capítulo 11

439 65 4
                                    

Naquela noite o loiro estava especialmente cansado , faltavam poucos anos para a praga se alastrar por seu reino.

Ele sabia qual era a cura mas o principal ingrediente se tratava de uma erva rara que florescia apenas uma vez ao ano e crescia em condições extremamente seletas.

Esteve as guardando nos últimos anos mas sua reserva ainda é muito pouca , do jeito que as coisas vão indo ele não será capaz de guardar o suficiente.

Sua cabeça doía quando ele entrou no quarto e se assustou ao ser recebido por uma enxurrada de feromônios ômega.

‐ Mas o que .....

Viu Izuku encolhido na cama , Ochaco estava ao seu lado e o olhava preocupada.

– Meu senhor por favor , faça isso ao menos uma vez.

– Eu não vou dormir com ninguém!  nem ômega e nem beta , não vou me submeter a isso.

– Mas seu marido não o irá ajudar ! sabe muito bem que o príncipe iria preferir morrer a tocar em seu corpo.

– Mesmo assim.

– Então passará o resto da sua vida cortando as coxas para suportar o cio ?

– Se for preciso .....

– Izuku ! pare de se machucar a troco de nada , você só tem que se aliviar !

Ele se virou para ela e com os olhos cheios d'água respondeu.

– Sabe muito bem qual vai ser minha resposta.

A menina mordeu os lábios ao olhar para as mãos dele , a lâmina da adaga suja de sangue e as mãos do ômega tremendo.

– Porquê?  porque faz isso consigo mesmo ? não vê que machuca a mim e aos meninos que faça esse tipo de coisa ?

– Sinto muito ..... mas isso é uma escolha minha.

Mas o que caralhos estava acontecendo ali ?

Izuku se cortava ? desde quando isso acontecia ? como ele não sabia ?

Até os servos sabiam e ele não , seu conhecimento sobre Izuku era tão superficial ?

– Eu vou buscar água e remédios,  por favor ..... chega por hoje.

O esverdeado a encarou e franziu a testa antes de assentir ,ela se direcionou ao banheiro e Katsuki se aproximou da cama.

Assim que Izuku viu a figura alta escondeu a adaga embaixo da coberta que usou para cobrir suas pernas.

Pânico cruzou seus olhos quando o pensamento de Katsuki ter visto ou ouvido algo passou pela sua cabeça

– O-o que faz aqui ? já disse que não pode ficar perto de mim durante meu período de calor.

– Este é o meu quarto Deku , e as pessoas achariam estranho se eu não passasse ao menos algumas horas por aqui.

Ele se aproximou e sentou na cama ao lado do esverdeado , pôde ver o menor ficar tenso.

– Não fique tão perto , não quero que corra o risco de entrar em rut por minha causa.

– Não se preocupe com isso , tomei um dos tônicos da Recovery Girl para poder ficar perto de você sem ter nenhum problema.

– Mesmo assim.

O loiro levou sua mão até o rosto do menor e foi descendo , o pescoço , o ombro,  o braço e quando chegou no pulso Izuku finalmente se tocou.

Tentou a todo custo não deixar a mão de Katsuki chegar até a adaga mas foi em vão.

Ele puxou a arma e a encarou , a ponta da lâmina ainda suja de sangue.

– Vendo isso aqui..... tenho vontade de te dar uma surra e colocar juízo na tua cabeça pirralho sem noção,  tá achando que a vida é brincadeira ?

Izuku ficou calado encarando Bakugou com medo e pânico.

– Kazinho isso ..... isso não é-

– O que eu tô pensando ? é sim ! nunca conheci nenhuma ômega que não conseguisse lidar com os próprios cios a ponto de se auto-mutilar.

Izuku tremeu.

– Isso é porque todas as ômegas que já conheceu são vadias inescrupulosas que abrem as pernas pra qualquer um assim que sentem os primeiros sintomas do período de calor , são cachorras de rua que já tiveram mais pau que comida na boca.

– Por quê está tão exaltado de repente ?

– De repente ? sabe o quão raro é um ômega masculino nascer ? sabe quantas pessoas já se interessaram em me tirar daqui se eu apenas desse uma noite de amor a eles ? eles sim sabem o que a minha espécie sofre.Todo meu corpo doí e eu sinto meu estômago se remecher dentro de mim , minha cabeça dói e a porra da minha bunda pulsa e solta um líquido estranho que me deixa todo molhado ..... sabe qual o único modo de resolver isso ? transando Katsuki , é transando , mas eu posso fazer isso ? não!  meu marido me vê como um irmão e cometer adultério é crime com condenação a morte, então ou eu sofro ou eu morro !

Izuku estava puto , sua virilha doía assim como o resto de seu corpo , ter Bakugou falando o que não deve não ajudou.

– Se sabia que ia sofrer tanto por que se casou comigo ? mesmo se não o fizesse eu ainda o manteria no Palácio.

– Porquê meu amor está aqui ! eu o amo mas ele não sente o mesmo ..... a única forma de ficar ao seu lado é assim.

As lágrimas rolaram pelo rosto sardento do jovem e Katsuki finalmente entendeu o motivo de toda essa dor.

Era amor.

Izuku se recusava a o trair pode dezenas de motivos mas o principal é o amor ..... aquilo de alguma forma o deixou apreensivo.

Deixou a adaga cair no chão antes de abraçar o esverdeado.

– Tá tudo bem.

– Eu queria dizer .... dizer só uma vez .... um eu te amo , um único ..... mas se eu disser ..... vai tudo acabar.

Nossa segunda chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora