Percy

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Percy entrou em seu chalé e sentiu-se em paz. Não se lembrava da última vez que sentiu-se tao bem na vida, talvez quando assumiu seu relacionamento com Annabeth.

A guerra chegara ao fim. Seus amigos estavam bem, ele estava vivo e com a namorada ao seu lado. O mundo permanecia intacto e os acampamentos também. Os deuses estavam silenciados e tudo indicava uma pausa nas lutas e profecias.

O filho de Poseidon se jogou na cama macia e sentiu a brisa marinha invadir seu nariz, era bom estar em casa. Encarou o teto, viu os desenhos que seu irmão forjou anos atrás e sorriu. Pequenas lágrimas caíram de seus olhos.

Poseidon esteve com ele, Percy pode sentir o pai em diversos momentos o protegendo e o dando poder. Nunca saberia agradecer o suficiente.

Pensou em como foi desesperador acordar naquela cabana com uma loba ao seu lado, em como foi difícil percorrer cada quilômetro até o acampamento Júpiter e tudo que sofreu com a perda de memória até reencontrar sua amada Anna.

Annabeth.

Deixá-la seguir em missão sozinha foi a coisa mais difícil que ele precisou fazer em todos esses anos de missões e experiências quase mortais. Ter que abrir mão da mulher que amava logo depois de reencontrá-la foi como dividir seu coração ao meio, nunca sentiu tanto medo de perdê-la como naquele momento.

Sentiu-se apavorado ao relembrar trechos de sua caminhada com Annabeth nas profundezas do Tártaro. Os amigos que se sacrificaram, o horror de ver o próprio Tártaro, as batalhas, as maldições... As dores em seu coração e as cicatrizes, mesmo que temporárias, o mostravam que tudo foi real.

E quando a batalha chegou em seu pior momento ele buscou forças dentro de si e conseguiu, ao lado de todos, vencer os inimigos.

Percy suspirou emocionado. Seu corpo estava cheio de cortes, hematomas, cicatrizes e dores, a água o curava, mas não apaga da memória. Pensar em tudo isso o lembrava das pessoas reais ou míticas, monstros e tantos outros que conheceu ao longo do caminho, que o ajudaram a vencer os desafios e a sobreviver. Pensou em cada meio-sangue que sobreviveu por causa dele e sentiu-se bem com isso.

Ele ajudou a salvar todos os olimpianos e a humanidade também, nada valia essa recompensa. Seus sacrifícios não tinham sido em vão, seus amigos estavam bem, Annabeth estava bem e Nico finalmente estava feliz. Ele não se sentia em débito com ninguém.

Falando em Nico, Percy suspirou e virou de lado na cama analisando as palavras do garoto. Ele ainda não conseguia acreditar que Nico havia sido apaixonado por ele durante todos esses anos e ele nunca percebeu nada! Parecia louco, mas agora todas as atitudes do garoto faziam sentido. Ele fugiu de mim. No fundo Percy ainda sentia um leve incômodo por não ter notado e feito Nico sofrer poro tanto tempo com a solidão e a rejeição. Mas isso era algo que ele não poderia mudar e o próprio Nico já esqueceu esse assunto, portanto, Percy faria o mesmo.

Uma luz azul refletiu em sua parece e no mesmo lugar de antes uma nova fonte de água salgada surgiu, uma imagem tremeluziu e Poseidon surgiu sorrindo.

– Dessa vez não estrague meu presente, esse será o único meio de nos comunicarmos. – O homem sorriu vendo o filho ficar de pé.

– Pai! Que bom vê-lo. – Percy apoiou as mão na fonte e sorriu para a imagem. Um calor bom se formava em seu coração, era pura felicidade de ver o pai depois de todo esse caos. Dos últimos meses.

– Ah meu filho que alívio me dá vê-lo bem, você e seu irmão. Estou tão orgulhoso de você, herói. Seja feliz, Perseu. Eu amo você.

– Eu também te amo, pai. – Percy respondeu emocionado e a luz apagou deixando o quarto novamente escuro.

Percy voltou para a cama a fim de dormir, amanhã veria a outra pessoa que mais amava no mundo todo, sua mãe Sally.

O fim do mundo foi adiado mais uma vez e Percy prometeu em silêncio para si mesmo que enquanto vivesse protegeria a todos, olimpianos e humanos.

Coletânea PERCABETHOnde histórias criam vida. Descubra agora