Na livraria, Chris estava limpando e arrumando os livros das estantes, quando o vão por entre eles mostrou alguém a algumas estantes de distância. De longe, não sabia dizer se era um alpha, beta ou ômega, mas o rapaz era alto, tinha dedos compridos...
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6 meses
Hoje fazia seis meses desde que Bang Chan acordou no hospital com dores pelo corpo todo e faixas na cabeça.
Os médicos o haviam contado na época que ele foi encontrado na praia perto das formações rochosas e que a força do mar o fez ter um impacto traumático no cérebro.
Fizeram muitas perguntas a ele para preencher a ficha médica, mas foi então que chegaram a mais um diagnóstico…
Amnésia.
Aquele alpha só se lembrava do primeiro nome.
Christopher.
Nada mais.
Soube dias depois que houve um naufrágio de um navio com refugiados e que Christopher deve ter sido uma das vítimas daquele incidente.
Tinha muita sorte…
Muitas vezes pensou em procurar pistas sobre seu passado em outra cidade, mas se estava fugindo naquele navio, provavelmente era para deixar tudo para trás, assim como todos os sobreviventes.
As pessoas daquela cidade eram simpáticas e lhe deram lugar para ficar e emprego. Um tempo trabalhou em uma mercearia, depois uma floricultura, e agora estava trabalhando em uma livraria.
O dinheiro era o suficiente para o aluguel de uma kitnet simples e também para comida. Era um pouco estranho começar a vida do zero sem se lembrar nada do próprio passado, mas se não se lembrava de nada, também não sentia falta de nada.
Na livraria, Chris estava limpando e arrumando os livros das estantes, quando o vão por entre eles mostrou alguém a algumas estantes de distância. De longe, não sabia dizer se era um alpha, beta ou ômega, mas o rapaz era alto, tinha dedos compridos, cabelos castanhos lisos e pele bronzeada.
O rapaz lia as primeiras páginas de um livro que tinha em mãos, e seus olhos passeavam pelas páginas com atenção. Um momento ele sorriu por ter lido algo engraçado, e seu sorriso era bonito e diferente, sendo diferente de vários que já havia visto e extremamente contagiante.
Chris sentia-se hipnotizado.
Aquela era a pessoa mais bonita que já viu na vida.
Quando o rapaz se virou, Bang conseguiu notar as marcas de dente na nuca dele. Era um ômega marcado. Ele já tinha um alpha.
Seu coração doeu pela decepção já que era a primeira vez que alguém lhe chamava a atenção daquele jeito.
O ômega levou o livro que estava na mão e mais dois da sessão infantil antes de ir ao caixa, e durante todo esse tempo Christopher não conseguiu tirar os olhos dele. O ômega sorria para o atendente, era educado, tinha movimentos leves, e aquelas mãos eram lindas demais.
Ah, e como era tímido (ou covarde, na sua concepção), Chan ficou o olhando apenas de longe por entre as estantes enquanto observava o ômega ir embora com a sacola de compras.
Seu coração palpitava que nem de um adolescente na frente de um crush, e ficou desejando do fundo do coração que o visse outra vez.
Chris não acreditava em amor à primeira vista... pelo menos, não até aquele momento.
