Noite no Argos II

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A vida de Percy e Annabeth definitivamente não era comum, além de filhos de deuses gregos eles estavam no meio de guerra ontem uma deusa primordial surtada queria retornar a vida e destruir o mundo.

Percy e Annabeth viveram diversas aventuras, uma mais perigosa e mortal que a outra, mas cair no Tártaro foi de longe a pior delas.

Depois de terem conseguido sair daquele fosso eterno e serem resgatados pela tripulação do Argos II o casal de semideuses não conseguia se desgrudar. Percy ainda tinha pesadelos com a cena dele se despedindo de Annabeth.

Mesmo depois de todos aqueles meses longe da garota que amava, seria necessário deixá-la ir sozinha numa missão que suicida e isso, com certeza, era o mais difícil pra ele.

Era noite e o Argos II velejava um pouco acima do mar, Percy estava em sua cabine, mas não conseguia dormir, na verdade ele se habituou a dormir com Annabeth, abraçado a ela. E na última vez que dormiu viu Nico dentro de um jarro, então Percy não estava a fim de ter pesadelos.

Batidas na porta se sua cabine chamaram-lhe atenção.

– Oi, amor. – Era a sua linda namorada. Annabeth estava magra e abatida, mas continuava linda. Seus olhos cinzas continuavam amedrontadores e enigmáticos, mas para o moreno eram as tempestades mais lindas que ele já viu em toda a sua vida.

– Entra, linda. – Annabeth entrou e sentou-se ao lado do namorado, na cama. – Está tudo bem? – Ela se limitou a chacoalhar a cabeça negativamente. – Ei, eu estou aqui, ok? – Ele disse abraçando-a.

– Eu sei, Per. É só que... Eu não quero ficar sozinha naquela cabine e sabe, tem um lugar neste navio que você não conhece e eu gostaria de te mostrar, é o meu lugar favorito. – Ela sorriu e Percy ergueu uma sobrancelha em dúvida.

– Agora? Você quer me mostrar agora?

– É, Cabeça de algas, agora. Vamos?

Percy nem sequer pensou antes de entrelaçar os dedos na mão da sua garota e segui-la. Já era noite, Piper, Jason e Léo protegiam o navio enquanto Hazel e Frank dormiam.

– Preparei uma surpresinha. – Annabeth comentou ainda guiando Percy.

À poupa do navio, eles chegaram a um conjunto de portas duplas de madeira que se abriam para um grande estábulo. A sala cheirava a feno fresco e cobertores de lã. Alinhadas na parede esquerda estavam três baias vazias como as que eram utilizadas para pégasus no acampamento. Na parede direita haviam duas gaiolas vazias grandes o bastante para animais de zoológico. No centro do piso um painel de vidro de 20 metros quadrados. Bem abaixo, a paisagem noturna se estendendo por quilômetros de campos escuros cortados por rodovias iluminadas como os fios de uma teia de aranha.

– Um barco com fundo de vidro? — Percy perguntou. Annabeth pegou um cobertor perto da porta do estábulo e o estendeu acima de um lado do chão de vidro.

– Senta comigo. Eles relaxaram no cobertor como se eles estivessem em um piquenique e assistiram o mundo passar abaixo. — Leo construiu o estábulo para que pégasus pudessem ir e vir facilmente — Annabeth disse. — Só que pégasus preferem vaguear livre, então os estábulos estão sempre vazios.

– Você quer dizer que estamos sentados em portas? E se elas abrirem?

– Eu suponho que nós cairíamos para nossas mortes. Mas elas não vão abrir. Tenho quase certeza.

– Ótimo. Annabeth riu. — Você sabe porque eu gosto daqui? Não é só pela vista. O que esse lugar te lembra?

Percy olhou em volta: as gaiolas e estábulos, lanterna de bronze celestial pendurada em uma viga, o cheiro de feno, e é claro Annabeth sentando perto dele, seu rosto fantasmagórico e lindo na aconchegante luz âmbar.

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