capítulo 9

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Para a infelicidade de Izuku tudo mudou a partir dali.

Como um ômega já fértil ele não poderia mais sair andando pelo Palácio como quisesse , sua situação era mais complicada ainda pois ele ainda não tinha o título de consorte para se consolidar no harém.

Graças a sua boa relação com os governantes foi ordenado que ele passasse a viver alí , mas para sua tristeza era uma regra rígida que consortes que ainda não podiam ser tomadas por seu esposo e já tinham seu período de calor em vigência deveriam permanecer no harém até a maior idade.

Katsuki o visitava frequentemente , assim como a rainha e raramente o rei.

Casamentos políticos aconteceram enquanto o menino crescia , quando finalmente completou seus dezoito anos seu Palácio antes vazio e quieto já estava tomado por lindas ômegas a espera da visita semanal que o príncipe fazia.

Como o anfitrião do harém do príncipe ,e o preferido de suas magestades os governantes do reino , Izuku era intocável.

Naquela manhã ele acordou cedo e se arrumou, pôs um de seus protetores no pescoço e saiu em direção ao salão de jantar.

Nos últimos dois anos está usando essa ferramenta , um colar feito de uma material maleável mas resistente.

Ele foi confeccionado especialmente para o garoto , depois do episódio com o homem em seu primeiro cio se tornou extremamente desconfortável para ele ter de ficar com seu pescoço a mostra.

O colar de proteção foi uma ideia do príncipe e Izuku nunca se sentiu tão animado com um presente antes.

Passou a mão pelo acessorio e sentiu o pingente de rubi entre seus dedos , o formato de uma gota d'água o fazia se destacar no pescoço do jovem.

Vestia uma base branca amarrada com uma fita verde com desenhos feitos com linha branca e uma sobreposição de seda verde.

Seus cabelos trançados e enfeitados com uma coroa de flores de prata e alguns pingentes de pedras preciosas penduradas em meio as ondas.

Qualquer um que olhasse aquele jovem ômega tão deslumbrante se apaixonaria imediatamente,  era isso que Izuku esperava que acontecesse.

Ansiava que bakugou enchergasse sua beleza não com um olhar de irmão mais velho e sim como um alfa olha para seu ômega.

Mas isso era pedir demais ,não?  aquela reunião era muito importante,  afinal , estava na hora de organizar o matrimônio dos dois.

A alguns meses Izuku havia completado dezoito anos mas Katsuki sempre adiava o assunto do casamento.

Como de costume ele se sentou na cabeceira da mesa e seu prato com sua habitual salada de frutas foi servido , pegou um garfo e começou a comer.

Minutos depois a porta foi aberta e uma mulher alta de cabelos castanho e olhos do mesmo tom entrou , ela se sentou na outra cabeceira e Izuku já sabia exatamente de quem se tratava.

Melina Mitsuhi.

A filha mais velha do primeiro ministro e a primeira concubina do príncipe.

– Bom dia Izuku.

– Um bom dia senhora Mitsuhi.

– Me impressiono com o quão ignorante consegue ser , não vai cumprimentar formalmente o consorte mais antigo ?

– Não acho que seja necessário,  sabe muito bem meu lugar aqui dentro, a senhora só detém este título pois se casou antes de mim.

Ele levantou o olhar e seus olhos se encontraram , um sorriso mínimo se formou no canto de sua boca.

– Eu já estava ao lado do príncipe antes mesmo da senhora pensar em se casar com ele.

– Não superestime seu valor jovem garoto ,o príncipe o idolatra como seu irmão mais novo , mas será que vai ser o mesmo quando estiverem casados ?

– Se veio aqui tão cedo pela manhã apenas para soltar seu veneno de cascavel eu sugiro que não tente muito , se me irritar me verei seriamente tentado a pedir que Shinso lhe faça uma visita.

– Isso é uma ameaça ?

Um sorriso largo tomou o rosto do ômega mas ele não atingiu seus olhos.

– Se fosse você estaria sangrando agora , querida consorte real.

Ele colocou o talher ao lado do prato e se levantou , passou por ela junto de ochaco e ambos saíram do local.

Assim que a porta se fechou um barulho alto de porcelana se quebrando foi ouvido.

– MALDITO ! esse moleque maldito está prestes a ganhar mais poder que já tem , se as coisas continuarem como estão quando o príncipe herdeiro subir ao trono quem se tornará a rainha consorte será aquele camponês sem linhagem.

Ela apertou as mãos no tecido de sua roupa e mordeu os lábios fortemente.

Seu pai não poderia a ajudar com aquilo , já é de conhecimento público a anos que os dois vão se casar ..... se ao menos ela pudesse fazer com que Izuku fosse considerado inadequado ......

De repente seus olhos brilharam e ela sorriu quando uma ideia surgiu em sua mente.

Enquanto isso Izuku andava em direção à sala de visitas do Palácio-harém , assim que entrou viu um loiro entediado sentado em uma das almofadas espelhadas pelo lugar.

– Eu ,Izuku Mitori , cumprimento a estrela mais brilhante do reino.

– Sem essa Deku , vem cá !

Levantou e abriu os braços , o esverdeado sorriu e correu para abraçar o mais velho.

– Bom dia Kacham.

– Bom dia moita ambulante.

O garoto o encarou e estreitou os olhos.

– É brincadeira seu mini psicopata , eu ein.

– Já sabe não é ?

– De novo isso ?

– Não se trata só do que você quer Kazinho , sabe a pressão que eu tenho que suportar aqui?

– Apenas me diga nomes e eu resolverei isso.

– Não,  isso não tem que ser resolvido na força , qual a dificuldade em se casar comigo ?

– Quero que se case por amor Izuku.

'Estou tentando fazer isso'

– Mesmo que esse seja seu desejo eu não posso ! eu fui entregue a você e só a você pertenço , querendo ou não minha vida está nas suas mãos!

Katsuki suspirou e olhou nos olhos do menor , passou sua mão suavemente pelo rosto dele e sentiu seu coração apertar.

– Eu só quero o melhor pra você,  eu nunca ..... nunca teria coragem de toca-lo..... eu não sei se sou capaz de te amarrar a mim pelo resto da sua vida.

– Eu não ligo de passar o resto da minha vida amarrado a alguém se ele for você , sei que não será capaz de me tocar, mas que diferença faz ? não é como se eu quisesse dormir com a pessoa que considero meu irmão mais velho.

Era mentira , ele desejava Bakugou com todo seu coração e alma mas havia algo que poderia fazer ? o loiro o enxergava apenas como um irmão...... nada mais que isso.

– Sinto muito por ter que fazer isso.

– Não sinta , se eu quisesse poderia dar um jeito de fugir ..... mas pra onde eu iria ?

Seus olhos desceram até o chão e ele se afastou do loiro.

– Sou um camponês que viajava com uma caravana de artistas , não tenho pra onde voltar .....

Aquilo era verdade , o Palácio era a casa do esverdeado agora.

– Quanto antes melhor ?

– Quanto antes melhor !

Confirmou o menor se virando para seu amigo.

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