Lucky 13

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- VOCÊ O QUE? - Dinah gritou, batendo as mãos na bancada da cozinha de Camila. - Você só pode estar LOUCA, Camila! Você perdeu o juízo de vez?

- Eu sei, Dj. - Respondeu encostada na geladeira da cozinha, acuada. Dinah era grande e, quando estava com raiva, parecia um dragão faminto. - Foi loucura, não pensei enquanto sugeri isso.

- Claro que não pensou! - Gritou novamente, fazendo Camila fechar os olhos e respirar fundo. - Eu odeio eventos de última hora, você sabe disso. Não podia simplesmente chamá-la para conhecer seu hotel, Camila?

- Podia, mas você sabe como eu sou. - Respondeu, indo em passos devagar em direção à amiga. - Eu juro que nunca mais te enfio nessas besteiras, eu juro de dedinho. - Ela estava colada em Dinah, levantando seu dedo mindinho, e a loira apenas negou com a cabeça, afastando sua mão.

- Eu não acredito nas suas promessas. - Pegou o telefone, discando um número. Quando Camila foi abrir a boca para protestar, Dinah apenas colocou o dedo em sua boca. - Você quer isso pronto em quinze dias, certo? - Ela, ainda com o dedo dela em sua boca, apenas assentiu. - Então você não opina, entendido?

- Mas eu...

- Johanna? Oi, minha querida, como você está? - Antes que Camila pudesse falar algo, Dinah já estava indo em direção a outro cômodo. - Meu amor, você não sabe a ideia brilhante que eu tive com Camila aqui. Lembra dela, né? - Camila olhou para Dj, que estava com um sorriso falso nos lábios. - Ótimo...

Dinah se perdeu, andando pelos cômodos da casa. Ela só conseguia fechar negócios ou falar ao telefone andando. DJ tinha hiperatividade, então ela precisava andar. E pelo ódio que estava sentindo de Camila, quanto mais longe estivesse, menor seria o problema.

- Resolvido! - Dinah voltou, gritando. - Vou precisar de trinta e dois quartos de luxo. - Enquanto ela falava, Camila pegava o celular da bolsa e começava a digitar o mais rápido possível. - Está conseguindo compreender? - Perguntou e a latina assentiu com o som anasalado, para ela prosseguir. - Ótimo, dez BMWs para buscar os executivos.

- Dez? - Perguntou, embasbacada, e recebeu um olhar de repreensão. - Pra você, até quinze, vida.

- Ótimo, e você precisa fazer um torneio de Poker. - Dinah apoiou seus cotovelos na bancada de mármore da cozinha e seu rosto em suas mãos. - Lembra do Petter? - Camila rolou os olhos com desprezo.

- Infelizmente sim, porque vocês não demitem ele mesmo? - Respondeu em tom áspero. Petter tentava incansavelmente ficar com Camila, mas ele não fazia muito o tipo dela. Ela era do tipo de mulher que gostava dos sarados inteligentes, e o Petter não era bem tudo isso.

- Porque ele é competente, e você sabe disso. Mas ele exigiu jogar uma partida de Poker com você. - Camila negou veementemente com o rosto. Ela se recusava a jogar Poker. - Foi uma exigência para essa merda acontecer. Não tem muito o que fazer.

- Como assim uma pessoa consegue exigir algo de mim, Dinah? - Exclamou num tom frustrado, pisando forte ao redor da cozinha. - Ele não pode exigir isso. Por que você deixou?

- Porque ele é diretor executivo, e sabe que quando vem um pedido assim de cima, alguma maracutaia tem. É óbvio que tem, Camila. Você acha que alguém decide, em quinze dias, fazer um leilão beneficente sem aviso prévio? - Falou como se fosse óbvio, e ela não tinha muito o que dizer.

- Ele disse que queria uma partida exclusivamente comigo? Qual a dele comigo, ein?

- Não, ele não disse você. Mas disse que queria jogar Poker com todas as responsáveis, e falou seu nome, o da Lauren, que por sinal ele conhece, e os outros executivos. - Deu de ombros, indo em direção à cesta de frutas que estava na cozinha e pegando uma maçã. - Posso? - Perguntou, sacudindo a maçã na mão, olhando para Camila, que assentiu.

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