2-The Mafia

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04|07|23 - Tóquio, Japão. 

Ouvi o barulho da porta do escritório abrindo e se fechando novamente, seguidos de passos leves em minha direção. Não desviei o olhar dos papéis, prosseguindo tranquilamente com a leitura por saber que apenas uma pessoa entraria em meu escritório de forma tão informal e despreocupada. 

─Está tarde.─Alertou, pendendo o olhar para o relógio que marcava quase meia noite.─Deveria descansar um pouco, você passou um dia dentro deste escritório. 

─Você checou as mercadorias, fez as anotações, pagou os funcionários e ficou de plantão na rua leste. O seu horário de trabalho acabou, também não deveria estar aqui.─Respondi, conferindo mais uma vez os papéis dos lucros do dia.

─Você está trabalhando há dias sem descanso. Perdi a conta de quantas vezes cheguei no escritório e tirei você completamente apagado de cansaço em cima dessa mesa cheia de papéis.  

Segurei a caneta com mais firmeza, assinando mais um papel sem olhar para o alfa ou dar uma resposta, sabendo que todas as vezes que o meu corpo se entregava ao cansaço e eu acordava enrolado nos lençóis macios da minha cama não era por mágica.

Ele está certo, forçar o meu corpo a trabalhar sem pausas por dias seguidos não é saudável. 

Ouvi o seu suspiro quebrar o silêncio, sentindo a sua mão encostar na minha e no papel, atrapalhando que eu continuasse a escrever e finalmente suspendesse o olhar em sua direção. 

─Vamos a Mangekyou.─Sua mão soltou a minha e ajeitou o tecido do terno.

Não foi um pedido, mas uma afirmação. 

─Pensei que era para eu descansar.

─Não tente me enrolar que não estou com frio, você não vai passar mais um segundo nesse escritório. Eu sei que vai fingir que está dormindo e voltar a trabalhar quando eu sair.─Acusou.

Me permitir levantar os lábios em um pequeno sorriso, ele me conhece muito bem.

─Então a melhor solução para que eu descanse depois de horas de trabalho é me levar para uma boate? 

─Exatamente. Faz tempo que não visitamos a Mangekyou e a Hinata está comemorando a chegada das cargas na Coreia. 

─Eu sou o seu chefe.─Usei a minha última "carta na manga" para retrucar as ordens do alfa.

─O meu horário de trabalho acabou, agora você é o meu amigo.─Respondeu.─E como um amigo, aconselho a pegar a arma e um sobretudo antes que eu faça um breve passeio com a Marselha.

─Não ouse encostar nela!─Me levantei de supetão da cadeira que impulsionou para trás, o vendo sorrir de canto ao saber que tocou em meu ponto fraco.  

─Estou esperando você se arrumar. 

Em murmúrios irritados, ajustei as armas bem escondidas no meu terno, colocando o sobretudo preto com o bordado do símbolo da família Uchiha.  

─Está um pouco maior.─Comentou sobre os meus longos fios escuros, que agora, ultrapassam a minha cintura.

─Sim, faz muito tempo que eu não corto.─Respondi, sentindo o gosto amargo tomar conta da minha boca ao responder o comentário. 

─Desculpe.─Pediu preocupado ao reparar em minha expressão.─Eu não..

─Está tudo bem, isso é passado.─O interrompi, não prolongando a conversa sobre o assunto.─Estou pronto.

─Vamos.─Pegou a chave e balançou em minha direção. 

─Nem sonhando, desencosta dessa chave!

Tirei a chave de sua mão, ouvindo ele resmungar e rir ao mesmo tempo. 

The Mafia Onde histórias criam vida. Descubra agora