Em uma das mesas do barracão sentada enquanto ouvia tudo que tinha pra ouvir, de todas aquelas pessoas, com seriedade dei uma solução pra cada problema na macabra.
Minha cabeça confusa e dolorida, a algumas horas sai do hospital e estava um pouco nervosa de mais, olhei o relógio e eram quase 00:00 me virei para o garoto em minha frente enquanto ele se apresentava pra começar a falar.
- Eu precisava urgentemente falar com você, minha irmã foi estuprada por um dos seus homens- ele nem terminou de falar e foi interrompido por Matheus
- Você tem total certeza do que está falando?- o mesmo questionou
- Posso ir até a porta chamá-la?- ele perguntou me olhando, acenei com a cabeça e logo a garota claramente abatida foi colocada em minha frente
- Oque aconteceu?- eu perguntei a olhando enquanto ela examinava o ambiente assustada
- Eu tava bêbada, drogada e fraca, disse não muitas vezes mas ele não parou- ela disse olhando para um dos acentos atrás de mim, no momento eu apenas falei
- Se tiver um culpado aqui eu acho melhor aparecer agora- o silêncio de 30 segundos foi cortado por passos que param ao lado de Matheus, o garoto se pronunciou com toda a confiança que lhe cabia
- Foi um sexo de baunilha, ela tava gostando e até pedindo mais, depois que eu comecei a tenção foi embora- quando olhei pra Matheus suas sobrancelhas estavam arqueadas encarei seus olhos enquanto ele esperava que nossas opiniões fossem iguais
- Levem, ela decide oque fazer- o decreto final foi ditado, depois disso o tabuleiro foi encerrado para todos que só estavam em reunião e não tinham o turno da noite, eu e Matheus não tínhamos nos falado desde a noite passada, conforme o barracão foi esvaziando ele me olhou e perguntou.
- A gente pode conversar ?- ele segurou minha mão com carinho
- Claro, sobre oque nós vamos falar?- eu disse olhando em seus olhos com a expressão mais cínica possível
- Eu sei que oque eu falei te machucou e to aqui porque queria pedir desculpas, eu te amo mais que ontem menos que amanhã, por favor me perdoe- ele disse com cara de cachorro sem dono,o único problema é que esse cachorro tinha dona
- Eu desculpo, mas só se você for a conchinha menor hoje- eu disse com biquinho e ele me deu um beijo concordando com a ideia
- Agora eu tenho que fazer minha última ronda pra ir pra casa, e você tem que tomar o seu remédio pra voltar, prometo que compro chocolate quando tiver voltando- Theo deu um beijo na minha bochecha e se virou pra faze a ronda com alguns garotos
- Amor- eu gritei fazendo ele olhar para trás - Eu te amo- gritei de novo mandando beijo
- Eu também te amo- ele gritou de volta também mandando beijo, fiquei olhando até os garotos virarem a esquina logo depois tomei o meu remédio e em um piscar de olhos estava na porta de casa para o lado de dentro
Olhei pra todos que me olhavam assustados dando oi para continuar subindo para meu quarto até que minha mãe me para com a mão no meu ombro dizendo
- Tá sangrando muito, você tá bem ?- segui os seus olhos parando em minha barriga onde tinha um canivete cravado, como não estava doendo continuei andando
- Deita, tá saindo muito sangue, a gente tem que ir pro hospital- ela disse tentando me deitar no sofá,oque eu acabei fazendo pra que ela parasse de insistir
- Mãe eu tô bem não preciso de hospital preciso de um banho- eu disse agarrando o cabo do canivete o puxando da minha barriga, e nesse momento o filme da minha vida passou diante dos meus olhos
Quando minha mente acordou do apagão eu estava em movimento pelo corredor do hospital enquanto minha mãe gritava no fundo
- Como assim não tem anestesista? Ela não pode fazer sem anestesista- quando eu adentrei a sala um pano foi colocado para tampar a minha visão, minha mãe entrou no quarto logo depois parando ao meu lado chorando
- A anestesia local vai ter que ser da mais fraca, o anestesista não tá- assim que ela diz isso o homem do outro lado do pano avisa que vai começar a fechar meus tecidos porque não foi nada muito grave apesar de estar saindo muitíssimo sangue
Assim que a agulha começa a atravessar minha carne os meus gritos de dor são inevitáveis, foram doze pontos totalizando a vinte minutos gritando de dor, depois de tudo eu fui limpada e levada pra tomar soro quando olhei pra minha mãe ri de sua situação e disse
- Que foi ? Tá chorando só por causa de um pouquinho de sangue? Eu recupero- me exibi e ela rio, em pouco tempo o Matheus chegou desesperado com os olhos arregalados assim que o vi me tranquilizei e meu corpo relaxou perante ao dele, me arrumei na cama olhando para sacola na mão dele
- Você não tem nem vergonha na cara né? Quase me mata do coração- ele disse vindo me beijar e depois entregou o chocolate, minha mãe saiu do quarto para comer e ele deitou na maca comigo me abraçando
- Eu amo tanto você- ele disse beijando o topo da minha cabeça enquanto eu me arrumava pra dormir, Theo ficou acariciando meu cabelo, escutando o seu coração bater e recebendo carinho eu fiquei até dormir eu o amo tanto.
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"Ou amor vai até a morte ou a morte vai até o amor "
𝑛.𝑛.𝑛