Capítulo 11 - xixi na lixeira

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ㅡ Professora! ㅡ A deplorável voz do rapaz enterrompeu o meu sono novamente, ele não falava, gritava em uma palavra só

ㅡ Eu quero ir no banheiro! ㅡ Jimin explamou tedioso enquanto fazia um desenho com canetinhas em seu braço.

ㅡ Se você calasse a boca talvez eu deixaria!

ㅡ Mais essa porra não é justo não, os outros professores não deixaram eu ir no banheiro também! ㅡ Mas uma vez Jimin aumentou a voz para um dos professores que o negavam o banheiro, pelo comportamento do garoto.

Ele era uma peste, gritava na sala, perturbava todo mundo, acordava das meninas do fundão que insistiam em dormir, zoava com os garotos, comia na sala, sujava a sala, não copiava os deveres, peidava e arrotava na sala, eu sabia que Park Jimin era péssimo na sala de aula, mas não tanto assim.

Ele ignorava a minha presença assim como eu ignorava a dele, era recíproco, toda hora eu acordava nas aulas pelos seus gritos estericos, seus palavrões ou até mesmo discussões, mas desta vez eu fui acordada com um grito feminino, levantei a cabeça um pouco tonta e coçando os olhos, recuperei a cem por cento da minha visão e pisquei várias vezes para ver se eu eu estava realmente vendo aquilo ou se era um sonho.

Todos da sala riam e gritavam, enquanto jimin urinava na lata de lixo, a professora de artes assustada com atitude do garoto rapidamente o expulsou de lá, que provavelmente ele foi parar na coordenação ou até diretoria, o cheiro de xixi empregnou na sala inteira, mas eu não me importei, voltei a dormir, estava exausta de mais.

[...]

ㅡ Tá todo mundo falando que o jimin te espancou e verdade? ㅡ Minnie perguntou, oque me arrancou risadas sinceras, mesmo que eu não quisesse saber dele, ele sempre chegava até mim pela boca das pessoas.

ㅡ Aliás oque aconteceu?

ㅡ Meu pai.... ㅡ Respondi simples e voltei a ter a cabeça abaixa em cima da mochila, os remédios de dores musculares davam tanto sono que o barulho do refeitório não interferiu no meu sono.

ㅡ Por que não vira interna?

A breve questão de Minnie pairou sobre a minha mente antes de eu adormecer por completo, mas não era uma má ideia, ir pra escola no domingo a noite e so voltar para casa sexta a noite, evitaria muitas brigas.

[...]

ㅡ Que merda aconteceu com você?
ㅡ Aquela voz atrás de mim soou rouca, me dispertou do meu quase sono, mas permaneci o ignorando, eu não queria contato com ele depois de tais palavras ditas a mim na noite retrasada.

Jimin bufou atrás de mim, provavelmente já estressado, ele começou a dar leves tapinhas nas minhas costas tentando me acordar, me estressei com a sua insistência, ele conseguia ser tão insuportável quando conseguia.

ㅡ Oque foi, caralho?
ㅡ Me virei para trás brutalmente, ele se surpreendeu com o meu tom de voz, eu não era de gritar.

ㅡ Oque aconteceu com você? ㅡ O olhar principesco dele tinha voltado, o príncipe que se perdeu na corrida havia voltado, não se ele se assustou com a minha aparência ou tom de voz, mas ele soou tão delicado ao perguntar por uma segunda vez oque havia acontecido comigo.

Seus olhos brilhavam e mantinham o foco em mim, preocurando na minha alma oque havia acontecido, por que ele sabia que eu não falaria, demonstrei ser forte os meus olhos marejados entregavam o meu choro, mas eu logo virei a cabeça e a abaixei na mesa, evitando contato com o loiro.

ㅡ Amber, oque aconteceu? ㅡ mesmo com a cabeça abaixo eu sentia o olhar de jimin queimar o meu corpo, não com malícia, acho que ninguém viria malícia em um corpo desnutrido e cheio de hematomas, maldita escola!
Não era permitido o uso de meias calças, então os roxos nas minhas pernas estavam expostos como uma obra de arte.

A pele branquinha como o neve, marcada do roxo mais escuro da paleta, os cabelos pretos, escorridos, lisos, a saia ameaçava cair devido os quilos que perdi ao decorrer desses dois dias, as olheiras fundas, os olhos pequenos, a má postura.

o vazio, é o olhar perdido.

O rapaz puxou uma cadeira para perto de mim, senti sua mão acariciar as minhas costas, tentei sentir repulsa por ele, ódio por suas palavras naquela noite, mas ele era o único que estava ali, naquele momento era so eu ele, em vez de me encher de perguntas, ele me acolheu.

ㅡ Amber, olhe para mim. ㅡ Ele soou gentil e autoritário ao mesmo tempo, seu dedos puxaram delicadamente meu maxilar, eu senti a conexão dos seus olhos nos meus, era como poeira estrelar, brilhante e cativante, era como fios de energia que nos conectava, sentia aquele choque no meu coração, uma sensação inexplicável e verdadeira, que me enchia de emoção, seu olhar parecia sugar toda energia negativa de mim como oque dizem sobre os gatos sugarem más energias.

ㅡ Me desculpa pelo oque eu disse a você, eu joguei a culpa toda em você quando também era minha ㅡ Ele gaguejou, tropeçou nas próprias palavras mas parecia verdadeiro.

Esperava que ele fosse me questionar novamente, e não pedir desculpas, as lágrimas era invasivas e desciam sem eu permitir, se eu sentir, era so uma desculpa que eu tinha para chorar, mas eu aprendi a ser difícil, não é por que eu quero, ou por que eu acho legal, eu sou uma pessoa de uma oportunidade só.

Ele parecia verdadeiro com as palavras,  mas ele era tão bom e convencer as pessoas ou engana-las que me faz ter uma ponta de dúvidas, talvez ele só estivesse se desculpado pelo meu estado, ele pode estar aqui agora me consolando, mas isso não signica nada, não depois do que ele disse.

ㅡ Tudo bem, Eu te desculpo ㅡ Soltei um sorrisinho, e ele também riu fazendo seus olhos se formarem duas linhas.

Ele estava tão feliz, era perceptível a felicidade em sua face, seu sorriso se abriu de ponta a ponta, provavelmente o loiro não dormeria tão cedo está noite pela agitação que o seu corpo estava.

ㅡ Mas eu não quero mais nada com você ㅡ Fui sincera, minhas próprias palavras me machucaram, talvez fosse só carência, não tinha certeza dos meus sentimentos mais eu não queria deixa-los florescer depois do que jimin fez, sei que nenhum ser humano é perfeito, mas o meu medo de sofrer é maior do que o medo de amar.

O rosto feliz deu espaço a uma feição tediosa e desanimada, ele arregalou os olhos para mim provavelmente incrédulo com oque acabara de escutar, acredito que Park Jimin nunca tenha sido dispensado, ou algo parecido.
Em segundos o tédio junto com a surpresa viraram um terrível ódio estampado em sua feição, mas ele não disse nada, suas bochechas estavam vermelhas de raiva, ele apenas concordou com a cabeça, mordeu os lábios e se retirou do cômodo.

Dando espaço ao alívio que senti ao fazer as passes com ele, ao pelo menos resolver a situação, mas o alívio é a paz tomou conta de minha alma assim que eu fotografei o por do sol, a mistura de cores formava uma obra de arte única, o céu todos os dias e uma obra de arte única, e admirável, e como um gato de listrinhas amarelas, as listras nunca são iguais, cada gato é único, e o mesmo padrão se repetia ao céu.

E todos os dias eu repetia o ritual de tirar fotos do céu, a vista da janela era mais alta me possibilitando uma visão mais ampla das palmeiras e o campo de futebol há poucos kiquilometros dali.

As minhas pernas doíam, "Regret Me" tocava nos meus fones de ouvido me impossibilitando escutar o mundo ao meu redor, em específico escutar os meus pais, passei pela sala de estar de cabeça abaixada, confesso que sentia vergonha dos meus pais, agradeci por não ser enterrompida ao caminho do meu quarto.

Preocurei me entender, dispensei jimin não só pela forma com que ele me tratou e sim pelas loucuras que eu tenho feito depois que o conheci, pela coragem que ele proporcionou, sou grata a essa breve experiência, agora tenho a sensação de que sou capaz de fazer qualquer coisa.

Mas agora eu não sei se isso é bom ou ruim.

𝐑𝐎𝐘𝐀𝐋 𝐀𝐍𝐃 𝐑𝐄𝐁𝐄𝐋; PARK JIMINOnde histórias criam vida. Descubra agora