9-The Mafia

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12|07|23 -Tóquio, Japão.

O barulho do corvejar ecoou na rua pouco movimentada. Olhei para cima, o grande corvo pousado em cima do poste de iluminação se destacava nas nuvens nubladas do céu.

Um recado explícito.

─Irei cuidar dele, não se preocupe.

Crocitando, a ave esticou as suas asas negras, voando para longe. Suspirando ao vê-lo se afastar, entrei na mansão, ouvindo o barulho brusco do trovão e da chuva caindo.

Apressado, ignorei todos os cumprimentos, correndo em direção a porta, destrancando e entrando no quarto.

Na cama, o vi embrulhado nos lençois, imóvel. Me aproximei, afastando devagar os lençois até que visse o seu rosto.

Estava descorado, olhos abertos e opacos, lábios secos e respirando devagar ainda próximo ao sobretudo.

Não aparentava ter o instinto o controlando, nem ter machucados ou pânico extremo.

─Bom dia, conseguiu dormir bem? Se sente melhor?

As indagações ao menos o fez se mexer. Insisti, tentando ter alguma forma de resposta, mas sem sucesso.

O supressor causa consequências difíceis de resolver. Em dias chuvosos, o passado o assombra de forma devastadora.

Sempre certifiquei que ambos fossem distintos, mas como prever uma tempestade repentina?

O fracasso me alertou que desta vez, a situação estava fora do meu controle. Não havia tempo para repensar minhas ações ou culpa, precisava de uma solução.

Analisei entre as escassas possibilidades, notando que todas levavam para a mesma alternativa arriscada.

Que problemático.

O rádio em minha cintura apitou, me despertando dos pensamentos. O peguei em mãos, ouvindo o vapor.

─Chefe, 'tá na tranquilidade o comando? Chefe Uchiha não 'tá na linha!

Não permitindo que a preocupação fosse evidente, mesmo ciente que a condição do Uchiha não o permitiria trabalhar, respondi firmemente.

─Uchiha está ocupado, hoje o comando é meu! Passa a caminhada.

Sem questionamentos com a minha fala, a resposta foi dada.

─Tao Ming 'tá em Tóquio, qual vai ser o proceder?

─Informem a Hyuuga e o deixe no porão da mansão, quero cuidar disso pessoalmente.

─Certo, mais alguma ordem?

Inevitavelmente, o meu olhar pendeu em direção a cama. Suspirei, tomando a minha decisão.

─Certifique de terminar este serviço com rapidez, preciso que façam mais um. Enviarei as informações e o pagamento.

─Sim, senhor.

Encerrado a comunicação, coloquei o rádio na cintura.

─Precisarei sair.─Avisei, mesmo sabendo que não haveria resposta.─Irei deixar tudo em ordem, prometo.

Deixei o cômodo, trancando a porta, caminhando pelos corredores até o escritório.

Entre a pilha de documentações na mesa, sentei na cadeira de comando, fazendo os envios para os vapores.

Inevitavelmente, cedi ao costume familiar de trabalhar para distanciar as preocupações, sendo interrompido, tempo depois, por batidas na porta.

─Entrem.

The Mafia Onde histórias criam vida. Descubra agora