O leilão

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O leilão já estava começando e Lauren e Normani estavam terminando de se arrumar para o evento.

— Ideia de burro essa nossa, né? — Normani comentou, terminando de retocar os cílios em frente ao espelho do banheiro. — Somos duas carentes.

— Qual é, Mani, não foi tão ruim assim. — Respondeu ao seu lado, apertando os lábios para espalhar o batom.

— Claro que foi, Lauren; se eu estivesse me arrumando no meu quarto ao invés de vir para o seu fazer isso juntas, já estaríamos lá. — A amiga amassou os cabelos. — Vamos, vamos.

— Vamos.

Saíram do quarto em direção ao elevador para irem ao leilão, e Normani estava resmungando que ficar juntas as atrasou porque sempre paravam para mostrar um vídeo engraçado no Instagram uma para outra. Lauren apenas ria e concordava; Normani odiava atrasos, então sempre que algo dava errado, ela saía bufando de raiva. Lauren, por sua vez, achava graça.

— Tudo bem, meu amor, mas só estamos vinte minutos atrasadas.

Foram caminhando em direção ao salão principal, e logo encontraram suas respectivas mesas entre um grupo de seis pessoas.

— Você já parou para pensar que leilões são como pessoas ricas doando uma pequena quantia para os pobres, mesmo que gastem muito mais ao sair daqui? — Normani sussurrou para Lauren enquanto aplaudiam Dinah.

— Você está criticando, mas está participando também. — Rebateu a com um sorriso nos lábios, observando Dinah se dirigir ao pequeno palco no centro da sala.

— Sim, sou hipócrita, não sem noção de classe social. — Respondeu Normani, terminando de aplaudir a amiga para sentarem novamente a mesa.

A mulher começou a discursar sobre como o leilão funcionaria, explicando para quais ONGs seriam destinadas as doações. Camila tinha se comprometido a escolher cuidadosamente os beneficiários, visitando e assegurando que o dinheiro fosse efetivamente utilizado para causas importantes.

Enquanto Dinah explicava essas questões, Camila subiu ao palco para se juntar à amiga, e ela estava deslumbrante. Camila estava deslumbrante em um vestido longo de grife, feito sob medida por uma renomada maison parisiense. O vestido era de seda pura em um tom profundo de azul-marinho, adornado com delicadas aplicações de renda que destacavam seus ombros esculpidos. Seus cabelos escuros estavam elegantemente presos em um coque baixo, complementado por brincos de diamante que cintilavam a cada movimento.

— Senhores, senhoras. — Ela virou o olhar para Lauren e piscou. — O leilão vai começar, e temos alguns destaques aqui.

Camila passou a palavra para a leiloeira, e os lances começaram. Geralmente, em leilões, os itens menos valiosos são leiloados primeiro, deixando os melhores para o final. Todos os convidados já sabem de antemão o que será leiloado, pois recebem um catálogo detalhado feito à mão antes dos lances.

Os convidados têm acesso a informações sobre cada peça, seu estado, lance inicial e fotos com especificações adicionais. Em leilões como este, todos os itens possuem selo de autenticidade e, ao final, os convidados podem solicitar à equipe um especialista para reavaliar o valor da compra.

Cada comprador tem até três dias para verificar a compra e finalizar a transação. Caso não cumpra esse prazo, é aplicada uma multa de vinte por cento sobre o valor final do produto.

Um dos sócios da rede Hilton ofereceu três milhões por uma caveira persa rara que havia pertencido a algum rei no século passado.

— Fala sério, aposto que isso não é persa, alguém deve ter pegado uma caveira em algum cemitério e dito isso. — Normani sussurrou para Lauren, que conteve o riso.

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