8-The Mafia

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11|07|23 - Tóquio, Japão.

A estreita estrada de terra fez a Marselha balançar, o caminho iluminado apenas pela luminosidade do luar, teve um pequeno ponto de iluminação em seu fim.

Shikamaru, encarando o céu estrelado pelo parabrisa, quebrou o silêncio tenso.

─Você prometeu para ele que voltaria.

Surpreso com a fala repentina, arregalei levemente os olhos, parando de dirigir, sentindo o leve sacudir do estacionamento forçado.

Virei a cabeça em sua direção, o encarando.

─Como...você..

As orbes castanhas desviaram a sua atenção das estrelas, se encontrando com o meu olhar.

─Eu conheço você desde que tinha cheiro de filhote.

Suspirei baixinho.

─Detesto que você saiba exatamente quando usar os meus argumentos contra mim.

O canto dos lábios rosados se levantou em um pequeno sorriso discreto, logo voltando a sua expressão séria ao prosseguir.

─Você não faz promessas que conflitem com a razão. Está bem em lidar com os riscos?

Meu raciocínio embaralhou quando um pequeno detalhe da frase ressoou em minha mente, fazendo a ficha cair como um balde de água fria em meu corpo, despertando para a nua e crua realidade.

Eu tinha cedido a emoção, feito uma promessa inconsequente sem pensar nos perigos.

Caralho.

Deslocado do controle da situação, movi meu torso para frente, abrindo o porta-luvas, tirando o pacote de cigarros pela metade e um isqueiro, fechando novamente.

Abri, pegando um maço, levando aos meus lábios, aproximando o isqueiro, mas antes que a chama acendesse, tive o maço tirado da minha boca, devolvido ao pacote.

─Marselha não gosta que você fume dentro dela.

Suspirei frustrado.

─Isso é uma resposta explícita que você não está bem.

Seu olhar pendeu para dentro do pacote, voltando a me encarar.

─Não me contou que tinha voltado a fumar.

Arregalei levemente os olhos ao recordar do que deveria ter se mantido secreto, os fechando fortemente, endireitando a cabeça na direção do parabrisa.

Praguejei baixinho, ouvindo a respiração funda, preocupada.

─Faz quanto tempo?

─Não são todos os dias, apenas quando estou muito estressado ou o trabalho não é suficiente.

─Uchiha, quanto tempo?

Esfreguei as mãos no rosto, ciente pelo tom de voz que não adiantaria tentar contornar o assunto.

─Desde o início da exportação de cargas da Hinata.

─Porra, isso fazem meses.

O vício pela nicotina foi enraizado entre a nossa família, se espalhando como uma maldição contagiosa que entre ilusões, nos aprisiona.

Encolhi os ombros, me sentindo culpado.

─Não contei porque tinha em mente que desta vez iria ser apenas um pacote, desculpa.

─Não precisa se desculpar, estou tão preso nisso quanto você, mas não faça escondido.

Virei o rosto, voltando a encará-lo.

The Mafia Onde histórias criam vida. Descubra agora