The Mafia

3-The Mafia

05|07|23 - Tóquio, Japão.

Ajeitei a gola alta da blusa preta de mangas compridas perfeitamente alinhada em meu corpo, combinando com a calça do mesmo tom, o cinto em pequenos detalhes prata e os sapatos sociais, ouvindo Shikamaru ler o resultado da sua investigação sobre o Naruto.

─Órfão, os pais morreram em um acidente de carro, vinte e quatro anos, faz faculdade, trabalha na Mangekyou em meio período, poucos amigos e mora sozinho. Parece que estava certo, ele é bem comum.

─Ótimo que ele não seja um problema grande, mas isso me intriga. Se ele é tão monótono, por que negou o dinheiro para se aproximar de um criminoso?

Os olhos castanhos fixaram aos meus, fazendo com que uma única resposta lógica respondesse a pergunta.

─Descarta, não é nenhuma síndrome.─Falei e ele continuou a me encarar.─Eu tenho certeza!

Shikamaru suspirou, quebrando o contato visual que estava quase impondo para que eu admitisse a teoria lógica para uma aproximação repentina e acenando em concordância.

─Está bem, sem síndromes.─Levantou as mãos em rendição.

Trocamos breves olhares e o silêncio se instaurou na sala por alguns segundos, sendo novamente quebrado pelo tom cauteloso da voz de Shikamaru.

─Você está mesmo bem com isso?

Hesitei, pensando em uma resposta para a pergunta, não sabendo exatamente como estou me sentindo. Faz muitos anos que não saio para encontros casuais, não depois de tudo o que aconteceu.

─Eu não sei.─Respondi sincero.

─Você sabe que não precisa ir se não quiser, eu posso ir em seu lugar e tentar negociar com ele.─Sugeriu, tentando passar um pequeno conforto.

─Obrigado, mas você não precisa se preocupar, eu vou ficar bem.

Guiei meu olhar para o relógio preto pendurado na parede, verificando o horário, percebendo que eu deveria chegar em dez minutos.

─Preciso ir, está quase na hora marcada e eu detesto atrasos. Você está liberado hoje.

─Ainda faltam duas horas para meu horário de ir embora.

─Deixe alguém de confiança vigiando, não fique longe do rádio e aproveite o seu tempo livre com a Temari. Ela merece passar um tempo com você.

─Obrigado.─Não me contrariou, sabendo que mesmo que tentasse argumentar, eu não iria ceder.

Andei em direção a porta, colocando a minha mão na maçaneta e girando, abrindo a porta.

─Sasuke.

Parei de andar, inclinando um pouco o corpo para trás e olhando de relance na direção do alfa de cabelos presos.

─Tome cuidado e me ligue se precisar.─Alertou.

─Eu irei.─Respondi em tom baixo, mas firme.

Saí da sala andando em passos rápidos, fazendo o caminho até a garagem, podendo visualizar a
Marselha perfeitamente estacionada.

Me aproximei, encostando a minha mão perto do capô, deslizando lentamente os meus dedos longos na tintura preta brilhante.

─Acha que é muita loucura eu ter aceitado?

Obviamente, a minha pergunta não teve uma resposta de forma oral, entretanto, pude a compreender perfeitamente.

─Você tem razão, eu não devo pensar muito.