5-The Mafia

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07|07|23 - Tóquio, Japão.

A iniciação do plano fez com que as horas se passassem rápido, trazendo novamente os tons alaranjados que se mesclavam com as nuvens ao céu de Tóquio, indicando a chegada de mais uma noite com o clima fresco. 

─Que problemático.─Murmurei, desviando a atenção do meu olhar das nuvens para a casa em frente.  

Me aproximei da porta, batendo educadamente na madeira escura, podendo ouvir passos e algumas vozes. 

A porta foi aberta segundos depois, revelando uma mulher ômega de baixa estatura, com olhos castanhos e longos cabelos  mesma tonalidade presos em um coque, vestida com um vestido longo esverdeado. 

─Quem..─Sua voz falhou ao levantar o olhar e me encarar. 

─Desejo falar com Kim Ju-Hyeon. 

As linhas de expressão se destacaram em seu rosto, mostrando uma leve surpresa que foi contida em seguida. 

─Entre.

O espaço para que eu pudesse passar foi dado, entrei na casa simples, me aproximando da sapateira para tirar os sapatos. 

─Não precisa.─A mulher fechou novamente a porta, se virando em minha direção.─Fique com os sapatos.

Mesmo com a permissão para permanecer calçado, me abaixei, tirando os sapatos e os colocando organizadamente na prateleira de madeira da sapateira, ficando com as meias pretas, evitando o contato com o chão gélido. 

─Se nem mesmo a proprietária da casa fica calçada, por qual motivo eu deveria?─Perguntei. 

Ela olhou para os próprios pés descalços, levantando os lábios em uma fina linha compreensiva, agradecendo o meu respeito por ela e as regras do ambiente. 

─Venha, ele está no quarto. 

A mulher me guiou para um pequeno quarto, abrindo a porta, mostrando o alfa com o corpo enfaixado, sentado na cama com o apoio de travesseiros, acompanhado de um garotinho que conversava animadamente. 

─Papa, a mamãe disse que você vai ficar bom logo!─A voz da criança soou animada. 

Arregalei levemente os olhos ao escutar a frase, reparando nos cabelos castanhos e olhos escuros do garotinho, uma mistura perfeita, ele é filho do Kim Ju-Hyeon. 

Um sorriso foi exibido no rosto do alfa em resposta. A ômega ao meu lado denunciou a nossa presença no cômodo, fazendo com que a criança desviasse a atenção do pai e corresse em sua direção, abraçando suas pernas cobertas pelo tecido do vestido e o sorriso exibido no rosto do homem desaparecesse. 

─Mamãe! Quem é ele?─O garotinho segurou o tecido do vestido da mãe, apontando para mim. 

─Ele é um amigo do papai filhote, venha, não vamos atrapalhar a conversa.

A criança foi carregada nos braços, sendo levada para fora do quarto que teve a porta fechada. Me aproximei do alfa, podendo ouvir o seu longo suspiro. 

─Não pensei que o veria tão cedo, sinto muito pelo meu deslize. Mesmo sabendo que não mereço, tenho um pedido. Resolva comigo quando eu estiver sozinho, minha família está em casa. 

─Não estou aqui para eliminar você.

─Não?─Perguntou, franzindo a expressão em confusão.  

─Não.─Respondi.─Quero informações sobre o roubo. 

─Não consigo me lembrar de muitas coisas, bateram em minha cabeça. Tenho pequenos flashes do caminhão sendo cercado por pessoas vestidas com roupas pretas e aqueles 
olhos frios. 

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