Capítulo 02

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Pov de Evan

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Pov de Evan

Eu não conseguia acreditar em tudo que estava acontecendo, de uma hora para a outra eu senti que tinha perdido tudo.

E eu nunca na minha vida tinha me sentido tão miserável e imponente como naquele momento.
Eu já fui xingado de muitas coisas horríveis desde jovem, já me chamaram de resto de aborto, desperdício de oxigênio e até de putinha.
Já apanhei de quebrar uma costela, às vezes um braço ou uma perna, sempre ganhando marcas coloridas em tons amarelados e arroxeados por todo o corpo, já passamos fome pra dar alimento pros menores.

E ainda assim, nenhuma dessas coisas me quebrou, nada, nunca havia me devastado tanto, a ponto de me sentir ruindo por dentro, como um muro velho que, após muitos anos resistindo, veio a desabar com o mínimo toque de alguém.

Depois de ficar meia hora na mesma posição, observando o nada presente na porta. Eu olhei para o Ethan que até então tinha se segurado o máximo pra não quebrar ali, no momento em que ela disse "vim aqui por causa das crianças."

E me partiu o coração, quando eu o olhei e o vi tão destruído como nunca tinha visto antes. Ele chorava de forma inconsolável, com grossas lágrimas escorrendo pelas bochechas, e pingando no chão quando se encontravam no queixo.

Eu peguei uma das mãos de Ethan e comecei a esfrega-lás em movimentos circulares tentando acalma-ló pelo menos um pouco.

Me surpreendi quando Ethan pós uma mão na minha nuca e outra na minha cintura, me abraçando de forma tão repentina e apertada, como se a qualquer momento eu fosse sumir, ele me puxou com firmeza, de forma que meu rosto ficasse no vão do seu pescoço e ele cheirasse o meu cabelo de maneira quase desesperada.

Mesmo com a posição desconfortável eu não me movi um centímetro, eu sabia que ele precisava disso, e foi uma surpresa descobrir que eu precisava daquele contato tanto quanto ele.

Não sei dizer quanto tempo ficamos naquela posição, chorando e sentindo o calor e batimento cardíaco um do outro. Só sei que em determinado momento eu senti ele mais calmo. As lágrimas não escorriam tão grossas como antes, os soluços aos poucos foram ficando mais baixos, a pele morena ainda estava vermelha, mas os olhos pareciam invadidos por uma clareza, como se ele tivesse chorado todas as lágrimas do corpo e agora esvaziou completamente a cabeça e não pensasse em mais nada.

Assim que Ethan afroxou o abraço, eu coloquei a mão na sua cintura, e o levei para o nosso quarto, deitei ele na cama, e fui pedir achocolatado para um vizinho. Eu tinha plena consciência do que cada um de nós deveria estar sentindo, mas mesmo sendo gêmeos sempre tivemos jeitos diferentes.

O Aiden era muito quieto e na dele, se acontecia alguma coisa, ele preferia sofrer em silêncio do que falar pra alguém. Claro que essa atitude me magoava as vezes, parecia que ele não confiava em mim, ou me considerava da mesma forma que eu confio e considero ele. Mas eu sempre respeitei quando ele precisava de um espaço, ou se afastava de mim pra lidar com alguma coisa, só que no momento eu precisava mais do que tudo saber que ele estava bem, eu me agarrava desesperadamente ao que sobrou da nossa família porque se eu não me agarrasse com tudo o que eu tenho era capaz de eu realmente não ter mais nada, nem mesmo um amanhã.

O problemático (bxb)Onde histórias criam vida. Descubra agora