<<AGORA>>
Os batimentos do meu coração continuavam acelerados. Um bip constante e enlouquecedor.Dizem que quando estamos prestes a morrer um filme de nossas vidas se passa e nos relembrando todos os momentos bons ou ruins.
Já estou vendo esse filme a dias, ou semanas. Não lembro ao certo o como cheguei aqui, mas acho que o coma é uma forma dolorosa de relembrar. A intensidade de como as memórias voltam fazem com que eu queira estremecer, gritar ou chorar. Mas meu corpo não reage aos meus comandos. A certo tempo eu digo para mim mesma "você precisa acordar, agora."
Realmente preciso. Mas não por mim. Os dias se passam lentamente quando se estar preso em sua consciência. Fico imaginando o que tia Donna faz quando não está à beira da cama - suponho eu - do quarto onde estou, chorando e implorando para eu voltar a vida. Imagino o Adam em seu total silêncio enquanto examina meu corpo jogado aqui nesse estado de vegetação. Mas não consigo imaginar ele, por que não sei onde ele está.
As vozes que ouço, os toques que recebo, nenhum foi dele.
Isso me causa um certo pânico, eu não sei em que situação ele está. Mas se ele estiver bem, por que motivos ele ainda não apareceu?
Imagino se ao ouvir sua voz conseguiria finalmente acordar desse pesadelo.
<< ANTES >>
O rapaz continua a me olhar curioso. Ele marcou a folha do livro que tinha nas mãos e pude ver um pequeno sorriso se formar no canto de seus lábios.
"Depende." ele finalmente falou. Sua voz era carregada, seu tom rouco e desconfiado. "Quem seria você?". Seu sotaque não escondia sua nacionalidade. O rapaz passou a língua entre os lábios enquanto falava, desviei o olhar novamente para seus olhos e então fiz uma breve análise do seu rosto.
Ele era realmente bonito.
"E-Eu sou a Tori." Gaguejei. O que diabos aconteceu? Forcei a concentração, peguei o papel amaçado do bolso e olhei novamente o nome para ter certeza de que estava a pronunciá-lo certo e não procurar o rapaz errado. "Sou prima do Adam." Ele olhou-me atentamente. "Ele precisou sair urgente e pediu para eu buscar Harry Styles no aeroporto, e aqui estou eu." Um sorriso mais largo apareceu em seu rosto. "Então, você seria o Harry?"
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Mais engarrafamento. A chuva veio de cortesia.
Harry olhava os carros parados pela janela, como se estivesse encantando com tudo que via. Seus olhos captavam tudo e ele parecia tranquilo. Estávamos no carro a certo tempo e minha paciência parecia ir embora.
"Então é a primeira vez que vem aos Estados Unidos?" Perguntei. Meus dedos batucavam o volante do carro, eu estava agitada. Está presa no trânsito, no meio de uma tempestade com um estranho não é meu passa tempo preferido.
"Sim." Ele respondeu sem desviar o olhar.
"O que está achando?" Tentei interagir, mas ele parecia distraído demais para me dar atenção.
Certo tempo depois ainda não tínhamos chego em casa. Harry não parecia mais tão curioso, quando se vê a mesma coisa por quase 1 hora, talvez ela perca o encanto.
"Então você é prima do Adam?" Ele finalmente falou.
"Sim." Respondi.
"Você que compõe as musicas para ele?" Só então notei que ele me olhava. Como ele sabia?
"Como sabe?"
Não que fosse segredo que eu entregava minhas composições para o Adam, ele trabalhava com isso, então eu escrevia e entregava a ele. Só não achei que ele contasse que as musicas seriam minhas.
"Ele me falou. Elas são boas." Ele falou ainda com os olhos em mim. Senti meu rosto esquentar, minhas bochechas nesse momento deveriam estar coradas e ele notou, pois retribuiu com um sorriso revelando suas covinhas.
"Obrigada." Agradeci.
Alguns minutos depois conseguimos nos livrar do trânsito e chegamos em casa. Ainda não havia chego ninguém, tia Donna e Teddy deveria estar no restaurante e o Adam na tal reunião, então mostrei as acomodações ao Harry.
"Você ficará bem?" Perguntei.
"Sim, não se preocupe."
"Certo."
O deixei na sala e fui para o meu quarto. Tomei um banho e deitei. Havia mensagens do Ansel de algumas horas atrás.
*devo esperar essas noite, posso pedir uma pizza..." *
*ainda está no restaurante? Estou com saudades amor*
Ouvi vozes da sala onde deixei o Harry. Ele parecia conversar com alguém, a julgar deveria ser o Adam que talvez tenha chego. Resolvi abrir a última mensagem do Ansel antes de ir conferir.
*estou indo para sua casa, chego ja.*
Não, não era o Adam que havia chego.
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ATTEMPTS || h.s
RomansA escolha foi difícil. A traição também. O passado e o presente se enfrentam na vida de Vitória Sullivan. Num acidente do destino ela se vê entre escolher viver e com quem viver.