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Yongbok se olhou no espelho, estava no banheiro da enfermaria, aproveitando a luz do sol para tirar o brilho vermelho das luzes de emergência.
Estava acabado, estava sujo e com olheiras enormes, estava com um curativo menor em sua bochecha, havia rastros de sangue seco por seu rosto, pescoço, mãos, pernas, jaqueta e saia. Seu cabelo estava um caos, se fosse a alguns dias atrás, estaria em completo desespero por sua aparência.
Jogou água em seu rosto, respirando fundo, se afastou da pia e saiu do banheiro, sorrindo pequeno ao ver Jisung ajoelhado em frente ao Minho, beijando a barriga grandinha deste.
Se sentiu aliviado por saber que nunca passaria por aquilo, antes do caos, não sabia o que sentia em relação a sua provável infertilidade, mas naquele momento, agradecia aos céus por não precisar ser responsável por uma vida. Não sentiria o amor incondicional que todos falavam, mas não seria responsável por traumas na vida de alguém inocente, poderia continuar colocando seus amigos e a si mesmo em primeiro lugar, não tinha alguém dependente em todos os sentidos de si.
Um pouco de alívio no meio daquela confusão.
- Lee , eu vou primeiro e você ajuda o Lino a sair, pode ser? - Jisung perguntou, indo até a janela e a destrancando.
- Eu vou primeiro - o ômega disse.
Alcançou a mochila pronta no chão, a prendendo bem em seu corpo. Subiu em uma das macas e se sentou na janela aberta, olhando a situação do lado de fora. Ao não ver nenhum dos monstros, pulou e correu para alcançar uma caixa de madeira, a colocando debaixo da janela, o que ajudou Minho a sair por ali.
Ouviu um barulho agudo, o que o fez olhar para os lados procurando a fonte, a fim de fechá-la, para não atrair os monstros, mas se surpreendeu com a imagem que viu.
Havia uma gata, coberta de sangue, com tufos de pelos arrancados si ao seu redor, junto com pequenos corpos que acreditou serem filhotes. Vomitou na mesma hora, se virou, se recusando a olhar para a cena novamente, mas o som soou de novo.
Trancando a respiração, foi até a cena de horror que aconteceu com os seres inocentes, arregalando os olhos e suspirando aliviado ao ver um gatinho vivo, miando, pedindo socorro. Pegou o filhote laranja, procurando alguma ferida entre o sangue que o cobria, não encontrando nada. Limpou o que conseguiu com uma camisa suja jogada por ali.
- Vem - ouviu a voz sussurrada de Jisung.
Colocou o filhote que tremia dentro da jaqueta de Hyunjin, a fechando e o segurando pelo lado de fora do tecido, voltando com o plano inicial dos mais velhos.
Andou de forma cuidadosa até um dos carros estacionado ali, provavelmente de algum professor, procurando algo que pudesse ser útil. Olhava para todos os lados, se sentindo vulnerável ali, desarmado. Olhou em direção a Jisung, que segurava a arma que Jeongin tinha dado quando se separaram, pelo menos não estavam tão à mercê assim.
