6-The Mafia

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10|07|23 - Tóquio, Japão.

Os primeiros raios solares brilharam no céu de Tóquio, trazendo uma sensação de conforto ao se misturar com o cheiro do café recém passado.

Andei em passos lentos até a cozinha, parando próximo a bancada, onde avistei Naruto.

O loiro, perfeitamente arrumado com uma camiseta moletom azul marinho, calça branca, sapatos sociais e o avental da Hello Kitty, colocava pacientemente as comidas em cima da bandeja.

Fiz um pequeno barulho, revelando minha presença no local. As orbes azuis desviaram da bandeja, fixando-se em mim e um sorriso sincero foi exibido em seu rosto.

─Bom dia!─Pegou a
xícara do Mickey na bancada e estendeu em minha direção.─Café sem açúcar, bem forte.

─Bom dia.─Segurei a xícara em mãos, bebericando o líquido, sentindo o gosto
amargo.─Obrigado, está ótimo.

Sua face se contorceu em uma leve careta.

─Não sei como você consegue tomar isso.─Comentou, voltando sua atenção para a bandeja.

─O sabor é bom.─Dei de ombros, bebendo novamente o café.

Os lábios rosados dele se entreabriram para me responder, mas um toque de celular interrompeu a frase.

─É o seu celular.─Avisei, não sentindo a vibração do meu celular na minha cintura.

─Eu estou com as mãos ocupadas, você poderia, por favor, ver quem está me ligando?

Meus olhos se arregalaram, permaneci parado, atônito com o pedido.

Ele está mesmo falando sério?

Naruto desviou a atenção da bandeja quando não me movi para pegar o celular, me encarando.

─Está tudo bem?

─Sim.─Fiz uma pequena pausa.─O celular, você tem certeza?

Por alguns segundos, a expressão confusa se apossou em seu rosto, mas sendo rapidamente dispersada e substituída por um sorriso.

─Sim.─Confirmou cautelosamente.─Se estiver bloqueado, coloque a senha zero, sete, dez.

Acenei em confirmação, colocando a xícara com o café em cima da bancada.

Assim como os beijos de língua, chegar perto do celular ou saber a senha era algo totalmente restrito e com severas punições em caso de desobediência.

Andei alguns passos, parando em frente a mesa da sala, observando por alguns segundos o celular vibrando enquanto tocava a música tradicional da configuração.

Inspirei profundamente, soltando devagar o ar que preencheu os meus pulmões.

As coisas não são como antes, sem medo, gritos e tapas.

Ele não está aqui.

Você é maior que o trauma, Sasuke.

Movi meu braço direito para frente devagar, encostando as pontas dos meus dedos na lateral do aparelho, recuando ao senti-lo vibrar.

Repeti novamente a técnica de respiração.

É apenas um celular, você consegue.

Em uma segunda tentativa ainda mais lenta, encostei totalmente a palma da minha mão na tela, firmando os dedos, não retrocedendo mesmo com mais uma vibração, o tirando totalmente de cima da mesa.

Soltei um pequeno suspiro, eu consegui.

Com o celular na mão, voltei para a bancada. Naruto se afastou de perto da bandeja, tirou o avental, colocando pendurado na gancheira, lavando a mão na pia, se aproximando de mim.

The Mafia Onde histórias criam vida. Descubra agora