<<ANTES>>
A chuva caia em toda Nova York e o despertador do meu celular tocava desesperadamente. Remexi na cama procurando a fonte de todo aquele barulho e acabei por encontrá-lo debaixo do travesseiro. O despertador anunciava que eu estava atrasada, já eram 8:30 e eu ainda não havia levantado da cama.
" Amor? " Sussurrei ainda sonolenta. " Querido?" Ansel dormia despreocupado, sua feição tranquila denunciava que deveria estar em um bom sonho, optei por não acordá-lo.
Levantei sorrateiramente e fui arrumar-me. O ruim de dormir na casa do namorado é não ter muitas opções do que se usar em dias frios como este. Depois de um rápido banho coloquei minha calça jeans escura e um dos moletons do Ansel.
Sei que ele não acordara tão cedo é provavelmente eu já esteja aqui novamente quando isso acontecer, mas deixei um bilhete na porta da geladeira avisando que já havia ido e voltaria para pegar minhas coisas.
No caminho até o mercado tia Donna havia me ligado para dizer que eu estava atrasada - mais uma vez - e que já estava no mercado a me esperar para as compras. Ela tem um restaurante onde eu a ajudo, mesmo com seus funcionários ela faz questão de todos os dias ir ao supermercado fazer as compras do dia e é meu dever ir ajudá-la quando estou de folga do hospital.
Costumo cantar em um pub da cidade alguns dias na semana, mas fico bastante tempo ajudando minha tia.
Cheguei ao mercado e fui direto para as verduras, sei que encontraria minha tia lá, e lá estava ela, com seu carrinho lotado de compras enquanto escolhia algumas batatas.
"Tia Donna, perdão pelo atraso." Ela virou-se para mim abrindo um pequeno sorriso.
"Se eu ganhasse por todas as vezes que você já me disse isso... Ah como eu estaria bem de vida. " Rimos juntas. "Não avisou que dormiria fora de casa esta noite.
"Dormir na casa do Ansel." falei enquanto escolhia alguns tomates e colocava em uma sacola "Fomos ao cinema ontem comemorar nosso aniversário de namoro, então acabei por ficar na casa dele mesmo. "
"Entendo. " Ela falou por fim.
Tia Donna é irmã de minha mãe, vim morar com ela após minha mãe casar-se novamente. A vida na Inglaterra com minha mãe e meu padrasto era difícil, o fato de eu não gostar dele piorava tudo. Então vim para os Estados Unidos quando tinha 15 anos, deixando minha mãe e minha irmã Tessa em Londres.
Pagamos as compras e fomos em direção ao seu carro, a chuva agora havia dado uma trégua, mas o tempo ainda estava nublado. Tia Donna entregou-me as chaves e seguimos para o restaurante parando no caminho para comprar alguma algo para comer.
" Querida?" Donna me chamou.
"Sim? " respondi.
" Seu primo chegou hoje pela manhã. Ele está louco para lhe ver então eu lhe sugiro que deixe essas compras no restaurante e vá para casa. "
" O Adam voltou? Sem avisar a ninguém?"
" Você sabe como ele é, adora surpreender." Tia Donna falou um pouco desanimada, ela sonhava em ver o filho formado em medicina e foi um choque quando ele largou tudo e foi viver de música. Hoje ele trabalha em uma gravadora universal e viaja constantemente.
Seguindo o conselho dela fui para casa após passar no restaurante, mas por falta de sorte Adam dormia no sofá.
Fui até a cozinha preparar alguma coisa para ele comer - o que no meu caso não pode ser muita coisa, já que não sou boa na culinária - e acabei por separar o bom e velho cereal.
" Tori?" Adam estava parado a porta da cozinha, seus cabelos despenteados e sua cara de puro cansaço.
"Adam" exclamei. " Eu o acordei?"
"Não, eu ouvi um barulho e pensei que podia ser a mamãe, mas ela já foi para o restaurante né?" Ele perguntou enquanto bocejava.
"Sim, eu a deixei lá. Mas então, não está esquecendo nada?"
Adam abriu um sorriso e partiu para me abraçar.
Depois de várias tigelas de cereal, lá estávamos nós sentados no balcão da cozinha a falar da vida. Adam me contou que a gravadora onde trabalha está produzindo vários novos talentos, e bandas novas iram surgir através deles. Eu contei sobre como não é tão animado viver naquela casa sem ele, e em como vão as coisas no hospital, ele quis saber também quando vou gravar alguma coisa na gravadora e eu disse que estava contente com o trabalho noturno no pub.
"Encontrei com a Tessa, bom, ela disse que sente saudades."
"Também sinto, espero poder vê-la em breve." falei. Um silêncio se estendeu pelos minutos seguintes. "Bom Adam, tenho que voltar para casa do Ansel, deixei algumas coisas lá, nos vemos mais tarde?"
"Com certeza prima."
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ATTEMPTS || h.s
RomansA escolha foi difícil. A traição também. O passado e o presente se enfrentam na vida de Vitória Sullivan. Num acidente do destino ela se vê entre escolher viver e com quem viver.