da escada que dava para o segundo andar, vendo seu pai descer de lá, ao lado de Carolina. Ele andou até ficar na nossa frente, e demorou um tempo até o mesmo dizer alguma coisa.

— Sabem onde Jace está? Preciso falar com ele. — disse o homem com um semblante sério.

— O que vai falar com ele? — perguntou Noah, no mesmo tom sério.

Vendo os dois perto um do outro, e sérios, da para notar a semelhança entre eles.

— É sério pai, Jace... — a fala de Noah foi interrompida.

— Eu não sou esse monstro que você pensa que eu sou, conversei com Carolina que abriu minha mente, — disse e vi Carolina abrir um pequeno sorriso. — e quero conversar com Jace sobre isso, dizer que não tem problema ele ser... Quem ele é. — disse e percebi que estava um pouco desconfortável.

— Eu não sei onde ele está. — murmurou Noah.

— Eu vou procurar ele...

— E você deve pedir desculpas a Any. — disse Carolina apontando para mim, e olhando para seu marido seriamente, que concordou com a cabeça lentamente.

Percebi que estava engolindo seu orgulho para dizer qualquer coisa. Com certeza, muito parecido com Noah.

— Me desculpa, Any e Noah. — disse baixo, e vi Noah cruzar os braços enfrente ao peito e o olhar com um expressão indescritível.

— Tudo bem... — eu disse dando um pequeno sorriso, mesmo que eu ainda esteja um pouco ofendida pelo que ele me disse, mas guardar mágoa ou não o perdoar, não iria mudar nada.

Ele concordou com a cabeça, e depois ele e Carolina lentamente saiu entrando em um dos corredores perto da sala, procurando pelo Jace.

Olhei para o meu lado, vendo Noah ainda de braços cruzados e olhando um ponto específico no chão.

— Tudo bem? — perguntei balançando minha mão enfrente ao seu rosto, para te tirar de sua transe.

Ele me olhou e suspirou.

— Sim, sim. — disse baixo. — Só... Ainda não acredito que Jace é gay, e muito menos que meu pai não surtou.

— Ele só não é um ser humano ruim. — disse dando de ombros.

— Talvez. — murmurou. — Você quer ir embora? Está tarde e amanhã temos que ir para faculdade... — disse do nada, descruzando os braços e me olhando.

— Você não quer falar com seu irmão antes? — perguntei, ainda tendo esperança que os dois se reconcilhem.

— Amanhã eu converso, eu também preciso ir dormir, estou com sono. — disse coçando os olhos.

— Tudo bem então. — eu disse.

Levantamos e procuramos seu pai e Jace, para nos despedimos.

Encontramos eles na parte exterior da casa, conversando, e olhando um pouco de longe, não parecia estar sendo uma conversa desagradável ou ruim, e isso me deixa feliz. Fico feliz que a família de Jace o aceite, por mais que isso seja uma "obrigação" já que ninguém deve ser julgado por ser quem é.

I Want You ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora