— Aí a mina começou a falar que eu não prestava e que...— Endrick só parou de falar porque eu o interrompi.
— Mas você não presta!— eu ri.
— Tá achando graça, mano? Tô me abrindo com você. O bagulho é sério!
Seu semblante se fechou e ele parou para beber água. Eu me encostei na parede e fiquei de frente para ele, enquanto ele tomava coragem para voltar a me contar o babado que rolou em uma festa que ele foi.
— Ela disse que sou um cafajeste.— murmurou ofendido.— Cafajeste! Dá pra acreditar? Eu?
Eu não sabia se ria da sua careta ofendida ou da história inteira.
— Eu sou o que sou, mas não sou um cafajeste!— declarou cheio de orgulho.
De acordo com o que ele me contou, ele estava ficando com uma garota e não era nada sério. Ambos estavam curtindo juntos, até que ele saiu com os amigos dele e ela surtou quando o encontrou em uma festa. Endrick podia ser ousado e tudo mais, mas nunca demonstrou ser um cara babaca com as garotas com quem ficava.
— Sempre deixei claro que o lance era sem compromisso e ela concordou. De repente veio me cobrar no meio de todo mundo.— ele balançava a cabeça em negação e intercalava os goles de água.
— Imagino.— murmurei de braços cruzados.— Não conversaram depois disso?
— Ela me chamou de cuzão, cafajeste e disse que eu não prestava. O que você acha?— perguntou óbvio.
— Porra! Vocês pareciam tão bem.
— Não tanto quanto você e o Príncipe.— zombou. Eu corei imediatamente, já que não esperava que todos já soubessem que Veiga e eu estávamos ficando.— Ele só fala de você!
— Para com isso!— pedi, envergonhada.
— Tô falando sério.— ele riu.— Até o Ríos perguntou quem era a mulher de quem o Veiga tanto falava. Tá famosa!
— Isso por que combinamos ser segredo.— revirei os olhos enquanto ria.
— O Piquerez que espalhou pra geral!— Endrick segurou meu braço e juntos caminhamos rumo ao corredor principal.— Sabe que aquele uruguaio não aguenta uma fofoca.
— É, eu sei bem.— me vi ainda mais envergonhada quando lembrei de que Raphael e eu fomos pegos no flagra por Joaquín.— Ele é um abusado!— resmunguei.
— Mas ele te ama!— Endrick beijou minha testa e se distanciou.— PRÍNCIPE! OLHA QUEM CHEGOU!
Todos os olhares se direcionaram a mim no momento em que o mais novo apontou em minha direção, fiquei imóvel com um sorriso no rosto, esperando pelo ilustre momento em que Raphael me tiraria daquela situação.
Mas antes que ele me alcançasse, Joaquín me abraçou tão forte que me tirou do chão.
— Você está aqui!— gritou com o sotaque fortíssimo. Eu o odiava e o amava muito. Chegava a ser difícil de compreender.— Veio ver só o Rapha ou eu também tenho um espaço no seu coração?
— Você merece uma surra, Joaquín!— sussurrei irritada.
— Você que vai me dar? Então eu aceito!— a malícia era algo sempre presente nas nossas conversas, mas eu sabia que era a mais pura brincadeira e que ele entendia que meu envolvimento era com seu amigo.— Estou brincando!— tentou descontrair.
— Sei.— acariciei sua bochecha e o afastei para dar atenção total a Raphael.
— Vai me deixar a sós com ela ou prefere continuar tentando roubar ela de mim?— Veiga encarou o uruguaio com um sorriso bem aberto e deu dois tapinhas no seu ombro. A amizade deles era linda!