Aurora:
5 anos antes:Caminho com o meu braço esquerdo abaixado e minha mão direita segurando ele. Estou ensanguentada, Tyler puxa uma carroça com minha filha lá dormindo, fazem duas noites da última batalha, o sol está começando a raiar.
Meu povo machucado e mal vestido pela luta caminha logo atrás de mim, alguns perderam suas asas, mãos, pés, outros sua dignidade, ainda penso em como a que era para ser a última luta de tornou caos, fecho os olhos e vejo a avenida ensanguentada pela batalha, a imagem daquela avenida ensanguentada me espanta, abro os olhos com um grande suspiro de medo. Tropeço e caio no chão, grito pela dor no meu ombro.- Porra! - Falo me levantando.
- Tá bem amor? - Diz Tyler me levantando.
- Tô sim, fica tranquilo, tamos chegando em casa. - Sorrio para ele.
Ainda estou machucada e ensanguentada pela luta com Thalis, vejo Rhide do meu lado está sem braço, o grande general está sem um braço. Penso sobre a morte de Thalis, e depois na sua ressurreição, vindo depois da loucura das mariposas e o começo de um eclipse, lembro de suas palavras " a destruição me reviveu!". Porque a alma da destruição reviveria ela? Talvez porque Thalis ajuda a destruição de muitas coisas, mas não sei porque não reviveu Zorgui, Zaya ou Cardan, qualquer um deles eram uma arma para a destruição, mas nenhum deles foram escolhidos, passo a mão no meu lábio e vejo que está sangrando, passo a mão no meu cabelo que Os cachos voltam a surgir.
- Rainha, a capital está perto! - Tiro os olhos do chão e olho para frente, vejo um pouco coberta pelos morros, a grande árvore das borboletas.
- MEU POVO, ESTAMOS CHEGANDO ! - Grito com esperança.
Meu povo celebra em vitória, estamos chegando em casa, poderemos curar os feridos e enterrar os mortos que conseguimos levar, olho para a carroça atrás de mim onde Millena está dormindo.
- Minha pequena, você está segura... - Sorrio enquanto sussurro.
Andamos pelos morros que preenchem o caminho, subimos um morro, quando chegamos no topo e olhamos para baixo, vemos a capital, corremos em vitória, comemoramos a chegada em casa, as carroças de mortos e crianças são levadas lentamente no morro, corro para o centro da capital, o almoço coletivo estava acontecendo, poucas mulheres e aleijados estavam almoçando, olho para uma mesa em que só há uma pessoa, Ghost.
- Ghost! - Corro para mesa dele e sento.
- Aurora! - Ele sorri, olho os curativos em sua cara, o braço e a barriga enfaixado.
- Então a luta contra a rebelião Delta foi difícil? - Ele pergunta.
- Lógico que não! Aquela rebelião era de despreparados, mas Thalis nos atacou depois de termos salvado nossos filhos. - Falo rangendo os dentes. - Eu matei ela...
- O que?! Então a guerra acabou?! - Ele pergunta sorrindo.
- Ela reviveu, a alma da destruição reviveu ela. - Mordo o meu lábio que começa a sangrar mais. - As mariposas começaram a surtar, tivemos que recuar...
- Aurora... Isso é preocupante. - Ele começa a se arrumar nas cadeiras.
- Isso é horrível, pelo que parece a cada batalha que nós tivermos uma loucura vai ocorrer, elas vão enlouquecer, e assim, as batalhas ficarão mais intensas... - Falo limpando as minhas lágrimas.
- Vamos achar um jeito! - Ele olha para mim tentando me motivar.
6 meses depois:
Estou na minha casa, a lareira está ligada nos protegendo do frio, minha filha está de costas para mim e eu estou abraçada nela no sofá, Tyler está do meu lado tomando chocolate quente, está chovendo, o barulho da chuva acalma o dia e suspende o almoço coletivo, olho para a cozinha onde ficava Lara, a nossa empregada que nos traiu.
- Millena, eu nunca te perguntei, mas quando eu falo na Lara, o que você sente? - Pergunto para ela.- Ódio, ela me disse que iria me proteger, mas me usou como arma, me tratava como a filha dela, mas no fim estava com uma faca na minha garganta, eu sempre tentei esquecer dela, mas tenho pesadelos constantes. - Ela fala com voz de choro.
- Filha, nós da realeza seremos sempre traumatizados, e pode botar no pacote crises de ansiedade, nunca estamos livres do pavor e maldades, sempre teremos traidores, pessoas que chamávamos de amigas, que tentaram fazer algo contra a gente. - Baixo a minha cabeça e me lembro de Daril.
- Mille, meu melhor amigo traiu o meu amor... - Tyler diz olhando para nós.
- Essa vida nunca não teremos decepções, mas temos que estar preparados para cada uma delas. - Digo me lembrando de tudo, as lágrimas se formam em meus olhos mas são interrompidos por batidas na minha porta.
- AURORA! - Grita Ghost.
Me levanto rapidamente e abro a porta, Ghost molhado pela chuva sorria.
- O que foi Gho? - Pergunto.
- Eu finalmente descobri como tomarmos as cidades sem a loucura acontecer. - Sorrio junto com ele.
Coloco agasalhos e vou para o subterrâneo, a corte das sombras estava vazia, não somente pela morte de muitos, mas porque hoje era a folga deles, passo por quartos, salas de treinamento, sala de guerras, até chegar ao escritório de Ghost, ele abre a porta e eu entro.
A sala era meio bagunçada, nos fundos da sala uma prateleira cheia de livros, no centro a mesa do Ghost, bagunçada por papéis,a minha esquerda um boneco para treinamento com espada e na minha direita espadas.- Pode ligar as tochas. - Ele fala e alguém ascende as tochas da sala da frente que tem a porta de vidro, lá vejo uma mariposa completamente normal.
- Qual a solução? - Pergunto.
- As mariposas sentem o cheiro do mal presságio, esse cheiro as enlouquecem, muitas vezes fazendo elas se teleportarem se o cheiro for forte, mas ela só sente esse cheiro se ela estiver em alerta, por exemplo em uma batalha. - Ele sorri. - Você já viu muitas vezes isso acontecer...
- Sim? - Tento entender.
- Se formos discretos o suficiente os sensores não serão ativados e o mau presságio não será sentido, veja com os próprios olhos... - Olho para a sala da frente.
A mariposa desenhava na parede enquanto um do grupo do Ghost caminhava lentamente e pacificamente atrás da mariposa, quando fica quase encostada nela ele saca uma adaga e abre o pescoço da mariposa.
- Sem o mau presságio ser ativado, ou seja, sua salvação, denominei este processo de operação das sombras, andaremos pelas sombras e mataremos ou retiraremos da cidade as mariposas, se sobrarem poucas poderemos matar e nada grande acontecerá. - Ele sorri.
- Isso é genial! - Sorrio.
1 ano e 8 meses depois:
É o aniversário de Millena, ela completa seus 12 anos de vida, ela está bela e feliz, fazia um mês que tinha ficado mocinha e começara a ficar respondona, ela se prepara no andar de cima da casa para sua festa, eu já pronta decido visitar o hospital para ver os novos filhos de minha amiga, saio de casa e me dirijo para o hospital, arrecem acabou o almoço coletivo e estão preparando o local para o aniversário da minha filha, abro a porta do hospital e vejo a recepcionista apavorada.
- O que foi? - Pergunto.
- Vá para o quarto 5 para você ver. - Ela fala incrédula.
- Tá bom. - Caminho pelo corredor, abro a porta do quinto quarto, na cama chorando está minha amiga, em desespero entro no quarto. - O que aconteceu?
- Ela deu a luz a... - O médico se vira e mostra duas borboletas ( em forma de insetos).
- A... A... Magia tá acabando... - Arregalo os meus olhos.
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As Asas de Domus
FantasiaCinco anos após os acontecimentos de Asas das Mariposas vemos o mundo entrando em colapso, muitos falam sobre os fins dos tempos, outros sobre o fim da magia, mas Thalis sabe o motivo de todo este caos, ela rouba todos os Artefatos Mágicos do mundo...